Impacto da infecção com o vírus dengue 2 no comportamento alimentar, longevidade e fecundidade de fêmeas de Aedes aegypti
Submitted by Alessandra Portugal (alessandradf@ioc.fiocruz.br) on 2013-09-17T12:41:29Z No. of bitstreams: 1 Dissertacao de Mestrado - Gabriel Sylvestre Ribeiro.pdf: 1533452 bytes, checksum: 8d2db7800d46ef716ec2f56b355c2d8e (MD5) === Made available in DSpace on 2013-09-17T12:41:29Z (GMT). No. of bi...
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Previous issue date: 2012-03-23 === Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil === O vírus da dengue é transmitido nas Américas por mosquitos Aedes aegypti. Este é adquirido através da picada em um hospedeiro em viremia e passa por intensa replicação em diferentes tecidos do inseto até tornar-se transmissível, após as partículas virais atingirem a luz das glândulas salivares. A partir deste momento o vírus pode ser inoculado, juntamente com a saliva, em todos os hospedeiros suscetíveis nos quais a fêmea se alimentar. Supõe-se que o vírus da dengue gere efeitos negativos sobre a biologia do mosquito, diminuindo o fitness dos indivíduos infectados. Apesar dos avanços recentes no conhecimento acerca de sua capacidade vetorial, ainda existem muitas lacunas na interação mosquito-vírus no par Ae. aegypti/dengue. Desta maneira, nosso objetivo é avaliar o impacto da infecção por DENV-2 no hábito alimentar do mosquito Ae. aegypti e, adicionalmente, monitorar a sobrevivência, longevidade, sucesso de oviposição e fecundidade de insetos infectados e controles. Duas populações foram testadas: Paea, confinada em laboratório desde 1994, e uma população de campo, coletada com o uso de ovitrampas em Tubiacanga (RJ). Fêmeas das duas populações foram aleatoriamente selecionadas para receber sangue infectado com 2x10-8 partículas de DENV-2 ou sangue com sobrenadante de cultura de célula livre de vírus, constituindo o grupo controle. Após a infecção oral, as fêmeas que estavam visualmente ingurgitadas foram confinadas individualmente em tubos de plástico. Ao longo de cinco semanas monitoramos aspectos de sua biologia e capacidade vetorial, tais como sua sobrevivência, fecundidade e cinco parâmetros do comportamento alimentar: tempo de início, o tempo gasto na localização do hospedeiro (camundongo anestesiado); o número de provas, quantas vezes a fêmea insere e retira sua probóscide do corpo do hospedeiro; tempo de prova, que termina quando notamos a inflação abdômen; o tempo de ingestão, que vai até a repleção total e retirada da probóscide do corpo do hospedeiro; tempo total de alimentação, a soma dos tempos de início, prova e ingestão. Utilizando uma análise de risco, fomos capazes de observar que a infecção pelo DENV-2 não modificou o hábito alimentar das fêmeas de Ae. aegypti. Por outro lado, a sobrevivência e a fecundidade foram menores quando a fêmea estava infectada com DENV-2. Através de uma ANOVA, observamos a influência da infecção na longevidade (F = 20,75 , gl = 1, P = 0,0001). A curva de sobrevivência das fêmeas infectadas apresentou queda significativamente mais intensa que a dos seus pares não-infectados (χ2 = 16,5, gl = 1, P < 0,001). Em relação à fecundidade, fêmeas infectadas têm menor sucesso de oviposição, ou seja, menor probabilidade de colocar ovos (χ2 = 14,40, gl = 3, p = 0,0024). Além disso, as fêmeas infectadas fazem a postura de um número significativamente menor de ovos do que seus pares não infectados. === Dengue virus is transmitted in the Americas by Aedes aegypti mosquitoes. This virus is acquired from an infected host through the bite and undergoes intense replication in different tissues of the insect becoming transmissible only after the viral particles reach the lumen of salivary glands. From this moment on the virus can be inoculated with saliva into all susceptible hosts the female will eat. It is assumed that the dengue virus generates negative effects on the mosquito’s biology, decreasing the fitness of infected individuals. Despite recent advances in knowledge of the Ae. aegypti vectorial capacity, there are still many gaps in the knowledge of the interaction between Ae. aegypti / dengue. Thus, our goal is to evaluate the impact of infection with DENV-2 in the feeding habits of the mosquito Ae. aegypti and additionally monitor the survival, longevity, oviposition success and fecundity of infected and control insects. Two populations were tested: Paea, confined in the laboratory since 1994, and one from the field, collected using ovitraps in Tubiacanga (RJ). Females of both populations were randomly selected to receive blood infected with 2x10-8 particules of DENV-2 or blood culture supernatant from virus-free cells, constituting the control group. After oral infection, the visually engorged females were separated individually in plastic tubes. We have monitored, over five weeks, aspects of their biology and vectorial capacity, such as survival, fecundity and five parameters of their feeding behavior: start time, the time spent in locating the host (anesthetized mice); the number of probes, how many times the female inserts and takes off her proboscis; probing time, that ends when we notice the abdomen inflation; ingestion time, that goes until the total repletion and proboscis withdrawal from the mouse’s body; total feeding time, the sum of start, probing and ingestion times. Using a failure-time analysis, we were able to observe that infection with DENV-2 did not change the feeding habits of Ae. aegypti. Moreover, the survival and fecundity were lower when the female was infected with DENV-2. Using an ANOVA, we observed the influence of infection on longevity (F = 20.75, df = 1, P = 0.0001). The survivorship of infected females showed a significantly more intense mortality than that of their non-infected counterparts (χ2 = 16.5, df = 1, P <0.001). Regarding fecundity, infected females had a low oviposition success, i.e., they were less likely to lay eggs (χ2 = 14.40, df = 3, p = 0.0024). Moreover, the postures of infected females had significantly lower numbers of eggs than the ones from their uninfected peers. |
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ndltd-IBICT-oai-www.arca.fiocruz.br-icict-69142019-01-21T16:51:56Z Impacto da infecção com o vírus dengue 2 no comportamento alimentar, longevidade e fecundidade de fêmeas de Aedes aegypti Ribeiro, Gabriel Sylvestre Gaspar, Ana Maria Coimbra Sorgine, Marcos Henrique Ferreira Moreira, Luciano Andrade Valle, Denise Souza Neto, Jayme Augusto de Santos, Flávia Barreto dos Freitas, Rafael Maciel de Aedes Aegypti Vírus dengue Comportamento Alimentar Sobrevivência Longevidade Fecundidade Submitted by Alessandra Portugal (alessandradf@ioc.fiocruz.br) on 2013-09-17T12:41:29Z No. of bitstreams: 1 Dissertacao de Mestrado - Gabriel Sylvestre Ribeiro.pdf: 1533452 bytes, checksum: 8d2db7800d46ef716ec2f56b355c2d8e (MD5) Made available in DSpace on 2013-09-17T12:41:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertacao de Mestrado - Gabriel Sylvestre Ribeiro.pdf: 1533452 bytes, checksum: 8d2db7800d46ef716ec2f56b355c2d8e (MD5) Previous issue date: 2012-03-23 Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil O vírus da dengue é transmitido nas Américas por mosquitos Aedes aegypti. Este é adquirido através da picada em um hospedeiro em viremia e passa por intensa replicação em diferentes tecidos do inseto até tornar-se transmissível, após as partículas virais atingirem a luz das glândulas salivares. A partir deste momento o vírus pode ser inoculado, juntamente com a saliva, em todos os hospedeiros suscetíveis nos quais a fêmea se alimentar. Supõe-se que o vírus da dengue gere efeitos negativos sobre a biologia do mosquito, diminuindo o fitness dos indivíduos infectados. Apesar dos avanços recentes no conhecimento acerca de sua capacidade vetorial, ainda existem muitas lacunas na interação mosquito-vírus no par Ae. aegypti/dengue. Desta maneira, nosso objetivo é avaliar o impacto da infecção por DENV-2 no hábito alimentar do mosquito Ae. aegypti e, adicionalmente, monitorar a sobrevivência, longevidade, sucesso de oviposição e fecundidade de insetos infectados e controles. Duas populações foram testadas: Paea, confinada em laboratório desde 1994, e uma população de campo, coletada com o uso de ovitrampas em Tubiacanga (RJ). Fêmeas das duas populações foram aleatoriamente selecionadas para receber sangue infectado com 2x10-8 partículas de DENV-2 ou sangue com sobrenadante de cultura de célula livre de vírus, constituindo o grupo controle. Após a infecção oral, as fêmeas que estavam visualmente ingurgitadas foram confinadas individualmente em tubos de plástico. Ao longo de cinco semanas monitoramos aspectos de sua biologia e capacidade vetorial, tais como sua sobrevivência, fecundidade e cinco parâmetros do comportamento alimentar: tempo de início, o tempo gasto na localização do hospedeiro (camundongo anestesiado); o número de provas, quantas vezes a fêmea insere e retira sua probóscide do corpo do hospedeiro; tempo de prova, que termina quando notamos a inflação abdômen; o tempo de ingestão, que vai até a repleção total e retirada da probóscide do corpo do hospedeiro; tempo total de alimentação, a soma dos tempos de início, prova e ingestão. Utilizando uma análise de risco, fomos capazes de observar que a infecção pelo DENV-2 não modificou o hábito alimentar das fêmeas de Ae. aegypti. Por outro lado, a sobrevivência e a fecundidade foram menores quando a fêmea estava infectada com DENV-2. Através de uma ANOVA, observamos a influência da infecção na longevidade (F = 20,75 , gl = 1, P = 0,0001). A curva de sobrevivência das fêmeas infectadas apresentou queda significativamente mais intensa que a dos seus pares não-infectados (χ2 = 16,5, gl = 1, P < 0,001). Em relação à fecundidade, fêmeas infectadas têm menor sucesso de oviposição, ou seja, menor probabilidade de colocar ovos (χ2 = 14,40, gl = 3, p = 0,0024). Além disso, as fêmeas infectadas fazem a postura de um número significativamente menor de ovos do que seus pares não infectados. Dengue virus is transmitted in the Americas by Aedes aegypti mosquitoes. This virus is acquired from an infected host through the bite and undergoes intense replication in different tissues of the insect becoming transmissible only after the viral particles reach the lumen of salivary glands. From this moment on the virus can be inoculated with saliva into all susceptible hosts the female will eat. It is assumed that the dengue virus generates negative effects on the mosquito’s biology, decreasing the fitness of infected individuals. Despite recent advances in knowledge of the Ae. aegypti vectorial capacity, there are still many gaps in the knowledge of the interaction between Ae. aegypti / dengue. Thus, our goal is to evaluate the impact of infection with DENV-2 in the feeding habits of the mosquito Ae. aegypti and additionally monitor the survival, longevity, oviposition success and fecundity of infected and control insects. Two populations were tested: Paea, confined in the laboratory since 1994, and one from the field, collected using ovitraps in Tubiacanga (RJ). Females of both populations were randomly selected to receive blood infected with 2x10-8 particules of DENV-2 or blood culture supernatant from virus-free cells, constituting the control group. After oral infection, the visually engorged females were separated individually in plastic tubes. We have monitored, over five weeks, aspects of their biology and vectorial capacity, such as survival, fecundity and five parameters of their feeding behavior: start time, the time spent in locating the host (anesthetized mice); the number of probes, how many times the female inserts and takes off her proboscis; probing time, that ends when we notice the abdomen inflation; ingestion time, that goes until the total repletion and proboscis withdrawal from the mouse’s body; total feeding time, the sum of start, probing and ingestion times. Using a failure-time analysis, we were able to observe that infection with DENV-2 did not change the feeding habits of Ae. aegypti. Moreover, the survival and fecundity were lower when the female was infected with DENV-2. Using an ANOVA, we observed the influence of infection on longevity (F = 20.75, df = 1, P = 0.0001). The survivorship of infected females showed a significantly more intense mortality than that of their non-infected counterparts (χ2 = 16.5, df = 1, P <0.001). Regarding fecundity, infected females had a low oviposition success, i.e., they were less likely to lay eggs (χ2 = 14.40, df = 3, p = 0.0024). Moreover, the postures of infected females had significantly lower numbers of eggs than the ones from their uninfected peers. 2013-09-17T12:41:29Z 2013-09-17T12:41:29Z 2012 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis RIBEIRO, Gabriel Sylvestre. Impacto da infecção com o vírus dengue 2 no comportamento alimentar, longevidade e fecundidade de fêmeas de Aedes aegypti. 2012. 80f. Dissertação (Mestrado em Biologia Parasitária) - Fundação Oswaldo Cruz, Insituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, 2012. https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6914 por info:eu-repo/semantics/openAccess Instituto Oswaldo Cruz reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ instname:Fundação Oswaldo Cruz instacron:FIOCRUZ |