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Previous issue date: 2007 === A evolução da tecno-ciência, na área de terapia intensiva, vem possibilitando o aumento da sobrevida de pacientes portadores de doenças incuráveis. Esses pacientes, quando se encontram em estágio terminal de doença e são submetidos ao vasto aparato tecnológico, disponível nas UTI, são capazes de permanecer vivos por longos períodos e acabam por apresentar um risco aumentado para infecção hospitalar. O tratamento de todas as complicações infecciosas decorrentes dessa assistência, não é capaz de promover a cura desses pacientes, mas tão somente de postergar a morte, quase sempre à custa de muita dor e muito sofrimento; além disso, favorece a emergência de patógenos cada vez mais resistentes aos antimicrobianos, que, pela possibilidade de transmissão cruzada, passam a representar um risco aos demais pacientes vulnerados e internados na mesma unidade e, ainda, um risco a futuros pacientes, já que o uso indiscriminado de antimicrobianos pode levar a um futuro sem opções terapêuticas. Surge, então, uma série de conflitos de natureza moral, que são abordados no presente estudo e analisados à luz das bioéticas principialista e da proteção. Concluímos que as decisões relacionadas ao fim da vida, em UTI, devem ser fruto de uma ponderação entre todos os princípios da bioética principialista, mas que, num momento em que a resistência aos antimicrobianos representa um sério problema de saúde pública mundial, cabe aos governantes a elaboração de medidas de proteção, no sentido de se evitar o uso fútil de antimicrobianos,nesses pacientes.
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