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Previous issue date: 2016 === Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil === A malária é uma doença parasitária prevalente principalmente em regiões tropicais e subtropicais do mundo. Indivíduos infectados com Plasmodium vivax, mais prevalente espécie do parasito no Brasil, apresentam dentre outras características, a anemia como uma das principais complicações. Além disso, essa espécie é capaz de desenvolver hipnozoítos que podem levar ao reaparecimento dos sintomas em episódios denominados recaídas. No entanto, os mecanismos responsáveis pela
ativação desses hipnozoítos ainda são desconhecidos. O metabolismo do ferro tem
sido associado com o desenvolvimento de diversos organismos, inclusive
Plasmodium, além de estar envolvido em distúrbios hematológicos, como a anemia.
Assim, a hipótese investigada neste trabalho é que as moléculas envolvidas na
homeostase do ferro podem ser utilizadas como biomarcadores de recaída e/ou de
anemia através da análise dos polimorfismos C282Y e H63D no gene da hemocromatose (HFE) e C326Y/S no gene da ferroportina (FPN). Os indivíduos analisados foram divididos segundo os dois grandes temas desse estudo: (1) indivíduos que tiveram uma ou múltiplas recaídas por P. vivax e (2) indivíduos
anêmicos e não anêmicos infectados por P. vivax. A frequência do polimorfismo
H63D identificada no grupo de múltiplas recaídas foi de 17%, enquanto que no grupo
de uma recaída foi de apenas 2%. Não foi observada diferença significativa entre
indivíduos anêmicos e não anêmicos para os polimorfismos HFE H63D e C282Y.
Tanto no grupo de anemia quanto no grupo de recaída não foram encontrados os
polimorfismos C326Y e C326S no gene da ferroportina. Os resultados obtidos nesse
estudo evidenciam que o polimorfismo HFE H63D pode estar relacionado ao acúmulo de ferro nos indivíduos com múltiplas recaídas, sugerindo que esse polimorfismo pode ser considerado um biomarcador de múltiplas recaídas. Além disso, esses resultados abrem a perspectiva de realização de novos estudos que contribuam para a elucidação dos mecanismos que desencadeiam as múltiplas
recaídas. Esses resultados podem inclusive contribuir para novas estratégias nos
programas de eliminação da malária, como projetos de monitoramento de indivíduos
que possuam predisposição ao acúmulo de ferro, e também resistência ao tratamento, principalmente nas áreas endêmicas. === Malaria is one of the most prevalent parasitic diseases in tropical and subtropical regions of the world. Plasmodium vivax, the major species of the parasite in Brazil, has among other characteristics: anemia as one of the main symptoms, and the
ability to develop latent forms in the liver, called hypnozoites, responsible for the reappearance of symptoms months or even years after infection. However, the
mechanisms accountable for activation of these hypnozoites are still unknown. The
iron metabolism has been associated with the development of many organisms, including Plasmodium, as well as being involved in hematological disorders such as anemia. Therefore, the hypothesis of this study is that the molecules involved in iron
homeostasis can be used as biomarkers of relapse and/or anemia by analysis of the
polymorphisms C282Y and H63D in the hemochromatosis gene (HFE) and C326Y/S
in the ferroportin gene (FPN). The individuals analyzed were divided according to the two areas of this study: Relapse and anemia. By PCR-RFLP were found 33%
heterozygotes for the HFE H63D polymorphism and only 4% heterozygous (n=35).
The frequency of the HFE H63D polymorphism in multiple relapses group was 17% of the mutated allele, while in the group of one relapse was 2%. There was no significant difference between anemic and non-anemic individuals for HFE H63D and C282Y polymorphism. In both groups of anemia and relapse the C326Y and C326S polymorphisms were not found in the ferroportin gene. The results of this study show that the HFE H63D polymorphism may be related to the accumulation of iron in individuals with multiple relapses, suggesting that this polymorphism can be considered a biomarker of multiple relapses. Moreover, these findings open up the prospect of new studies that contribute to the elucidation of the mechanisms that trigger multiple relapses. These results may contribute to new strategies for malaria elimination programs, such as monitoring projects of individuals who have predisposition to iron accumulation, especially in endemic areas
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