Análise espaço-temporal do desacoplamento dos padrões de fogo e desmatamento na Amazônia

Em meados da última década as taxas de desmatamento na Amazônia Legal entraram em declínio. Diversos fatores influenciaram este processo, tais como: (1) a contribuição de intervenções políticas, (2) iniciativas de setores privados e (3) condições de mercado. No entanto, quando comparado à ocorrência...

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Bibliographic Details
Main Author: Laura Barbosa Vedovato
Other Authors: Luiz Eduardo Oliveira e Cruz de Aragão
Language:Portuguese
Published: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) 2016
Online Access:http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m21b/2016/03.22.23.21
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Para isso, foram testadas três hipóteses não exclusivas que afirmam que esse padrão pode estar associado a (H1) um aumento das áreas fragmentadas na floresta Amazônica, (H2) um aumento da frequência de secas na região e (H3) aumento de florestas secundárias e degradadas na região. Para tanto, foi mapeada e quantificada a fragmentação da floresta Amazônica, e analisada as tendências temporais da ocorrência dos focos de calor, taxas de desmatamento, classes de fragmentação, degradação florestal, secundarização florestal e frequência das secas na Amazônia. Os resultados da análise de fragmentação considerando o parâmetro de 120m, para o ano de 2014, mostraram que 2.956.746 km$^{2}$ da Amazônia brasileira constituem áreas contínuas (classe Core). Contudo, 56.494km$^{2}$ , 119.057km$^{2}$, 10.228km$^{2}$ e 42.170km$^{2}$ encontram-se fragmentados dentro das respectivas classes: Corredor, Borda, Ilha e Perfuração. O resultado da análise de correlação por pixel para a série temporal de 2003 a 2014 indicou que a classe de fragmentação Corredor de 120m, apresentou a maior quantidade de células significativas positivas (p< 0,1) correspondendo a 23,9\% (844 células) de todas as células analisadas, seguida pela classe déficit hídrico (22\% - 808 células) e pela classe desmatamento (21,7\% - 718 células). Conclui-se, portanto, que a fragmentação da Amazônia, especialmente a formação de Corredores e eventos de seca podem exacerbar o efeito direto do desmatamento sobre a incidência de queimadas em parte da Amazônia brasileira. O entendimento dessas relações é uma etapa crítica para subsidiar planos de mitigação dos impactos do fogo nesta região. Since the middle of the last decade, deforestation rates in the Amazon have declined. This process was due to a number of factors such as: (1) the contribution of policy interventions, (2) private sector initiatives and (3) market conditions. However, the occurrence of fires did not show the same pattern of decline as deforestation rates, indicating a decoupling between these processes. Therefore, this study aims to understand the main mechanisms that cause this current decoupling observed between fires and deforestation in the Brazilian Amazon. For this, three non-exclusive hypotheses were tested stating that this pattern may be associated with (H1) an increase in fragmented areas in the Amazon forest, (H2) an increase in the frequency of droughts in the region and (H3) an increase in secondary and degraded forests area in the region. For testing these hypotheses the fragmentation of the Amazon forest was mapped and quantified. Temporal trends in fragmentation was then analyzed and subsequently correlated with the occurrence of hot spots, rates of deforestation, fragmentation classes, forest degradation, secondary forest and frequency of droughts in the Amazon between 2003 and 2014. The results of the fragmentation analysis considering the distance parameter of 120m showed that in 2014 2.956.746 Km$^{2}$ of the Brazilian Amazon encompass continuous areas (core class). However, 56.494km$^{2}$, 119.057km$^{2}$, 10.228km$^{2}$ and 42.170km$^{2}$ were classified as fragmented within their respective classes: corridor, edge, isle and perforation. The results of the pixel-based correlation analysis indicated that the class identified as fragmentation edge with 120m had the highest amount of significantly positive cells (p <0.1) corresponding to 23.9\% (844 cells) of all cells analyzed, followed by the class water déficit (22\% - 808 cells) and deforestation class (21.7\% -718 cells). This study demonstrated that fragmentation of the Amazon, especially the formation of corridors combined with drought events may exacerbate the direct effect of deforestation on the incidence of fires in parts of the Brazilian Amazon. 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