Análise da dispersão de larvas de lagostas no Atlântico tropical a partir de correntes geotróficas superficiais derivadas por satélites
Três espécies de lagostas espinhosas são comercialmente pescadas na costa do Brasil (Panulirus argus, P. laevicauda e P. echinatus), representando uma entrada de divisas da ordem de 50 a 60 milhões de dólares. Estas espécies apresentam uma fase larval longa (cerca de 12 meses), possibilitando que as...
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Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
2006
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Três espécies de lagostas espinhosas são comercialmente pescadas na costa do Brasil (Panulirus argus, P. laevicauda e P. echinatus), representando uma entrada de divisas da ordem de 50 a 60 milhões de dólares. Estas espécies apresentam uma fase larval longa (cerca de 12 meses), possibilitando que as larvas sejam transportadas pelas correntes oceânicas por grandes distâncias, uma vez que estas não apresentam apêndices natatórios eficientes. Assim, questiona-se como ocorre a manutenção dos estoques pesqueiros em áreas onde as correntes oceânicas advectam as larvas para zonas distantes da costa. Para estudar a dispersão das larvas de lagostas foram analisadas as rotas de dispersão ao longo do Atlântico tropical (20°N-15°S; 15°E-45°W) para se verificar a possível conectividade entre os diferentes estoques presentes nesta região. Foi utilizado um modelo advectivo-difusivo que atualiza a posição das larvas diariamente, utilizando dados de velocidade geostrófica superficial derivadas de satélites altímetros. Os valores de velocidade das componentes geostróficas foram correlacionados com as velocidades obtidas a partir de bóias de deriva, apresentando uma alta correlação (componente zonal r = 0,94; componente meridional r = 0,65), indicando que as velocidades geostróficas representam realisticamente a circulação local. Os coeficientes de difusividade turbulenta incorporados ao modelo foram calculados a partir dos dados de derivadores presentes na área de estudo, estimando-se um valor médio que representasse a difusividade zonal (kx = 3970m2/s) e meridional (ky = 2050m2/s). As simulações de dispersão de larvas revelaram que, de acordo com a circulação média, as larvas desovadas na costa da África ficam retidas no entorno da área de desova, recompondo seus próprios estoques, sugerindo a inviabilidade dos estoques africanos manterem os estoques de lagostas da costa brasileira. Segundo as simulações os estoques da costa nordeste do Brasil são mantidos principalmente pelo aporte de larvas provenientes das ilhas oceânicas (Atol das Rocas, Arquipélagos de Fernando de Noronha e São Pedro e São Paulo). É possível, entretanto, que as ilhas no meio do Atlântico (p.ex. Ascensão) sirvam de trampolins ecológicos entre os continentes Africano e Sul-Americano. === Three species of spiny lobster are harvested along the Brazilian coast (Panulirus argus, P. laevicauda and P. echinatus). The annual revenue amounts 50 to 60 million US dollars. These species have a relatively long planktonic larval phase (about one year), that enables the mean ocean currents to transport the larvae over long distances away from the original spawning area. This raises the question of how the adult stock can be maintained in regions where the mean flow tends to advect larvae. To answer this question we investigate the larval dispersion across the tropical Atlantic (20°N-15°S; 15°E-45°W) to verify possible connectivities among different stocks. We use an advection-diffusion model that updates the position of each larva everyday, along 365 days using the surface geostrophic velocity fields derived from altimeter satellites. These velocities were correlated with drifting buoys velocities, resulting in a good agreement for both the zonal component (r = 0,94) and the meridional component (r = 0,65). This indicates that the satellite-derived geostrophic flow represents a good approximation of the real velocity field for the region. The coefficient of diffusivity used in the model was calculated from the velocities of drifting buoys and a mean value was estimated to represent the zonal diffusivity (kx = 3970m2/s) and the meridional diffusivity (ky = 2050m2/s). Results of the spawning simulations in the coast of Africa indicate that the larval stock does not spread far from the spawning area, suggesting that the African stocks can not sustain the Brazilian stocks. Simulations also indicate that the Brazilian stocks could be maintained with larvae input from oceanic islands (Fernando de Noronha, São Pedro/São Paulo Archipelagos and Atol das Rocas). It is possible, however, that middle Atlantic Islands, such as Ascension Island, act as stepping-stones between the African and the South-American continents. |
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Assim, questiona-se como ocorre a manutenção dos estoques pesqueiros em áreas onde as correntes oceânicas advectam as larvas para zonas distantes da costa. Para estudar a dispersão das larvas de lagostas foram analisadas as rotas de dispersão ao longo do Atlântico tropical (20°N-15°S; 15°E-45°W) para se verificar a possível conectividade entre os diferentes estoques presentes nesta região. Foi utilizado um modelo advectivo-difusivo que atualiza a posição das larvas diariamente, utilizando dados de velocidade geostrófica superficial derivadas de satélites altímetros. Os valores de velocidade das componentes geostróficas foram correlacionados com as velocidades obtidas a partir de bóias de deriva, apresentando uma alta correlação (componente zonal r = 0,94; componente meridional r = 0,65), indicando que as velocidades geostróficas representam realisticamente a circulação local. Os coeficientes de difusividade turbulenta incorporados ao modelo foram calculados a partir dos dados de derivadores presentes na área de estudo, estimando-se um valor médio que representasse a difusividade zonal (kx = 3970m2/s) e meridional (ky = 2050m2/s). As simulações de dispersão de larvas revelaram que, de acordo com a circulação média, as larvas desovadas na costa da África ficam retidas no entorno da área de desova, recompondo seus próprios estoques, sugerindo a inviabilidade dos estoques africanos manterem os estoques de lagostas da costa brasileira. Segundo as simulações os estoques da costa nordeste do Brasil são mantidos principalmente pelo aporte de larvas provenientes das ilhas oceânicas (Atol das Rocas, Arquipélagos de Fernando de Noronha e São Pedro e São Paulo). É possível, entretanto, que as ilhas no meio do Atlântico (p.ex. Ascensão) sirvam de trampolins ecológicos entre os continentes Africano e Sul-Americano. Three species of spiny lobster are harvested along the Brazilian coast (Panulirus argus, P. laevicauda and P. echinatus). The annual revenue amounts 50 to 60 million US dollars. These species have a relatively long planktonic larval phase (about one year), that enables the mean ocean currents to transport the larvae over long distances away from the original spawning area. This raises the question of how the adult stock can be maintained in regions where the mean flow tends to advect larvae. To answer this question we investigate the larval dispersion across the tropical Atlantic (20°N-15°S; 15°E-45°W) to verify possible connectivities among different stocks. We use an advection-diffusion model that updates the position of each larva everyday, along 365 days using the surface geostrophic velocity fields derived from altimeter satellites. These velocities were correlated with drifting buoys velocities, resulting in a good agreement for both the zonal component (r = 0,94) and the meridional component (r = 0,65). This indicates that the satellite-derived geostrophic flow represents a good approximation of the real velocity field for the region. The coefficient of diffusivity used in the model was calculated from the velocities of drifting buoys and a mean value was estimated to represent the zonal diffusivity (kx = 3970m2/s) and the meridional diffusivity (ky = 2050m2/s). Results of the spawning simulations in the coast of Africa indicate that the larval stock does not spread far from the spawning area, suggesting that the African stocks can not sustain the Brazilian stocks. Simulations also indicate that the Brazilian stocks could be maintained with larvae input from oceanic islands (Fernando de Noronha, São Pedro/São Paulo Archipelagos and Atol das Rocas). 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