Summary: | É do domínio comum que a violência juvenil tem assumido proporções alarmantes, no Brasil e nas diversas partes do mundo. Em nosso País, deparamo-nos com uma realidade em que a violência, nas suas mais diversas formas de expressão, tem estado presente, fazendo parte, por vezes, dos modelos de identificação de muitos de nossos adolescentes, servindo-lhes, inclusive, de padrão de conduta e forma de auto-afirmação. Fazemos parte de uma cultura que convive, condescendentemente, com um cenário em que crianças e jovens perambulam, sem rumo, pelas ruas de nossas cidades. Os atos de violência, que daí resultam, caem, facilmente, no
domínio da banalidade e do lugar comum, perdendo, gradativamente, o caráter de extraordinário e de brutal que lhe é inerente. Trata-se de um trabalho que tem por objeto de estudo a violência juvenil. Focalizamos a Cultura brasileira, enfocamos a Família contemporânea, discutimos o papel da
Mídia e, por fim, vimos como todas as forças e fluxos advindos de diversas instâncias, interagem no sentido da constituição da subjetividade de um adolescente violento. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na perspectiva fenomenológica. Utilizamos o diálogo como ponto de partida. Ele aconteceu, através de depoimentos colhidos, como registro da experiência de representantes da cultura, acerca da violência juvenil. Ouvimos um juiz da Vara da Infância e da Juventude, uma jornalista, e membros de duas famílias, cujos filhos estiveram envolvidos com atos de violência, seja na condição de vítima ou de autor. O procedimento de análise foi o da compreensão das informações colhidas via depoimentos. Foram feitas articulações com o pensamento de teóricos
que tratam da questão. Em nossa análise, identificamos aspectos da Cultura Brasileira que funcionam como facilitadores da expressão de violência; deparamo-nos com uma família fragilizada e pouco comprometida com a educação dos filhos; vimos uma sociedade omissa e pouco sensível à causa da infància; encontramos políticos indiferentes à pobreza no país; assistimos a uma Mídia superficial, cujo
compromisso maior se faz com interesses escusos de uma Economia de Mercado, em que princípios éticos e morais não ditam as regras de conduta e de convivência social. Ficamos frente a frente com o homem contemporâneo em seu
desamparo. Por fim, reconhecemos, na violência, toda a potência do caos; não apenas no teor de sua destrutividade, mas também, em seu potencial criador, desde que, para tanto, o reconheçamos em toda a sua processualidade === It is in common authority that juvenile violence has reached alarming proportions in Brazil and in other parts of the world. In our country, it is evident that where the
violence, in its most diverge forms of expression has been present, forming part, and at times, the model of identification in many of our adolescent, serving them as a
standard form of conduct and self affirmation. We form part of a culture, which cohabits condescendingly in a scene, where children and young people walk about aimlessly in the streets of our cities. The acts of violence which follow,
falI easily in the ruIe of vulgarity and commonplace, so gradually loosing the extraordinary character and brutality, which is inherent. This study is on juvenile
violence. The focus was on the Brazilian Culture paying special attention to the contemporary Family, the role of the media was discussed, and, in the end, concluded that the effect of alI these diverge factors interacted with the subjectivity of juvenile violence. It is interesting that the violence, while the situation affects mankind, and treating this research qualitatively, in a phenomenal perspective, the dialogue was the starting point. This dialogue was from the collected evidence, such as the notes from the experience of representatives of the culture near to the juvenile violence. A judge from the Child and Juvenile Court, a journalist and members of two of the families, whose children were involved in acts of violence, either as a victim or attacker, were interviewed. The method of analysis was an understanding of the collected information from the evidence in contrast to the theoretic ideas in question. Aspects of the Brazilian Culture which facilitate the expression of violence were identified in the study; it brought to light a fragile and uncompromising family regarding the education of their children; a negligent and insensitive Society to the needs of the children; politicians indifferent to the poverty of the country; a superficial Media where the emphasis is in the hidden interest of the Market Economy, where Ethics and Morality do not dictate the ruIes of conduct and social
act. We are face to face with contemporary man in his abandonment. In the end we recognize in violence alI the potential of chaos, not only in the manner of its
destructiveness, bust also in the breeding potential, from which, however, we recognise it in its legal proceedings
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