Summary: | Objetivou-se nesse estudo, compreender a percepção atribuída ao modelo de assistência a portadores de transtorno mental do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Adélia Bizzo Xaia em Muriaé-MG, pelos profissionais dessa instituição e pelos usuários, buscando-se a inclusão e aceitação desses no convívio familiar e comunidade local e identificar como o meio ambiente influencia na saúde mental, além de caracterizar o perfil e patologias mais incidentes. A problematização refere-se à necessidade de compreender o modelo de atendimento e manutenção dos indivíduos com transtornos mentais atendidos e assistidos, uma vez que estes, não conseguem se (re)inserir no convívio com a família e a sociedade como um todo, considerando-se suas limitações na convivência. Este estudo tem caráter descritivo, qualitativo e busca-se um entendimento sobre os procedimentos de atendimento aos usuários. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados questionário e entrevista semi-estruturada, além da observação participante com alguns usuários no período de janeiro de 2007 a junho de 2008. Dos 45 usuários em regime intensivo, foram inquiridos 20 (44%) por meio de sorteio e 6 profissionais que trabalham nessa unidade, sendo um médico-psiquiatra, uma psicóloga, uma enfermeira, um técnico em enfermagem, um monitor de oficina e um auxiliar de serviços gerais. Concluiu-se que a percepção dos usuários foi positiva em relação ao trabalho desenvolvido no CAPS; chegando a referirem-se como sua segunda casa e às vezes como sua primeira; a loucura continua ainda hoje como um enigma que desperta uma variedade de sentimentos, concepções e buscas, onde o homem se limita apenas a buscar uma compreensão ainda difícil de alcançar; existe um distanciamento entre o discurso e a prática, indicando diferentes modos de lidar com a loucura por parte dos profissionais, gestores, instituições (CAPS) e famílias; os usuários não estão inseridos na dinâmica da comunidade, família, associações de qualquer classe e até do próprio CAPS.
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