Summary: | As áreas urbanas da região Leste de Minas configuram-se como espaços complexos e problemáticos, decorrentes de um crescimento rápido e desordenado. São comuns as ocupações favelizadas em áreas de risco desprovidas de condições mínimas de moradia. O presente estudo objetivou avaliar a relação entre o crescimento urbano e a susceptibilidade ao deslizamento de encostas na microbacia do córrego São João, Caratinga - MG. Foram utilizados ortofotocartas de 1986 e dados do sensor LIDAR de 2006, sistema de informações geográficas e trabalhos de campo. Inicialmente, procedeu-se à analise do direcionamento do crescimento urbano, sendo produzidos mapas da malha urbana na microbacia, no ano de 1986 e no ano de 2006. O mapeamento de uso e cobertura dos solos e o de risco aos deslizamentos de encostas foi elaborado com base nos dados topográficos fornecidos pelo LIDAR 2006. O relevo da microbacia do Córrego São João é forte ondulado, formado por encostas convexas-convexas com ocorrência de Latosolos, ravinas anfiteátricas com ocorrência de Cambisolos, terraços aluviais antigos com Argissolos e Planícies fluviais com Gleissolos. A vegetação predominante são pastagens degradadas. Com base na topografia e no tipo de solo, foi gerado o mapa de riscos. Através da correlação com as ocorrências da defesa civil de Caratinga, foi possível validar o mapa de risco gerado. Foi constado um crescimento urbano de 25,6% nos últimos 20 anos, sendo que cerca de 56 % deste crescimento ocorreram em áreas de risco alto a muito alto ao deslizamento de encostas. As ruas localizadas nestas áreas, em sua maioria, são de difícil acesso, desprovidas de rede de esgoto e rede fluvial. A ausência do poder público, na fiscalização dos loteamentos sem planejamento, acaba gerando demandas para a administração municipal, que se vê obrigando a dar assistência aos moradores que ocupam irregularmente áreas de risco. Faz-se necessária a ação do poder público para a criação de Zonas de Especial Interesse Social (ZEIS) no âmbito do Plano Diretor.
|