Summary: | A extensiva utilização de pesticidas pode acarretar significativas alterações relacionadas à saúde humana e ambiental. Pesticidas organofosforados e carbamatos têm sido os maiores responsáveis por inúmeros casos de intoxicações e óbitos em todo o mundo. O presente estudo visou analisar as condições ocupacional-ambientais e de saúde de 30 trabalhadores rurais. Utilizou-se um questionário semi-estruturado adaptado, análise da atividade das colinesterases sanguíneas, dos eosinófilos absolutos, hematócrito e medida de pico de fluxo expiratório para a coleta de dados. Todos os trabalhadores eram do sexo masculino, 50% meeiros, predominando a faixa etária de 15 a 21 anos ( amp;#61504; 37% ), a escolaridade de 1 a 4 anos (47%), o tempo de serviço de 61 a 120 meses (43,33%) e a faixa salarial de até um salário mínimo vigente (66,67%). Os organofosforados inseticidas foram os pesticidas mais utilizados. Para o preparo e aplicação dos pesticidas, os equipamentos de proteção individual eram utilizados de forma incompleta. Dos trabalhadores entrevistados 28,33 % relataram sintomas relacionados à exposição aos pesticidas. Detectou-se diminuição da atividade da colinesterase eritrocitária de 74% dos trabalhadores, mas apenas um foi considerado intoxicado. Observou-se aumento de eosinófilos em 85% dos hemogramas. Não houve diferença significativa entre as medidas de pico de fluxo expiratório (PFE) antes e após exposição aguda aos pesticidas pelo teste t de Student (p amp;#8804; 0,05) nem correlação significativa entre as variáveis de estudo (idade, tempo de serviço, eosinófilos, hematócrito, picos de fluxos expiratórios e colinestersases sanguíneas). O perfil dos trabalhadores aponta para urgentes compromissos no sentido de criar políticas de assistência técnica e campanhas educativas capazes de reduzir os riscos de intoxicação bem como de ampliar os fatores de proteção à saúde desses trabalhadores rurais.
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