| Summary: | A escola é crucial para a construção e a legitimação de quem somos. É o lugar onde as crianças e os adolescentes se expõem, geralmente pelas primeiras vezes e em grande parte do dia, aos significados que constituem modos de presença no mundo e que atestam ou não as maneiras como as identidades são alicerçadas. Tal afirmativa serviu de base para esta pesquisa. Apoiados em uma investigação descritivo-analítica qualitativa de natureza etnográfica, buscamos compreender, a partir de animações produzidas por educandos de um cursinho popular pré-vestibular de Itu, concedidas no ano de 2015 e que projetaram imaginários comuns das salas de aula, as estruturas pilares dos processos interacionais escolares. Nesse sentido, também procuramos unir às reflexões algumas considerações em torno das linguagens próprias do gênero curta-metragem de animação, aliadas aos seus sincretismos e composição, discutindo como se deram (e poderiam se dar, hipoteticamente) seus usos, atuações e materialidades nas esferas formais do saber. Em termos gerais, observamos que o cotidiano escolar, apesar de um complexo sistema de interações, é atravessado de forma drástica por um regime de interação do tipo programada-rotineira, maior responsável pela desatenção, frustração, desobediência e pelo não-sentido das práticas mais usuais dos estudantes, inclusive as dedicadas às tecnologias contemporâneas. De tais diagnósticos surgiram proposições e referências de alguns dos problemas-chave dos processos de ensino-aprendizagem (por contraposição, soluções-chave) e encaminhamentos pedagógicos mais otimizados. Para as análises, o instrumental teórico-metodológico utilizado foi o da semiótica de linha francesa. Mais especificamente, a sociossemiótica. Por essas vias, partimos dos textos às vivências, ao encontro de dispositivos analíticos para as práticas de ser/estar no mundo em meio às dinamicidades e condições emergenciais de sentido, nas quais os objetos adquirem significação em ato, alinhando-se ao sensível. === The school is crucial to the construction and the legitimacy of who we are. It is the place where children and teenagers are exposed, usually for the first time and at great part of the day, to the meanings that constitute ways of presence in the world and attest or not the ways in which the identities are grounded. Such statement served as the basis of this research. Supported on a descriptive-analytical qualitative investigation using an ethnographic approach, we seek to understand, based upon animations produced by students from a popular preparatory course for university entrance from Itu, conceived in 2015 and which have projected common classroom imaginary, to the basis structures of the interactional processes at school. In this perspective we aimed to link to these reflexions some considerations around the typical language used in short animations, related to its syncretism and composition, discussing how its usages, performance and materialities occurred (and could occur, hypothetically) in the formal spheres of the knowledge. In general terms, we observed that the school routine, despite of its complex system of interactions, is drastically crossed by a regime of interaction in a routinely programmed type, major cause of the lack of attention, frustration, disobedience and of the difficulty in finding sense in the most common students practices, including those dedicated to contemporary technologies. From these diagnoses, propositions and references to some of the key-problems included in the teaching learning process (in contrast, the key-solutions) and more accurate pedagogical follow-ups arose. To these analyses, the theoretical-methodological instrumental applied was the French semiotics. To be more specific, the social semiotics. Through these ways, from texts to experiences, analytical devices to the practices of being in the world around dynamics and emergency conditions of sense were found, in which the objects obtain their meaning in act, aligning to the sensible.
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