Estilos parentais e risco de problemas de comportamento em crianças inseridas em um serviço de proteção básica do Sistema Único de Assistência Social

A infância caracteriza-se por um período importante do desenvolvimento humano de forma que o comportamento infantil tem sido alvo de muitos estudos ao longo do tempo. Problemas de comportamento constituem o foco de várias dessas pesquisas. Estudos sugerem que a forma como os pais interagem com os fi...

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Bibliographic Details
Main Author: Liliane Wielewski Pobbe Mainardes
Other Authors: Márcia Cristina Caserta Gon .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Análise do Comportamento. 2018
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000218106
Description
Summary:A infância caracteriza-se por um período importante do desenvolvimento humano de forma que o comportamento infantil tem sido alvo de muitos estudos ao longo do tempo. Problemas de comportamento constituem o foco de várias dessas pesquisas. Estudos sugerem que a forma como os pais interagem com os filhos influencia diretamente no comportamento infantil. Fatores de risco, como vulnerabilidades socioeconômicas, constituem-se em variáveis que influenciam a família e tem efeito considerado indesejável ou negativo para o desenvolvimento infantil. Sob uma perspectiva analítico-comportamental, todo e qualquer comportamento, por mais complexo que seja, observável ou encoberto, pode ser compreendido a partir do estudo das interações entre organismo e ambiente que produzem alterações recíprocas. Assim, este trabalho objetivou verificar se existem relações entre estilos parentais e risco de problemas de comportamento em crianças inseridas no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) de um município do Estado do Paraná. A pesquisa foi desenvolvida em quatro etapas: (1) levantamento e identificação dos cuidadores de crianças entre 6 e 11 anos inseridas no SCFV; (2) contato e convite para a participação da pesquisa; (3) coleta de dados: aplicação dos instrumentos - Questionário de Capacidades e Dificuldades - SDQ (Fleitlich, Cartázar, & Goodman, 2000) e Inventário de Estilos Parentais - IEP (Gomide, 2006); e (4) correção dos instrumentos aplicados e análise dos resultados. Verificou-se que a maioria das famílias inseridas no SCFV que compõem a amostra pesquisada, apresentaram um estilo parental de risco. Os resultados do SDQ revelaram a possibilidade de existir sintomas emocionais e problemas de conduta com escore clínico ou limítrofe em mais da metade das crianças cujos cuidadores participaram da pesquisa. Mais da metade das crianças cujos cuidadores obtiveram iep classificado como regular ou de risco (56,7%), apresentaram um total de Dificuldades/Problemas de Comportamento considerado limítrofe ou clínico (57,1%), enquanto que as crianças cujos cuidadores apresentaram iep classificado como bom ou ótimo (48%), 62% revelaram resultado saudável para o total de Dificuldades/Problemas de Comportamento. Observou-se ainda que a porcentagem por escala de Dificuldades/Problemas de Comportamento para limítrofe e clínico nas crianças cujos cuidadores apresentaram iep regular ou de risco é consideravelmente mais elevada quando comparada a crianças cujos cuidadores obtiveram bom ou ótimo como resultado do IEP. Os dados receberam tratamento estatístico (teste de correlação de Spearman) em que se verificou correlações negativas entre iep e as escalas de Problemas de Conduta e Hiperatividade (E2 e E3 em SDQ). Concluiu-se que existem indicativos de interdependências comportamentais entre estilos parentais e problemas de comportamento na amostra da população estudada. === Childhood is characterized by an important period of human development so that child behavior has been the subject of many studies over time. Behavioral problems are the focus of several research. Studies also suggest that how parents interact with their children influences directly on child behavior. Risk factors such as socioeconomic vulnerabilities constitute variables that influence the family and have an effect considered undesirable or negative for child development. From an analytic-behavioral perspective, any behavior, however complex, observable or covert, can be understood from the study of interactions between organism and environment that produce reciprocal changes. Thus, this work intends to verify if there are relationship between parental styles and risk of behavior problems in children enrolled in the Service of Interaction and Strengthening of Bonds (SCFV) of a municipality in the State of Paraná. The research was carried out in four stages: (1) survey and identification of caregivers of children between 6 and 11 years old enrolled in the Service of Interaction and Strengthening of Bonds (SCFV); (2) contact and invitation to participate in the research; (3) data collection: application of the instruments – Questionnaire of Abilities and Difficulties - SDQ (Fleitlich, Cartázar, & Goodman, 2000) and Inventory of Parental Styles - IEP (Gomide, 2006); and (4) correction of applied instruments and analysis of the results. It was verified that the majority of the families inserted in the SCFV that compose the researched sample, presented a parental style of risk. SDQ results revealed the possibility of emotional symptoms and behavioral problems with clinical or borderline scores in more than half of the children whose caregivers participated in the study. More than half of the children whose caregivers had been classified as regular or at risk (56,7%), had a total of Difficulties/Behavioral Problems considered as borderline or clinical (57,1%), while children whose caregivers presented a good or excellent iep (48%), 62% revealed healthy outcome for the total of Difficulties/Behavioral Problems. It was also observed that the percentage by scale of Difficulties/Behavioral Problems for borderline and clinical in children whose caregivers presented regular or risky iep is considerably higher when compared to the assessment of Difficulties/Behavioral Problems by scale of the children in which their respective caregivers obtained good or great as a result of the IEP. The data received statistical treatment (Spearman correlation test) in which negative correlations were observed between iep and the Conductivity and Hyperactivity Problems scales (E2 and E3 in SDQ). It was concluded that there is indicative of behavioral interdependencies between parental styles and behavioral problems in the sample of the study population.