A adição de um treino cognitivo à fisioterapia melhora o equilíbrio de indivíduos com doença de Parkinson? Ensaio clínico aleatório

Introdução: Há intrínseca relação entre a instabilidade postural e as disfunções cognitivas na doença de Parkinson (DP), o que confirma a importância de tratamentos que combinem tarefas motoras e cognitivas, de maneira a oferecer benefícios adicionais a estes pacientes. Objetivo: Verificar a efetivi...

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Bibliographic Details
Main Author: Marcelle Brandão Terra
Other Authors: Suhaila Mahmoud Smaili Santos .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina, Universidade Norte do Paraná. 2018
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000217638
Description
Summary:Introdução: Há intrínseca relação entre a instabilidade postural e as disfunções cognitivas na doença de Parkinson (DP), o que confirma a importância de tratamentos que combinem tarefas motoras e cognitivas, de maneira a oferecer benefícios adicionais a estes pacientes. Objetivo: Verificar a efetividade da adição do treino cognitivo à fisioterapia motora em comparação à fisioterapia motora no equilíbrio de indivíduos com doença de Parkinson. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico aleatório, no qual os indivíduos foram randomizados e submetidos a dois protocolos de tratamento: o Grupo Motor (GM; n=29) realizou treino de equilíbrio, com duração de 60 minutos; o Grupo Cognitivo Motor (GCM; n=29) foi submetido ao mesmo protocolo de treino de equilíbrio acrescidos ao final de cada terapia 30 minutos de atividades de estimulação cognitiva, envolvendo atividades de memória, cálculo, concentração e orientação espacial. Ambos os grupos realizaram 32 sessões de tratamento (4 meses), com supervisão direta e individualizada e frequência de duas vezes semanais. As avaliações foram realizadas em 3 momentos: pré-intervenção, pós-intervenção e após 3 meses do término da intervenção (follow up), pelos seguintes instrumentos: Escala Unificada para a Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS); Balance Evaluation Systems Test (BesTest); Timed up and go e Timed up and go associado a dupla-tarefa. Resultados: Quanto à UPDRS, foram verificadas diferenças significantes para o GCM, quando considerado o efeito tempo, no domínio II - atividades de vida diária (pré vs pós e pré vs follow up) no domínio III - exame motor (pré vs pós) e na pontuação total (pré vs. pós); no GM foi verificada diferença na pontuação total da UPDRS (pré vs. pós). No BesTest houve diferença significante para o GCM na seção I – restrições biomecânicas (pré vs pós e pré vs follow up), na seção III – transições e ajustes posturais antecipatórios (pré vs pós e pré vs follow up), na seção VI – estabilidade na marcha (pré vs pós e pré vs follow up) e na pontuação total (pré vs pós e pré vs follow up). Para o GM foi encontrada apenas diferença na seção V – orientação sensorial (pré vs pós e pré vs follow up). Foi encontrada diferença significante entre os grupos GCM e GM no domínio VI (estabilidade na marcha) do BesTest, a favor do GCM, quando comparado a diferença de melhora entre os momentos pré e pós-intervenção. Conclusão: Ambas as intervenções foram benéficas para os sinais e sintomas da DP e para o equilíbrio dos indivíduos. Entre os grupos, houve superioridade do grupo cognitivo motor em comparação ao grupo motor apenas no domínio estabilidade da marcha do BesTest. === Introduction: There is an intrinsic relationship between postural instability and cognitive dysfunctions in Parkinson's disease (PD), which confirms the importance of treatments that combine motor and cognitive tasks, in order to offer additional benefits to these patients. Objective: To verify the effectiveness of adding cognitive training to motor physical therapy compared to motor physical therapy in improving balance in individuals with Parkinson's disease. Methods: This was a randomized clinical trial in which subjects were randomized and submitted to two treatment protocols: the Motor Group (MG; n = 29) underwent a 60-minute balance training; the Cognitive Motor Group (CMG; n = 29) was submitted to the same balance training protocol plus at the end of each therapy 30 minutes of cognitive stimulation activities involving memory, calculation, concentration and spatial orientation activities. Both groups performed 32 treatment sessions (4 months), with direct and individual supervision and frequency of twice weekly. The evaluations were performed in 3 moments: pre-intervention, post-intervention and after 3 months of the end of the intervention (follow up), by the following instruments: Unified Scale for the Evaluation of Parkinson's Disease (UPDRS); Balance Evaluation Systems Test (BesTest); Timed up and go and Timed up and go associated with dual-task. Results: Regarding UPDRS, significant differences were observed for CMG when considering the time effect in domain II - daily life activity (pre vs post and pre vs follow up) in domain III - motor examination (pre vs post) and in the total score (pre vs. post); in MG it was verified difference in the total score of the UPDRS (pre vs. post). In the BesTest there was a difference for the GCM, in section I - biomechanical restrictions (pre vs post and pre vs follow up), in section III - transitions and pre-postural adjustments (pre vs post and pre vs follow up), in section VI – gait stability (pre vs post and pre vs follow up) and in total score (pre vs post and pre vs follow up) . For GM it was found only difference in section V - sensory orientation (pre vs post and pre vs follow up). Differences were found between the GCM and GM groups in the VI domain (gait stability) of the BesTest, in favor of the GCM, when compared to the improvement difference between the pre and post-intervention moments. Conclusion: Both interventions were beneficial for the signs and symptoms of PD and for the balance of individuals. Among the groups, there was superiority of the cognitive motor group compared to the motor group only in the stability domain of the BesTest gait.