Estresse, burnout e qualidade de vida na equipe de enfermagem

Este estudo teve como objetivos analisar a ocorrência da síndrome de burnout e sua correlação com o estresse ocupacional e a qualidade de vida entre trabalhadores de enfermagem e analisar a associação entre a síndrome de burnout e o trabalho em turnos na equipe de enfermagem. Trata-se de um estudo t...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Viviane Vidotti
Other Authors: Júlia Trevisan Martins .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. 2017
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000216208
Description
Summary:Este estudo teve como objetivos analisar a ocorrência da síndrome de burnout e sua correlação com o estresse ocupacional e a qualidade de vida entre trabalhadores de enfermagem e analisar a associação entre a síndrome de burnout e o trabalho em turnos na equipe de enfermagem. Trata-se de um estudo transversal realizado com 502 profissionais de enfermagem de uma instituição hospitalar geral e filantrópica da região Sul do Brasil. A coleta de dados foi realizada entre agosto e novembro de 2016. Utilizou-se um questionário semiestruturado para caracterização sociodemográfica e ocupacional e os instrumentos nas versões brasileiras do Maslach Burnout Inventory, para avaliar a síndrome de burnout, o Demand Control Support Questionnaire para avaliar o estresse ocupacional e o World Health Organization Quality of Life Bref para avaliação da qualidade de vida. Os dados foram processados no programa Statistical Package of Social SciencesTM, versão 20.0. Analisaram-se os dados por estatística descritiva, univariada e regressão logística binária. Considerou-se significância estatística p<0,05. As variáveis qualitativas foram expressas em frequências absolutas e relativas, e as quantitativas por medidas de tendência central e dispersão. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina, conforme parecer nº 5.759.1816.3.0000.5231. Houve predomínio dos técnicos de enfermagem, seguido da categoria de enfermeiros. A prevalência foi do sexo feminino (90,4%), faixa etária entre 20 e 40 anos (78,3%), a maioria casadas (52,6%) e com filhos (60,8%). Quanto ao perfil ocupacional, o tempo mediano de trabalho na instituição foi de 2 anos, a maioria com apenas um vínculo de trabalho e no turno diurno (54%). A renda mensal individual para (63,3%) dos participantes, esteve entre R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00. As dimensões da síndrome de burnout, correlacionaram-se à alta demanda psicológica, baixo controle e baixo apoio social recebido no trabalho, bem como às menores percepções de qualidade de vida física, psicológica, das relações sociais e do meio ambiente. Entre os participantes que trabalhavam no período diurno, os fatores associados às dimensões da síndrome de burnout foram: alta demanda psicológica, baixo controle no trabalho, baixo apoio social, insatisfação com o sono e recursos financeiros, ser enfermeiro e sedentarismo. No período noturno, foi evidenciado o baixo apoio social, insatisfação com o sono e lazer, ter filhos, não ter religião, menor tempo de trabalho na instituição, e ser auxiliar e técnico de enfermagem aumentaram significativamente as chances de altos níveis de síndrome de burnout. Entre os trabalhadores de enfermagem investigados, a síndrome de burnout esteve correlacionada aos altos níveis de estresse e percepção negativa de qualidade de vida. Os fatores psicossociais e organizacionais no trabalho, sobretudo o baixo apoio social, tiveram associação com as dimensões da síndrome de burnout entre os trabalhadores de enfermagem de ambos os turnos. === This study aimed to analyze the occurrence of burnout syndrome and its correlation with occupational stress and quality of life among nursing workers and to analyze the association between burnout syndrome and shift work in the nursing team. This cross-sectional study was conducted with 502 nursing professionals from a general and philanthropic hospital in the southern region of Brazil. Data collection was performed between August and November 2016. A semi-structured questionnaire was used for sociodemographic characterization of the participants, and the instruments in the Brazilian versions of the Maslach Burnout Inventory, Demand-Control-Support Questionnaire and the World Health Organization Quality of Life Bref. The data were organized and analyzed in the Statistical Package of Social SciencesTM (SPSS), version 20.0. The Shapiro-Wilk test indicated an asymmetric distribution of the numerical variables analyzed (p <0.001). Data were analyzed by descriptive statistics, univariate and binary logistic regression. Qualitative variables were expressed in absolute and relative frequencies, and quantitative variables by median, interquartile range and dispersion measurements. The relationships by Spearman's correlation coefficient (Rho) between the dimensions of burnout syndrome, occupational stress and quality of life were analyzed. Fisher's Exact, Pearson's Chi-Square and Mann-Whitney tests were used to determine the associations between the characteristics of the participants in shifts. Statistical significance was set at p <0.05. The study was approved by the Research Ethics Committee of the State University of Londrina (UEL), according to Opinion n.57591816.3.0000.5231. There was a predominance of nursing technicians, followed by the category of nurses. Predominated the female sex (90,4%),, age group between 20 and 40 years (78,3%), most were married (52,6%) and with children (60,8%). As for the occupational profile, the median working time at the institution was 2 years, the majority with only one work bond and worked in the day shift (54%). The individual monthly income for the majority (63,3%) was between R$ 1,001.00 to R$ 2,000.00. The dimensions of the burnout syndrome correlated with the high demand, low labor control and low social support received at work, as well as the lower perceptions of physical, psychological, social, and environmental quality of life. Among the participants who worked during the daytime period, the factors associated with the dimensions of the burnout syndrome were: high demand, low control, low social support, dissatisfaction with sleep and financial resources, being a senior nurse and sedentary lifestyle. At night, low social support, dissatisfaction with sleep and leisure, having children, having no religion, shorter working hours at the institution, and being a nurse assistant and technician significantly increased the chances of high levels of burnout. Among the nursing workers investigated, the syndrome was correlated with high levels of stress and negative perception of quality of life. Psychosocial and organizational factors at work, especially low social support, were associated with the dimensions of the burnout syndrome among nursing workers of both shifts.