Vínculo e relação entre a metafísica do belo e a ética de Schopenhauer

O intuito deste trabalho encontra-se justificado na própria definição de Schopenhauer sobre sua filosofia: trata-se de um pensamento único, com diferentes lados, que poderia se chamar tanto ética, quanto metafísica do Belo e ainda, metafísica propriamente dita. Portanto, vincular a ética e a contemp...

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Bibliographic Details
Main Author: Camila Berehulka de Almeida
Other Authors: Aguinaldo Antonio Cavalheiro Pavão .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. 2017
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000215663
Description
Summary:O intuito deste trabalho encontra-se justificado na própria definição de Schopenhauer sobre sua filosofia: trata-se de um pensamento único, com diferentes lados, que poderia se chamar tanto ética, quanto metafísica do Belo e ainda, metafísica propriamente dita. Portanto, vincular a ética e a contemplação estética torna-se algo elementar na filosofia schopenhaueriana que inclui, além disso, a tarefa de relacionar os conceitos de Belo com a compaixão, a justiça e a caridade e a relação do Sublime com a negação da Vontade. Ambas as relações terão em vista o modo como o sujeito opera a ultrapassagem do principium individuationis, ou seja, quando a individualidade já não opera a separação entre o sujeito e os demais seres, tornando viável a identificação com o outro. Por conseguinte, além de operar como peça chave nas virtudes morais, ultrapassar o princípio de individuação também é indispensável para o conhecimento independente do princípio de razão suficiente, do qual depende a contemplação estética, em que o conhecimento deixa de estar atrelado ao particular. Deste modo, a vinculação entre a ética e o Belo em Schopenhauer pode ser abordada a fim de esclarecer o seguinte questionamento: o conhecimento estético pode ser considerado negação da Vontade? A fim de sustentar uma resposta negativa – pois a negação da Vontade é um processo distinto da supressão do querer no Belo – será preciso elaborar uma panorâmica da filosofia de Schopenhauer a fim de sustentar que o conhecimento puro é o cerne que vincula ética e estética, bem como é o que pode promover a relação entre os conceitos principais de ambas as teorias e que, não implica necessariamente que a elevação do sujeito ao conhecimento puro seja uma negação da Vontade. Este exercício panorâmico servirá também para esclarecer algumas dúvidas e defender o pensamento de Schopenhauer de críticas, como por exemplo, acerca da Vontade como coisa-em-si, conhecida pela via interna (corpo), acusada de ser uma contradição tendo em vista a adoção da divisão entre coisa-em-si e fenômeno, que, amiúde, são realizadas sem a devida compreensão da proposta do filósofo de O Mundo como Vontade e como Representação. === The aim of this work is justified in Schopenhauer's own definition of his philosophy: it is a unique thought, with different sides, which could be called both ethical and metaphysics of Beauty and still metaphysical. Therefore, to link ethics and aesthetics contemplation becomes elementary in Schopenhauer's philosophy, which also includes the task of relating Beauty's concepts to the compassion, the feeling that underlies both the Justice and Charity and the Sublime with the negation of the Will. Both relations will have in mind the way in which the subject operates the overcoming of the principium individuationis, that is, when the individuality no longer operates the separation between the subject and the other beings, making identification with the other viable. Consequently, in addition to operating as a key element in moral virtues, the principle of individuation is also indispensable for independent knowledge of the principle of sufficient reason, on which aesthetic contemplation depends, in which knowledge ceases to be tied to the individual. In this way, the link between ethics and the Beauty in Schopenhauer can be approached in order to clarify the following question: can aesthetic knowledge be considered as negation of Will? In order to sustain a negative answer – because the negation of Will is a distinct process from the suppression of Will in the beautiful – it will be necessary to elaborate an overview of Schopenhauer's philosophy in order to maintain that pure knowledge is the core that links ethics and aesthetics, as well as what can promote the relationship between the main concepts of both Theories and that does not necessarily imply that the subject's elevation to pure knowledge be a negation of the Will. This panoramic exercise will also serve to clarify some doubts and defend Schopenhauer's thinking from criticisms that are often made without proper understanding of the proposal of the philosopher of The World as Will and Representation.