Summary: | O aumento do nível de atividade física e a redução do comportamento sedentário em jovens são grandes desafios da área de saúde pública. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar a aceitabilidade, bem como os efeitos comportamentais e cognitivos do uso de estações de aprendizagem de altura ajustável no ambiente escolar, durante as aulas, em adolescentes. Quarenta e nove adolescentes de 11 a 13 anos, estudantes do 6° ano de uma escola de Lisboa, Portugal, foram separados por conveniência em dois grupos (intervenção: n = 22 e controle: n = 27). A intervenção teve a duração de 16 semanas e foi centrada na substituição das mesas tradicionais de sala de aula por estações de aprendizagem de altura ajustável. Ações específicas direcionadas ao ambiente social (pais e professores) foram conduzidas na tentativa de otimizar a adaptação ao novo ambiente de sala de aula. Um conjunto de testes e medidas foi utilizado para análise do comportamento sedentário, atividade física e cognição, antes e após o período de intervenção. Opiniões e percepções dos professores, alunos e pais foram coletadas em momentos específicos. Redução do tempo sedentário no ambiente escolar [intervenção: -37,6 min/9h (-69,7;-5,5) vs. controle: +11,9 min/9h (-3,7;27,5)], sem efeito compensatório fora da escola [intervenção: -34,9 min/d (-82,2; 12,4) vs. controle: +31,6 min/d (9,6; 53,5)] e algumas alterações negativas na cognição [memória operacional (intervenção: +18% vs. controle: +42%)] e inteligência não-verbal (intervenção: -14% vs. controle: +4%)] foram observados, contudo, sem influência no desempenho acadêmico. A maior parte dos professores (89%) e pais (59%) indicaram boa aceitabilidade ao novo mobiliário de sala de aula. Por outro lado, a maioria dos alunos (73%) reportaram não ter vontade de continuar usando as estações de aprendizagem de altura ajustável após o período de intervenção. Os resultados sugerem que a sustituição das mesas tradicionais de sala de aula por estações de aprendizagem de altura ajustável pode contribuir para a redução do tempo sentado durante as aulas, sem efeito compensatório fora da escola. Adicionalmente, 16 semanas de intervenção não foram suficientes para modificar o desempenho acadêmico. === The increase of physical activity and reduction of sedentary behavior among youth are major challenges of public health field. Thus, the aim of this study was to verify the acceptability and the behavioral and cognitive effects of active-permissive desks at school among adolescents. Forty-nine adolescents aged between 11 and 13 years-old, students of 6th grade of a school in Lisbon, Portugal, were separated in intervention group (n = 22) and control group (n = 27). The intervention take place over 16 weeks and was focused on the replacement of traditional classroom desks for standing desks. Specific actions were conducted to social environment (parents and teachers) in order to optimize the adaptability with the new classroom furniture. A set of tests and measures were adopted to analyse sedentary behavior, physical activity and cognition outcomes, before and after the intervention period. Opinions/perceptions of teachers, students and parents were collect at specific moments. Reductions in sedentary time at school [intervention: -37.6 min/9h (-69.7 to -5.5) vs. control: +11.9 min/9h (-3.7 to 27.5)], with no compensatory effect outside school [intervention: -34.9 min/d (-82.2 to 12.4) vs. control: +31.6 min/d (9.6 to 53.5)] and some negative changes in cognition [operational memory (intervention: +18% vs. control: +42%)] and non-verbal intelligence (intervention: -14% vs. control: +4%)] were observed, however with no changes in academic performance. The majority of teachers (89%) and parents (59%) indicated good acceptability of new classroom furniture, but most students (73%) reported that they did want to continue using the standing desks after the intervention. The results suggest that replacing traditional classroom desks through standing desks could contribute to the sedentary time reduction at school, with no compensatory effect outside school. In addition, 16 weeks of intervention were insufficient to change academic performance.
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