Summary: | O presente trabalho tem o intuito de pesquisar o fenômeno do mundo (Welt) como fio condutor para uma compreensão heideggeriana de Aristóteles, perpassando pela compreensão metafísica e trilhando alguns caminhos para a tentativa de ruptura da substância em Heidegger. Para tal problemática, foram selecionados alguns textos entre 1927 e 1931. O ponto de partida é a grande obra de 1927, Ser e Tempo, na qual temos o desenvolvimento do fenômeno do mundo, apresentação do conceito ser-aí e o debate com a tradição filosófica. Os textos posteriores Sobre a essência do fundamento (1928), Introdução à filosofia (1928-1929), Os conceitos fundamentais da metafísica (1929-1930) e A interpretação de Aristóteles (1931) continuam com o debate e o desenvolvimento do fenômeno do mundo. Mas é na preleção de 1929-1930 que, Heidegger estreita a relação entre mundo e metafísica, por conseguinte, mundo é um dos caminhos apontado para questão metafísica. Desse modo, neste período, o filósofo da floresta Negra aponta a raiz da metafísica, que são as más traduções e interpretações dos enunciados aristotélicos, a partir do enunciado sobre o motor imóvel, no Livro IV da Metafísica aristotélica. A partir disso, a tradição apresenta e diz o mundo a partir de enunciados lógicos, por exemplo, o martelo é uma ferramenta, tendo como suporte o princípio de não contradição de Aristóteles. Após a identificação dessa raiz metafísica, o regresso para Ser e Tempo torna-se válido, pois, o debate ocorre a partir dos enunciados aristotélicos traduzidos pela tradição e o Livro IV torna-se uma leitura de entrada para compreensão metafísica, por conseguinte, na grande obra de 1927, argumentamos que, Heidegger, ao desenvolver o modo cotidiano do ser-aí de conhecer o mundo, procura romper com a substância última dos objetos. === This work intends to investigate the relation between the phenomenon of the world (Welt) as the guiding thread of the metaphysical question in Martin Heidegger, in order to point out the ways of trying to break with the question of the ultimate substantiality of objects. For this problematic, some texts were selected between 1927 and 1931. The starting point is the great work from 1927, Being and Time, in which we have the development of the phenomenon of the world, presentation of the concept to be there and the debate with the philosophical tradition. The later texts - On the essence of the foundation (1928), Introduction to philosophy (1928-1929), The fundamental concepts of metaphysics (1929-1930) and Aristotle's interpretation (1931) - continue with the debate and development of the phenomenon of the world. But it is in the lecture of 1929-1930 that, Heidegger narrows the relation between world and metaphysics, therefore, the world is one of the ways pointed to a metaphysical question. Thus, in this period, the black forest philosopher points to the root of metaphysics, which are the poor translations and interpretations of Aristotelian utterances, from the statement about the motionless motor, in Book IV of Aristotelian Metaphysics. From this, tradition presents and tells the world from logical statements, for example, the hammer is a tool, having as support the principle of non-contradiction of Aristotle. After the identification of this metaphysical root, the return to Being and Time becomes valid, therefore, the debate occurs from the Aristotelian statements translated by tradition and Book IV becomes an entrance reading for metaphysical understanding, therefore, in the Great work of 1927, we argue that Heidegger, in developing the everyday way of being-there to know the world, seeks to break with the ultimate substance of objects, that is, an attempt to distance himself from tradition.
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