Infecção pelo HIV em um centro de referência do sul do Brasil
Objetivo: Analisar os casos atendidos em um Centro de Testagem e Aconselhamento e ambulatório de IST/HIV/Aids de um município do Sul do Brasil em relação a infecção pelo HIV. Método: Estudo transversal, analítico, realizado com dados secundários dos 5.229 usuários que realizaram o teste rápido para...
Main Author: | |
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Other Authors: | |
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Published: |
Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.
2016
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Objetivo: Analisar os casos atendidos em um Centro de Testagem e Aconselhamento e ambulatório de IST/HIV/Aids de um município do Sul do Brasil em relação a infecção pelo HIV. Método: Estudo transversal, analítico, realizado com dados secundários dos 5.229 usuários que realizaram o teste rápido para HIV no período de junho de 2012 a junho de 2015. Utilizou-se o banco de dados do Sistema de Informação do CTA (SI-CTA), convertido para o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. As análises bivariadas e multivariadas foram realizadas por meio de regressão logística binária, com apresentação do Odds Ratio (OR), intervalo de confiança (IC) de 95% e p-valor <0,05. Resultados: A prevalência de infecção pelo HIV foi de 5,0% (259), com maior acometimento da população mais jovem (p=0,010) e do sexo masculino (p<0,001), não se observando diferença em relação à escolaridade e situação conjugal. A prevalência em gestantes foi de 26,7% (p=<0,001). No recorte populacional, ressaltam-se as pessoas vivendo com HIV/Aids confirmadas (91,3%; p<0,001) e homens que fazem sexo com homens (20%; p<0,001). Em relação ao comportamento sexual destacaram-se com maior chance ao HIV: HSH (OR 6,47; IC 4,97-8,14; p<0,001), relato de IST no último ano (OR 3,52; IC 2,57-4,81; p<0,001); uso irregular ou não uso do preservativo com parceiro fixo nos últimos doze meses (OR 2,44; IC 1,43-4,16; p=0,001) e parceiro soropositivo para HIV (OR 3,59; IC 1,65-7,79; p=0,001). Nas análises multivariadas verificou-se maior associação à infecção pelo HIV no modelo 2 que inclui, as variáveis sociodemográficas (Modelo 1) e mais as comportamentais. Assim, os comportamentos com maior vulnerabilidade ao HIV encontrados foram: o recorte populacional de HSH, o compartilhamento de seringas, a prática sexual HSH, ter IST nos últimos 12 meses, uso irregular ou não uso do preservativo nos últimos 12 meses com parceiro fixo e parceiro soropositivo para HIV. Os dados clínicos e laboratoriais foram investigados em 226 prontuários, visto que 33 não foram encontrados. A contagem de linfócitos T CD4+ não mostrou diferença entre os sexos, variando de quatro a 1.373 células/mm³ de sangue, com média de 495,77 (DP331,61) para os homens e de 463,29 (DP 268,51) para as mulheres. A carga viral variou de indetectável a 5.793.753 vírus/mL de sangue, com média de 243.193,66 (DP 677.807,55) para os homens e de 258.139,94 (DP 651.409,95) para as mulheres (p=0,756). Analisando-se conjuntamente T CD4+ e carga viral, conclui-se que 56,1% dos usuários se encontravam em fase avançada da infecção. Muitos pacientes apresentavam sorologias positivas para Citomegalovirus, Toxoplasmose, sífilis e hepatites A, B e C. Foram encontradas anotações de presença de sintomas relacionados ao HIV, assim como co-infecções e outras IST. Conclusão: A vulnerabilidade ao HIV foi mais associada a fatores comportamentais. As características clínicas e laboratoriais levantadas sugerem que o diagnóstico da infecção pelo HIV está ocorrendo tardiamente no CTA, contrariando as políticas de prevenção e diagnóstico precoce propostas para esse serviço. === Objective: Analyzing cases treated at a Testing and Counseling Center and outpatient clinic of STI/HIV/AIDS in a city in the South of Brazil referring to HIV infection. Method: Cross-sectional, analytical study was done with secondary data from 5,229 users who performed the HIV rapid test from June 2012 to June 2015. The CTA Information System (SI-CTA), converted to the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), version 20.0 was used. Bivariate and multivariate analyzes were performed using binary logistic regression, with Odds Ratio (OR), 95% confidence interval (CI) and p-value <0.05. Outcome: HIV infection prevalence was 5.0% (259), with higher incidence of the younger population (p = 0.010) and males (p <0.001). No difference was observed in relation to education and marital status The prevalence in pregnant women was 26.7% (p = <0.001). Among the cut population, people living with confirmed HIV / AIDS (91.3%, p <0.001) and men who had sex with men (20%, p <0.001) are highlighted. In relation to sexual behavior, they were more likely to have HIV: MSM (OR 6.47, CI 4.97-8.14, p <0.001), reported STI in the last year (OR 3.52, CI 2, 57-4.81, p <0.001); (OR 2.44, CI 1.43-4.16, p = 0.001), and HIV-positive partner (OR 3.59, CI 1.65-7 , 79, p = 0.001). In multivariate analyzes, there was higher association with HIV infection in model 2, which includes sociodemographic variables (Model 1) and behavioral variables. Therefore, the behaviors with the greatest vulnerability to HIV were: the population cut of MSM, the sharing of syringes, the MSM sexual practice, having STIs in the last 12 months, irregular use or non-use of the condom in the last 12 months with the same partner. The clinical and laboratory data were investigated in 226 medical records, since 33 were not found. The CD4 + T lymphocyte count showed no difference between the genders, ranging from four to 1,373 cells / mm³ of blood, with a mean of 495.77 (SD 331.61) for men and 463.29 (SD 268.51) for the women. The viral load varied from undetectable to 5,793,753 virus / mL of blood, with a mean of 243,193.66 (SD 677,807,55) for men and 258,139.94 (SD 651,409,95) for women (p = 0.756) . By analyzing CD4 + T and viral load together, it was concluded that 56.1% of the users were at an advanced stage of infection. Many patients had positive serologies for Cytomegalovirus, Toxoplasmosis, Syphilis and Hepatitis A, B, and C. There were notes of presence of HIV-related symptoms, as well as co-infections and other STIs. Conclusion: Vulnerability to HIV was more commonly associated with behavioral factors. The clinical and laboratorial characteristics raised suggest that the diagnosis of HIV infection is occurring late in the ATC, opposed to the policies of prevention and early diagnosis proposed for such service provided. |
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ndltd-IBICT-oai-uel.br-vtls0002108642019-01-21T16:45:28Z Infecção pelo HIV em um centro de referência do sul do Brasil HIV infection in a reference center in southern Brazil Angélica da Mata Rossi Elma Mathias Dessunti . Aline Aparecida Monroe Flávia Meneguetti Pieri Objetivo: Analisar os casos atendidos em um Centro de Testagem e Aconselhamento e ambulatório de IST/HIV/Aids de um município do Sul do Brasil em relação a infecção pelo HIV. Método: Estudo transversal, analítico, realizado com dados secundários dos 5.229 usuários que realizaram o teste rápido para HIV no período de junho de 2012 a junho de 2015. Utilizou-se o banco de dados do Sistema de Informação do CTA (SI-CTA), convertido para o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. As análises bivariadas e multivariadas foram realizadas por meio de regressão logística binária, com apresentação do Odds Ratio (OR), intervalo de confiança (IC) de 95% e p-valor <0,05. Resultados: A prevalência de infecção pelo HIV foi de 5,0% (259), com maior acometimento da população mais jovem (p=0,010) e do sexo masculino (p<0,001), não se observando diferença em relação à escolaridade e situação conjugal. A prevalência em gestantes foi de 26,7% (p=<0,001). No recorte populacional, ressaltam-se as pessoas vivendo com HIV/Aids confirmadas (91,3%; p<0,001) e homens que fazem sexo com homens (20%; p<0,001). Em relação ao comportamento sexual destacaram-se com maior chance ao HIV: HSH (OR 6,47; IC 4,97-8,14; p<0,001), relato de IST no último ano (OR 3,52; IC 2,57-4,81; p<0,001); uso irregular ou não uso do preservativo com parceiro fixo nos últimos doze meses (OR 2,44; IC 1,43-4,16; p=0,001) e parceiro soropositivo para HIV (OR 3,59; IC 1,65-7,79; p=0,001). Nas análises multivariadas verificou-se maior associação à infecção pelo HIV no modelo 2 que inclui, as variáveis sociodemográficas (Modelo 1) e mais as comportamentais. Assim, os comportamentos com maior vulnerabilidade ao HIV encontrados foram: o recorte populacional de HSH, o compartilhamento de seringas, a prática sexual HSH, ter IST nos últimos 12 meses, uso irregular ou não uso do preservativo nos últimos 12 meses com parceiro fixo e parceiro soropositivo para HIV. Os dados clínicos e laboratoriais foram investigados em 226 prontuários, visto que 33 não foram encontrados. A contagem de linfócitos T CD4+ não mostrou diferença entre os sexos, variando de quatro a 1.373 células/mm³ de sangue, com média de 495,77 (DP331,61) para os homens e de 463,29 (DP 268,51) para as mulheres. A carga viral variou de indetectável a 5.793.753 vírus/mL de sangue, com média de 243.193,66 (DP 677.807,55) para os homens e de 258.139,94 (DP 651.409,95) para as mulheres (p=0,756). Analisando-se conjuntamente T CD4+ e carga viral, conclui-se que 56,1% dos usuários se encontravam em fase avançada da infecção. Muitos pacientes apresentavam sorologias positivas para Citomegalovirus, Toxoplasmose, sífilis e hepatites A, B e C. Foram encontradas anotações de presença de sintomas relacionados ao HIV, assim como co-infecções e outras IST. Conclusão: A vulnerabilidade ao HIV foi mais associada a fatores comportamentais. As características clínicas e laboratoriais levantadas sugerem que o diagnóstico da infecção pelo HIV está ocorrendo tardiamente no CTA, contrariando as políticas de prevenção e diagnóstico precoce propostas para esse serviço. Objective: Analyzing cases treated at a Testing and Counseling Center and outpatient clinic of STI/HIV/AIDS in a city in the South of Brazil referring to HIV infection. Method: Cross-sectional, analytical study was done with secondary data from 5,229 users who performed the HIV rapid test from June 2012 to June 2015. The CTA Information System (SI-CTA), converted to the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), version 20.0 was used. Bivariate and multivariate analyzes were performed using binary logistic regression, with Odds Ratio (OR), 95% confidence interval (CI) and p-value <0.05. Outcome: HIV infection prevalence was 5.0% (259), with higher incidence of the younger population (p = 0.010) and males (p <0.001). No difference was observed in relation to education and marital status The prevalence in pregnant women was 26.7% (p = <0.001). Among the cut population, people living with confirmed HIV / AIDS (91.3%, p <0.001) and men who had sex with men (20%, p <0.001) are highlighted. In relation to sexual behavior, they were more likely to have HIV: MSM (OR 6.47, CI 4.97-8.14, p <0.001), reported STI in the last year (OR 3.52, CI 2, 57-4.81, p <0.001); (OR 2.44, CI 1.43-4.16, p = 0.001), and HIV-positive partner (OR 3.59, CI 1.65-7 , 79, p = 0.001). In multivariate analyzes, there was higher association with HIV infection in model 2, which includes sociodemographic variables (Model 1) and behavioral variables. Therefore, the behaviors with the greatest vulnerability to HIV were: the population cut of MSM, the sharing of syringes, the MSM sexual practice, having STIs in the last 12 months, irregular use or non-use of the condom in the last 12 months with the same partner. The clinical and laboratory data were investigated in 226 medical records, since 33 were not found. The CD4 + T lymphocyte count showed no difference between the genders, ranging from four to 1,373 cells / mm³ of blood, with a mean of 495.77 (SD 331.61) for men and 463.29 (SD 268.51) for the women. The viral load varied from undetectable to 5,793,753 virus / mL of blood, with a mean of 243,193.66 (SD 677,807,55) for men and 258,139.94 (SD 651,409,95) for women (p = 0.756) . By analyzing CD4 + T and viral load together, it was concluded that 56.1% of the users were at an advanced stage of infection. Many patients had positive serologies for Cytomegalovirus, Toxoplasmosis, Syphilis and Hepatitis A, B, and C. There were notes of presence of HIV-related symptoms, as well as co-infections and other STIs. Conclusion: Vulnerability to HIV was more commonly associated with behavioral factors. The clinical and laboratorial characteristics raised suggest that the diagnosis of HIV infection is occurring late in the ATC, opposed to the policies of prevention and early diagnosis proposed for such service provided. 2016-12-15 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000210864 por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. URL BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL instname:Universidade Estadual de Londrina instacron:UEL |