Mapeamento do conhecimento de professores sobre violência intrafamiliar

A violência é um tema global, presente em todos os contextos, seja na escola, no trânsito, nos meios de comunicação, etc. Ocorre de várias formas: física, psicológica, sexual e a negligência. Uma criança que sofre maus tratos na infância tem a possibilidade de no futuro cometer crimes violentos, ger...

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Bibliographic Details
Main Author: Geysa Machado Cascardo
Other Authors: Alex Eduardo Gallo .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Análise do Comportamento. 2016
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000208897
Description
Summary:A violência é um tema global, presente em todos os contextos, seja na escola, no trânsito, nos meios de comunicação, etc. Ocorre de várias formas: física, psicológica, sexual e a negligência. Uma criança que sofre maus tratos na infância tem a possibilidade de no futuro cometer crimes violentos, gerando um ciclo. Quando a violência ocorre no ambiente intrafamiliar, a escola pode ser um ambiente de intervenção, ela pode auxiliar essas crianças e/ou adolescentes, possibilitando a quebra desse ciclo. O presente estudo buscou mapear o conhecimento que os professores possuem relacionados à violência intrafamiliar que se reflete no ambiente escolar. Participaram do estudo, 161 professores, da rede Estadual de ensino, de uma cidade do interior do Paraná, de oito escolas públicas, com turmas de 6º a 9º ano e ensino médio. Primeiramente foi elaborado um questionário com 61 questões em escala tipo likert, de cinco pontos e dividido em sete categorias. Passou pela avaliação de seis juízes, e aprovação do Comitê de ética. Após, foi submetido a um piloto, com um docente que se encaixasse no perfil procurado. Os resultados foram divididos em: dados gerais dos participantes e análise das categorias, para cada afirmativa existia uma resposta esperada e foram analisadas, com base na resposta assinalada por cada professor. Os dados gerais apontaram que a maioria dos participantes foi de mulheres (72%), com idades entre 23 e 66 anos, tempo médio de 17 anos, tanto de formação, quanto de atuação, 53% dos participantes sendo da área de humanas, 25% de exatas e 19% de biológicas, maioria católica e praticante. Esses dados corroboram com o documento divulgado pelo Boletim de Docentes da rede Estadual do Paraná de 2014. Na segunda parte do questionário a última questão foi apenas de sim ou não: “Enquanto professor você já identificou algum caso de violência intrafamiliar” 39,1% responderam que não, enquanto 46,6% responderam sim e 14,3% não responderam. Os resultados estatísticos dessa análise sugerem que não houve diferença significativa entre as respostas, de acordo com o teste A/B. A análise das categorias foi realizada com base na avaliação das respostas, chamando-se de opção esperada o conjunto assinalado pelo professor, com base na literatura da área. A primeira categoria denominada consequência no comportamento do aluno, 72,92% dos professores assinalaram a opção esperada. A segunda categoria denominada repertório que analisa quais comportamentos o professor possui para auxiliar os alunos vítimas de violência intrafamiliar, 48,86 assinalaram a opção esperada. A terceira categoria denominada características do agressor 76,38% dos entrevistados assinalaram a opção esperada. A quarta categoria possíveis intervenções, mostrou que existe uma dificuldade por parte dos educadores em relação às intervenções a serem realizadas, já que apenas 47,57% assinalaram a opção esperada. A quinta categoria informações para professores, 71,23% assinalaram a opção esperada. A sexta categoria, interferência no ambiente escolar, 61,12% assinalaram a opção esperada. A sétima e última categoria relaciona-se com informações gerais sobre violência 78,49% assinalaram a opção esperada. Deste modo, os resultados apontaram que professores tem conhecimento sobre a temática, contudo não sabem como intervir adequadamente. === Violence is a global issue, present in every context, as school, traffic, communication media, etc. It happens in different forms: physical, psychological, sexual, and neglect. A child who suffers violence in childhood has the possibility to commit violent crimes in the future, maintaining a cycle. When violence takes place in family environment, school can be an intervention context, helping children and adolescents, breaking the violence cycle. This study aimed at mapping the knowledge teachers have about family violence that reflects in school environment. Participants were 161 teachers of public schools in a Parana State town distributed in 8 schools attending grades 6 to 9 and high school. First, we developed a questionnaire on 5 points likert scale divided into 7 categories. The questionnaire was judged by 6 experts and the study was approved by university ethical committee. A pilot study with one teacher evaluated the instrument. Results are presented about participants’ general information and categories analysis. For each affirmative, an expected answer was compared to teacher’s answers. General information pointed that many were women (72%), aging between 23 and 66 years old, average of 17 years at the position and the same since bachelor degree, 53% had humanities education, 25% hard sciences and 19% biological areas, most were catholic and frequently attended mass. These data confirms the Teachers Bulletin Profile released by Parana State Government in 2014. In the second part of the questionnaire, the results pointed to the information teachers have about family violence noted in school environment. The last question was the only yes or no question, “as a teacher, have you ever identified any case of family violence” and 39.1% answered no while 46.6% yes and 14.3% did not answer. Statistical analysis suggest there was no significant difference among answers (A/B test). Categories analysis was comparing teachers’ answers to expected answers based on literature. The first category, labelled as consequences on student behavior, 72.92% choose the expected answer. The second, repertoire teachers have to help student victim of family violence, 48.86% answered as expected. The third, aggressors’ characteristics, 76.38% choose the expected answer. The forth, possible interventions, showed teachers have difficulties to intervene with students victims of violence when 47.57% answered as expected. The fifth, information to teachers, 71.23% choose the expected answer. The sixth, interference on school environment, 61.12% answered as expected. Seventh and last, general information about violence, 78.49% choose the expected answer. Therefore, results showed teachers have information; otherwise, they do not know how to intervene properly.