Comportamentos posturais de professores do ensino básico do município de Londrina, Paraná

Introdução: Ao desempenhar seu papel fundamental no processo educacional da sociedade, os professores adotam comportamentos posturais que podem gerar consequências para sua saúde. Objetivo: Caracterizar a percepção de comportamentos posturais e fatores associados em professores do ensino básico da r...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Marcelly Barreto Correa
Other Authors: Arthur Eumann Mesas .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. 2016
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000206291
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description Introdução: Ao desempenhar seu papel fundamental no processo educacional da sociedade, os professores adotam comportamentos posturais que podem gerar consequências para sua saúde. Objetivo: Caracterizar a percepção de comportamentos posturais e fatores associados em professores do ensino básico da rede estadual de Londrina, Paraná. Métodos: Trata-se de um estudo transversal que incluiu professores que atuavam como docente em sala de aula, lecionavam para nível fundamental (anos finais), médio e/ou educação profissional integrada, e que participaram da primeira etapa do estudo PRÓ-MESTRE. A coleta de dados foi realizada em entrevista pré-agendada, com duração de aproximadamente uma hora, constituída por formulário e questionário, contendo questões sobre características sociodemográficas, de estilo de vida, saúde, ocupacionais, ergonômicas, além de perguntas sobre a percepção de comportamentos posturais nas atividades de escrever no quadro, trabalhar sentado e permanecer em postura ortostática (postura em pé). O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina. Foram entrevistados 335 professores no período entre agosto e dezembro de 2014. Os dados foram analisados utilizando-se o programa computacional IBM SPSS, por meio de análise descritiva mediante a distribuição de frequência de variáveis categóricas e análise de associação por meio do Teste de Qui-quadrado. Foram adotados os níveis de significância estatística de p<0,20 (indicativo de possível associação) e p<0,05 (associação estatisticamente significativa). Resultados: A percepção de comportamento postural não recomendado frequente foi identificada em 3,5% dos professores para a posição da coluna ao escrever no quadro, 7,0% para a posição da coluna ao trabalhar sentado, 10% para a posição das pernas ao escrever no quadro e 20% para a posição das pernas ao trabalhar sentado. Em relação à percepção da postura ortostática, 67,5% dos professores referiram adotar com alta frequência postura diferente da considerada como de referência. De maneira geral, os resultados quanto às características sociodemográficas, de estilo de vida e de saúde mostraram que ter idade menor de 43 anos, não praticar atividade física regularmente, avaliar a própria saúde como ruim ou muito ruim, presença de dor crônica musculoesquelética geral ou específica para determinada região do corpo e sentir dor devido à postura tiveram associação significativa (p<0,05) com a adoção de comportamento postural não recomendado frequente em ao menos uma das posições analisadas. Quanto às condições ocupacionais, lecionar em apenas um colégio, apresentar carga horária superior a 20 horas semanais, atuar somente no ensino fundamental, possuir contrato do tipo estatutário, referir absenteísmo por motivo de saúde nos últimos 12 meses e baixa capacidade atual para o trabalho associaram-se com a adoção frequente de pior comportamento postural em ao menos uma das posições analisadas. Já em relação às condições ergonômicas, considerar o desempenho pessoal no trabalho dificultado pela postura, considerar a infraestrutura ruim para o descanso e ser afetado pela posição do corpo em relação ao mobiliário tiveram associação com a adoção do pior comportamento postural. Conclusões: Entre 7% e 67,5% dos professores analisados referiram adotar, com alta frequência, comportamento postural não recomendado em ao menos uma situação habitual no exercício da atividade docente. Os resultados sugerem que certas características individuais, comportamentais e relacionadas com o trabalho podem contribuir para a caracterização dos professores que adotam posturas não recomendadas com maior frequência. === Introduction: In order to play its fundamental role in the educational process of society, schoolteachers tend to adopt postural behaviors that can generate consequences for their health. Objective: The aim of the present study was to characterize the perception of postural behaviors and the associated factors in teachers of the state elementary and secondary education of Londrina, Brazil. Methods: A cross-sectional study was conducted with teachers who work in the classroom of elementary school (last years), high school and/or integrated professional education that have participated of the previous stage of the PRÓ-MESTRE study. Data were obtained through pre-scheduled interviews, which lasted about one hour each, using a formulary and a questionnaire with questions about sociodemographic characteristics, lifestyle, health conditions, occupation and ergonomics, besides questions about the perception of postural behavior at activities of writing on the board, working in a sitting position and standing in orthostatic posture (upstanding). This study was approved by the Ethics Committee of the State University of Londrina. A total of 335 teachers were interviewed from August to December of 2014. Statistical analysis was performed with the IBM SPSS Statistic program. Descriptive analysis was performed by calculating the frequency of the categorical variables and by applying the qui-square test to evaluate the association. Statistical tests with p value < 0.20 indicated a possible association, while p value < 0.05 was considered statistically significant. Results: The perception of the not recommended frequent postural behavior was identified in 3.5% of the teachers regarding the spine position to write on the board, in 7.0% for the spine position when working in a seated position, in 10% for the legs position while writing on the board, and in 20% for the position of the legs while working seated. Regarding the perception of orthostatic posture, 67.5% of the teachers reported to adopt a different posture compared with the posture taken as reference. Overall, the results regarding sociodemographic characteristics, lifestyle and health conditions showed that participants younger than 43 years old, those who did not practice regular physical activity, those who self-reported to have a bad or very bad health, those with general musculoskeletal chronic pain, or with pain in a specific region of the body and those who have postural pain, had a significant association (p < 0.05) with the adoption of not recommend frequent postural behavior in at least one of the analyzed positions. Considering the occupational conditions, teaching in a single school, with a workload higher than 20 hours per week, teach only in elementary level, have the statutory standard contract, refer health-related absenteeism in the past 12 months and report low current capacity for work were associated with the frequent adoption of worst postural behavior in at least one of the analyzed positions. In comparison to ergonomic conditions, the variables consider the personal work performance hampered by posture, consider to exist a poor infrastructure for rest period, and be affected by the body position in relation to the furnishings were associated with the adoption of frequent worst postural behavior. Conclusions: A range of 7% and 67.5% of the schoolteachers reported adopting with high frequency inappropriate postural behavior in at least one usual situation in the teaching practice. The results suggest that some individual and behavioral characteristics, along with aspects related to the teacher?s work might contribute to the characterization of the teachers who more frequently adopt not recommended postures.
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A coleta de dados foi realizada em entrevista pré-agendada, com duração de aproximadamente uma hora, constituída por formulário e questionário, contendo questões sobre características sociodemográficas, de estilo de vida, saúde, ocupacionais, ergonômicas, além de perguntas sobre a percepção de comportamentos posturais nas atividades de escrever no quadro, trabalhar sentado e permanecer em postura ortostática (postura em pé). O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina. Foram entrevistados 335 professores no período entre agosto e dezembro de 2014. Os dados foram analisados utilizando-se o programa computacional IBM SPSS, por meio de análise descritiva mediante a distribuição de frequência de variáveis categóricas e análise de associação por meio do Teste de Qui-quadrado. Foram adotados os níveis de significância estatística de p<0,20 (indicativo de possível associação) e p<0,05 (associação estatisticamente significativa). Resultados: A percepção de comportamento postural não recomendado frequente foi identificada em 3,5% dos professores para a posição da coluna ao escrever no quadro, 7,0% para a posição da coluna ao trabalhar sentado, 10% para a posição das pernas ao escrever no quadro e 20% para a posição das pernas ao trabalhar sentado. Em relação à percepção da postura ortostática, 67,5% dos professores referiram adotar com alta frequência postura diferente da considerada como de referência. De maneira geral, os resultados quanto às características sociodemográficas, de estilo de vida e de saúde mostraram que ter idade menor de 43 anos, não praticar atividade física regularmente, avaliar a própria saúde como ruim ou muito ruim, presença de dor crônica musculoesquelética geral ou específica para determinada região do corpo e sentir dor devido à postura tiveram associação significativa (p<0,05) com a adoção de comportamento postural não recomendado frequente em ao menos uma das posições analisadas. Quanto às condições ocupacionais, lecionar em apenas um colégio, apresentar carga horária superior a 20 horas semanais, atuar somente no ensino fundamental, possuir contrato do tipo estatutário, referir absenteísmo por motivo de saúde nos últimos 12 meses e baixa capacidade atual para o trabalho associaram-se com a adoção frequente de pior comportamento postural em ao menos uma das posições analisadas. Já em relação às condições ergonômicas, considerar o desempenho pessoal no trabalho dificultado pela postura, considerar a infraestrutura ruim para o descanso e ser afetado pela posição do corpo em relação ao mobiliário tiveram associação com a adoção do pior comportamento postural. Conclusões: Entre 7% e 67,5% dos professores analisados referiram adotar, com alta frequência, comportamento postural não recomendado em ao menos uma situação habitual no exercício da atividade docente. Os resultados sugerem que certas características individuais, comportamentais e relacionadas com o trabalho podem contribuir para a caracterização dos professores que adotam posturas não recomendadas com maior frequência. Introduction: In order to play its fundamental role in the educational process of society, schoolteachers tend to adopt postural behaviors that can generate consequences for their health. Objective: The aim of the present study was to characterize the perception of postural behaviors and the associated factors in teachers of the state elementary and secondary education of Londrina, Brazil. Methods: A cross-sectional study was conducted with teachers who work in the classroom of elementary school (last years), high school and/or integrated professional education that have participated of the previous stage of the PRÓ-MESTRE study. Data were obtained through pre-scheduled interviews, which lasted about one hour each, using a formulary and a questionnaire with questions about sociodemographic characteristics, lifestyle, health conditions, occupation and ergonomics, besides questions about the perception of postural behavior at activities of writing on the board, working in a sitting position and standing in orthostatic posture (upstanding). This study was approved by the Ethics Committee of the State University of Londrina. A total of 335 teachers were interviewed from August to December of 2014. Statistical analysis was performed with the IBM SPSS Statistic program. Descriptive analysis was performed by calculating the frequency of the categorical variables and by applying the qui-square test to evaluate the association. Statistical tests with p value < 0.20 indicated a possible association, while p value < 0.05 was considered statistically significant. Results: The perception of the not recommended frequent postural behavior was identified in 3.5% of the teachers regarding the spine position to write on the board, in 7.0% for the spine position when working in a seated position, in 10% for the legs position while writing on the board, and in 20% for the position of the legs while working seated. Regarding the perception of orthostatic posture, 67.5% of the teachers reported to adopt a different posture compared with the posture taken as reference. Overall, the results regarding sociodemographic characteristics, lifestyle and health conditions showed that participants younger than 43 years old, those who did not practice regular physical activity, those who self-reported to have a bad or very bad health, those with general musculoskeletal chronic pain, or with pain in a specific region of the body and those who have postural pain, had a significant association (p < 0.05) with the adoption of not recommend frequent postural behavior in at least one of the analyzed positions. Considering the occupational conditions, teaching in a single school, with a workload higher than 20 hours per week, teach only in elementary level, have the statutory standard contract, refer health-related absenteeism in the past 12 months and report low current capacity for work were associated with the frequent adoption of worst postural behavior in at least one of the analyzed positions. In comparison to ergonomic conditions, the variables consider the personal work performance hampered by posture, consider to exist a poor infrastructure for rest period, and be affected by the body position in relation to the furnishings were associated with the adoption of frequent worst postural behavior. Conclusions: A range of 7% and 67.5% of the schoolteachers reported adopting with high frequency inappropriate postural behavior in at least one usual situation in the teaching practice. The results suggest that some individual and behavioral characteristics, along with aspects related to the teacher?s work might contribute to the characterization of the teachers who more frequently adopt not recommended postures. 2016-05-23 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000206291 por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. 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