Degradabilidade in situ e digestibilidades de alguns componentes nutritivos de rações contendo torta de nabo forrageiro em bovinos

O uso de alimentos não convencionais e tortas, com variados teores de óleo, principalmente os coprodutos da indústria de Biocombustíveis, dentre eles, a torta de nabo forrageiro, podem ser utilizados para a intensificação da atividade pecuária. No entanto o custo não é a única variável a ser conside...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Fernando Henrique Brussi Beran
Other Authors: Leandro das Dores Ferreira da Silva .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina.Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. 2014
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000205063
Description
Summary:O uso de alimentos não convencionais e tortas, com variados teores de óleo, principalmente os coprodutos da indústria de Biocombustíveis, dentre eles, a torta de nabo forrageiro, podem ser utilizados para a intensificação da atividade pecuária. No entanto o custo não é a única variável a ser considerada, além da resposta animal, os teores de inclusão, assim como a degradabilidade ruminal e digestibilidade intestinal, principalmente da proteína bruta (PB), são fundamentais. O objetivo deste estudo foi avaliar o uso da torta de nabo forrageiro em substituição a proteína do farelo de algodão com base na matéria seca (MS) em quatro tratamentos, sendo 0 para ração somente com farelo de algodão, 25, 50 e 75% de substituição da PB do farelo de algodão por proteína da torta de nabo. Foram utilizados quatro novilhos, dotados de cânula ruminal permanente, alimentados com as rações experimentais. Diariamente, 20g de óxido crômico (Cr2O3), utilizado como indicador externo, foram incubadas diretamente no rúmen. A matéria seca indigestível (MSI), fibra em detergente neutro (FDNI) e ácido (FDAI) indigestível, foram utilisadas como indicadores internos, após 144 horas de incubação ruminal. Para a determinação da degradabilidade da MS, matéria orgânica (MO) e PB, as amostras foram incubadas em sacos de náilon nos tempos de 12, 20, 50, e 72 horas de fermentação ruminal. Os resíduos não degradados no rúmen, foram submetidos à digestão in vitro, em uma solução de pepsina, pH 1,9, e posteriormente, solução de pancreatina, pH 7,8, sendo então analisados para nitrogênio total, MS e MO. O consumo de MS não diferiu entre os tratamentos, independentemente da forma de expressão, sendo em média de, 10,29 kg MS dia-1; 1,94 % peso vivo (PV) ou 91,32 g kg-1 PV0,75, assim como o pH, que variou de 6,50 a 6,91. Os coeficientes de digestibilidade da MS, MO, PB e FDN, não apresentaram diferença entre os tratamentos, independentemente do indicador interno ou externo utilizado. Entre indicadores, menores digestibilidades para alguns componentes nutritivos, foram observadas com o Cr2O3, em comparação com a FDAI. A MSI se destacou por apresentar semelhança a FDNI e FDAI. As degradabilidades efetivas (DE) da MS para 2 e 5% h-1 de taxa de passagem, sofreram efeito lineares positivos. A DE da MO apresentou efeito linear positivo para as três taxas de passagem. A fração B da PB apresentou efeito linear negativo, e as DE para 2, 5 e 8% h-1 de taxa de passagem, apresentaram efeitos lineares positivos, variando de 54,56 a 67,41% para a taxa de passagem de 5% h-1. As digestibilidades intestinais in vitro da MS, MO e PB não-degradada no rúmen, não diferiram entre os tratamentos para as três taxas de passagem, assim como a proteína não degradada no rúmen digestível (PNDRD). Entre taxas de passagem houve diferença para alguns parâmetros de digestibilidade. A inclusão de torta de nabo forrageiro, em dietas de animais adultos, nos limites estudados, pode ser considerada viável, pois não influenciou os coeficientes de digestibilidades, assim como o consumo de MS e pH ruminal. === The use of unconventional foods and pies, with varied oil contents, especially the co-products of Biofuels industry, among them the turnip pie, can be used to the intensification of livestock activity. However, the cost is not the only variable to be considered, beyond the animal's response, the inclusion levels, and ruminal degradability and intestinal digestibility, mainly of crude protein (CP), are essential. The objective of this study was to evaluate the use of turnip pie replacing protein cottonseed meal based on dry matter (DM) in four treatments, being 0 to feed only with cottonseed meal, 25, 50 and 75% replacement of CP cottonseed meal by protein turnip pie. Four steers with permanent rumen cannula were used, fed on the experimental diets. Daily, 20g of chromium oxide (Cr2O3), used as an external marker, were incubated directly in the rumen. The indigestible dry matter (IDM), neutral detergent fiber (INDF) and acid (IADF) indigestible, were used as internal indicators, after 144 hours of ruminal incubation. For the determination of the degradability of DM, organic matter (OM) and CP, samples were incubated in nylon bags in the times of 12, 20, 50, and 72 h of ruminal fermentation. The rumen undegraded residues were subjected to in vitro digestion in a pepsin solution, pH 1.9, and then pancreatin solution, pH 7.8 being then analyzed for total nitrogen, DM and OM. Dry matter intake did not differ from treatments in any form of expression, with an average of 10.29 kg DM day-1; 1.94% body weight (BW) or 91.32 g kg-1 BW0,75, and the pH ranged from 6.50 to 6.91. The digestibility coefficients of DM, OM, CP and NDF did not differ from treatments, regardless internal or external indicator were used. Between indicators, smaller digestibility for some nutritive components were observed with Cr2O3, compared with IADF. IDM stood out to show similarity to the INDF and IADF. The effective degradability (ED) of DM to 2 and 5% h-1 of passage rate, suffered positive linear effect. The ED of OM presented positive linear effect to the three passage rates. The fraction B of CP presented negative linear effect, and ED to 2, 5 and 8% h-1 of passage rate, presented positive linear effect, ranging from54.56 to 67.41% for passage rate 5% h-1. The intestinal digestibilities in vitro of DM, OM and CP undegradable in the rumen did not differ from treatments to the three passage rates, as well as rumen undegradable protein digestible (RUPD). Amoung passage rates there was difference for some parameters of digestibility. The inclusion of turnip pie in diets for adult animals, in the limits studied, can be considered viable because it did not affect the digestibility coefficients, as well as the DM intake and ruminal pH.