Summary: | A literatura descreve que animais obesos apresentam grau baixo de inflamação e alterações na produção de óxido nítrico (NO). O NO exerce papel importante na função cardiovascular, e a produção pela via induzível (iNOS) está vinculada a processos inflamatórios. Na área rostroventrolateral do bulbo (RVLM), o glutamato é um neurotransmissor importante e o NO modula seus efeitos. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da microinjeção de L-glutamato na RVLM sobre a pressão arterial média (PAM) e frequência cardíaca (FC) antes e após microinjeção de inibidores da iNOS, a expressão gênica da iNOS, e dosagem de NO (nitrito) em punchs de RVLM e coração. Ratos Wistar recém-nascidos receberam 4 mg/g de peso corporal de glutamato monossódico (MSG) ou salina equimolar nos 5 primeiros dias de vida. Aos 90 dias foram implantadas cânulas-guia na RVLM dos animais e cateterização de artéria femoral após 3 dias. Após 24 horas foi realizado o registro da PAM e FC através do sistema Powerlab. Os efeitos da microinjeção do glutamato (5nm/100nl) foram avaliados antes e após microinjeção de Aminoguanidina (AG) (250pmol/100nl) ou S-methylisothiourea (SMT) (250 pmol/100 nl) ou salina fisiológica (100 nL) na RVLM. A obesidade foi evidenciada pelo aumento do índice de Lee dos grupos MSG (salina 34,27±0,69 n=5; AG 32,27±0,25 n=5; SMT 33,66±0,44 n=5) em relação aos CTRs (salina 30,56±0,33 n=5; AG 31,21±0,32 n=6; SMT 31,17±0,32 N=6) e aumento de peso das gorduras perigonadal e retroperitoneal. O aumento da PAM pelo L-glutamato foi maior no grupo MSG após AG (antes: 40±7,93 mmHg; após AG: 61±4,39 mmHg, n=5) e SMT (antes: 45,30±7,58 mmHg; após SMT: 65,25±2,42 mmHg, n=5 ). Na FC houve aumento no grupo CTR após AG (antes 77,88±12,12 bpm; depois 131,7±12,12 bpm, n=5) e SMT também. A análise da expressão gênica para a iNOS não mostrou diferenças entre os grupos. A dosagem de NO na RVLM mostrou também que não há diferenças entre controle e obeso. Nossos dados sugerem um papel para o óxido nítrico nas respostas cardiovasculares da RVLM em ratos obesos. No entanto, a origem dessa alteração pode ser decorrente de outra isoforma que não a iNOS. === The literature reports that obese animals present low grade of inflammation and changes in the production of nitric oxide (NO). NO plays an important role in cardiovascular function, and the production via the inducible (iNOS) is linked to inflammatory processes. In rostral ventrolateral medulla (RVLM), glutamate is an important neurotransmitter and NO modulates its effects. The objective of this study was to evaluate the effects of L-glutamate microinjection in RVLM on mean arterial pressure (MAP) and heart rate (HR) before and after microinjection of iNOS inhibitors, gene expression of iNOS and dosage of NO (nitrite) in "punches" of the RVLM and heart. Newborn Wistar rats received 4 mg / g body weight of monosodium glutamate (MSG) or equimolar saline within the first 5 days of life. At 90 days were implanted guide cannulas to RVLM of animals and artery catheterization after 3 days. After 24 hours was performed the record of MAP and HR through Powerlab system. The effects of glutamate microinjection (5nm / 100nL) were evaluated before and after microinjection aminoguanidine (AG) (250pmol / 100nL) or S-methylisothiourea (SMT) (250 pmol / 100 nL) or physiological saline (100 nL) at RVLM . Obesity was evidenced by increased Lee index MSG groups (MSG saline 34.27 ± 0.69 n = 5; AG 32.27 ± 0.25 n = 5; SMT 33.66 ± 0.44 n = 5) in relation to control (CTR saline 30.56 ± 0.33 n = 5; AG 31.21 ± 0.32 n = 6; SMT 31.17 ± 0.32 n = 6) and increased weight of the perigonadal and retroperitoneal fat. The increased MAP by L-glutamate was higher in the MSG group after AG (before: 40 ± 7.93 mm Hg; after: 61 ± 4.39 mmHg, n = 5) and SMT (before: 45.30 ± 7 58 mm Hg, after: 65.25 ± 2.42 mmHg, n = 5). HR was increased after AG in CTR group (before: 77.88 ± 12.12 bpm, after: 131.7 ± 12.12 bpmn = 5) and also SMT. The analysis of gene expression for iNOS also showed no difference between groups. The dosage of NO in the RVLM showed also no differences between control and obese animals. Our data suggest a role for nitric oxide in the RVLM in cardiovascular responses of obese rats. However, the origin of this change may be due to another isoform than iNOS.
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