Staphylococcus aureus resistente à meticilina : determinação do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos, fatores de virulência e diversidade genética
Staphylococcus aureus é um patógeno oportunista que pode causar desde doenças de pele e tecidos moles a infecções disseminadas fatais. No início da década de 1940, as infecções causadas por esta bactéria foram tratadas com penicilina, logo após a sua introdução na terapia clínica. No entanto, o surg...
Main Author: | |
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Other Authors: | |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Microbiologia.
2015
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Staphylococcus aureus é um patógeno oportunista que pode causar desde doenças de pele e tecidos moles a infecções disseminadas fatais. No início da década de 1940, as infecções causadas por esta bactéria foram tratadas com penicilina, logo após a sua introdução na terapia clínica. No entanto, o surgimento de isolados resistentes a este antimicrobiano levou ao desenvolvimento de penicilinas semissintéticas (meticilina). Crucialmente, em 1961, o primeiro relato de S. aureus resistente à meticilina (MRSA: methicillin-resistant S. aureus) foi descrito no Reino Unido. Atualmente, MRSA é uma das principais causas de infecções relacionadas à assistência à saúde (HA-MRSA: healthcare-associated MRSA) em todo o mundo, e em adição, isolados desta espécie bacteriana tem emergido como uma das principais causas de infecções em indivíduos saudáveis em ambientes comunitários (CA-MRSA: community-associated MRSA). Nos dias de hoje, as comunidades médica e científica são desafiadas com a emergência de S. aureus resistentes aos glicopeptídeos (vancomicina e teicoplanina), uma das últimas escolhas para o tratamento intravenoso de infecções causadas por cepas de MRSA. A partir deste novo cenário, observou-se o surgimento de VRSA (vancomycin-resistantS. aureus), VISA (vancomycin-intermediate S. aureus) e hVISA (hetero-VISA).MRSA constitui-se em um dos principais agentes de infecções em pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, PR. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinaro perfil de sensibilidade a antimicrobianos, fatores de virulência e diversidade genética de isolados clínicos de MRSA. Foram utilizados 123 isolados clínicos de MRSA de pacientes assistidos no HU, entre janeiro de 2010 e junho de 2013. A maioria dos isolados foi obtida de amostras de sangue (43/123; 34,95%), seguido por fragmento de tecido (21/123; 17,07%). Todos os isolados foram sensíveis a linezolida e teicoplanina e resistentes à penicilina e cefoxitina. A maioria dos isolados apresentou resistência a oxacilina (116/123; 94,31%), eritromicina (116/123; 94,31%), ciprofloxacina (114/123; 92,68%) e clindamicina (113/123; 91,87%).A maioria dos isolados (73; 59,35%) foi sensível à vancomicina e destes, 62 (50,41%) apresentou CIM (Concentração Inibitória Mínima) de 2,0µg/mL.Todos os isolados apresentaram o gene icaA, e 112 isolados (91,05%) apresentaram os genes hlb e hld. Em relação à tipagem de SCCmec, o tipo II foi o mais freqüente entre os isolados (66; 53,66%), seguido pelo SCCmec tipo I (28; 22,76%). A partir da genotipagem por rep-PCR e análise do dendograma, os isolados foram reunidos em 17 grupos, denominados de A à Q, adotando-se 65% de similaridade. O grupo E reuniu a maioria dos isolados (50), seguido pelo grupo F (16) e H (14). Assim, observa-se que não há disseminação clonal de MRSA no HU, e que os isolados apresentam resistência heterogênea aos antimicrobianos. O trabalho contribuirá para adoção de medidas de controle da infecção hospitalar, assim como embasamento para o tratamento de infecções por S. aureus. === Staphylococcus aureus is an opportunistic pathogen that can cause since skin and soft tissue infections to fatal disseminated diseases. In the early 1940s, infections caused by this bacterium were treated with penicillin, after the introduction into clinical therapy. However, the appearance of isolates resistant to these antibiotics led to the development of semisyntheticspenicillins (methicillin). Crucially, in 1961, the first report of methicillin-resistant S. aureus (MRSA : Methicillin-resistant S. aureus) was described in the United Kingdom. Currently, MRSA is a major cause of health care-associated (HA - MRSA: healthcare -associated MRSA) infections worldwide, and in addition, isolates of this bacterial species has emerged as a major cause of infections in healthy individuals in community settings (CA - MRSA: communityassociated MRSA). Actually, the medical and scientific communities has been challenged with the emergence of S. aureus resistant to glycopeptides (vancomycin and teicoplanin), one of the last choices for the intravenous treatment of infections caused by MRSA. In front of this fact, it was observed the emergence of VRSA (vancomycin-resistant S. aureus), VISA (vancomycin-intermediate S. aureus) and hVISA (hetero-VISA). MRSA constitutes one of the main agents of infections in treated patients at the University Hospital of Londrina, PR. The aim of this study was to determine the antimicrobial susceptibility profile, virulence factors and genetic diversity of clinical isolates of MRSA. Were used 123 clinical isolates of MRSA from watched patients to HU, between January 2010 and June 2013. The most of isolates were obtained from blood samples (43/123; 34,95%), followed by fragment tissue (21/123; 17,07%). All isolates were susceptible to linezolid and teicoplanin, and resistant to penicillin and cefoxitin. The most isolates were resistant to oxacillin (116/123; 94.31%), erythromycin (116/123; 94,31%), ciprofloxacin (114/123; 92,68%) and clindamycin (113/123; 91,87%). The most of isolates (73/123; 59,35%) were sensitive to vancomycin and of these, 62 (50,41%) showed MIC (Minimum Inhibitory Concentration) of 2,0µg /mL. All isolates had the gene icaA, and 112 isolates (91,05%) showed the hlb and hld genes. About of the SCCmec typing, type II was the most frequent among the isolates (66/123; 53,66%), followed by SCCmec type I (28/123; 22,76%). From the rep-PCR genotyping and analysis of the dendrogram, the isolates were divided into 17 groups, designated A to Q, adopting 65% similarity. The most of the isolates (50) was founded on the E group, followed by F (16) and H (14). Thus, it is observed that no clonal spread of MRSA in HU, and that the isolates have heterogeneous antimicrobial resistance. The work will contribute to the adoption of measures to control nosocomial infection, as basis for the treatment of S. aureus infections. |
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Sueli Fumie Yamada Ogatta . |
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Sueli Fumie Yamada Ogatta . Caio Ferreira de Oliveira |
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ndltd-IBICT-oai-uel.br-vtls0002038262019-01-21T16:48:20Z Staphylococcus aureus resistente à meticilina : determinação do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos, fatores de virulência e diversidade genética Staphylococcus aureus : determination of profile antimicrobial susceptibility, virulence factors and genetic diversity Caio Ferreira de Oliveira Sueli Fumie Yamada Ogatta . Gilselena Kerbauy Lopes Jacinta Sanchez Pelayo Staphylococcus aureus é um patógeno oportunista que pode causar desde doenças de pele e tecidos moles a infecções disseminadas fatais. No início da década de 1940, as infecções causadas por esta bactéria foram tratadas com penicilina, logo após a sua introdução na terapia clínica. No entanto, o surgimento de isolados resistentes a este antimicrobiano levou ao desenvolvimento de penicilinas semissintéticas (meticilina). Crucialmente, em 1961, o primeiro relato de S. aureus resistente à meticilina (MRSA: methicillin-resistant S. aureus) foi descrito no Reino Unido. Atualmente, MRSA é uma das principais causas de infecções relacionadas à assistência à saúde (HA-MRSA: healthcare-associated MRSA) em todo o mundo, e em adição, isolados desta espécie bacteriana tem emergido como uma das principais causas de infecções em indivíduos saudáveis em ambientes comunitários (CA-MRSA: community-associated MRSA). Nos dias de hoje, as comunidades médica e científica são desafiadas com a emergência de S. aureus resistentes aos glicopeptídeos (vancomicina e teicoplanina), uma das últimas escolhas para o tratamento intravenoso de infecções causadas por cepas de MRSA. A partir deste novo cenário, observou-se o surgimento de VRSA (vancomycin-resistantS. aureus), VISA (vancomycin-intermediate S. aureus) e hVISA (hetero-VISA).MRSA constitui-se em um dos principais agentes de infecções em pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, PR. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinaro perfil de sensibilidade a antimicrobianos, fatores de virulência e diversidade genética de isolados clínicos de MRSA. Foram utilizados 123 isolados clínicos de MRSA de pacientes assistidos no HU, entre janeiro de 2010 e junho de 2013. A maioria dos isolados foi obtida de amostras de sangue (43/123; 34,95%), seguido por fragmento de tecido (21/123; 17,07%). Todos os isolados foram sensíveis a linezolida e teicoplanina e resistentes à penicilina e cefoxitina. A maioria dos isolados apresentou resistência a oxacilina (116/123; 94,31%), eritromicina (116/123; 94,31%), ciprofloxacina (114/123; 92,68%) e clindamicina (113/123; 91,87%).A maioria dos isolados (73; 59,35%) foi sensível à vancomicina e destes, 62 (50,41%) apresentou CIM (Concentração Inibitória Mínima) de 2,0µg/mL.Todos os isolados apresentaram o gene icaA, e 112 isolados (91,05%) apresentaram os genes hlb e hld. Em relação à tipagem de SCCmec, o tipo II foi o mais freqüente entre os isolados (66; 53,66%), seguido pelo SCCmec tipo I (28; 22,76%). A partir da genotipagem por rep-PCR e análise do dendograma, os isolados foram reunidos em 17 grupos, denominados de A à Q, adotando-se 65% de similaridade. O grupo E reuniu a maioria dos isolados (50), seguido pelo grupo F (16) e H (14). Assim, observa-se que não há disseminação clonal de MRSA no HU, e que os isolados apresentam resistência heterogênea aos antimicrobianos. O trabalho contribuirá para adoção de medidas de controle da infecção hospitalar, assim como embasamento para o tratamento de infecções por S. aureus. Staphylococcus aureus is an opportunistic pathogen that can cause since skin and soft tissue infections to fatal disseminated diseases. In the early 1940s, infections caused by this bacterium were treated with penicillin, after the introduction into clinical therapy. However, the appearance of isolates resistant to these antibiotics led to the development of semisyntheticspenicillins (methicillin). Crucially, in 1961, the first report of methicillin-resistant S. aureus (MRSA : Methicillin-resistant S. aureus) was described in the United Kingdom. Currently, MRSA is a major cause of health care-associated (HA - MRSA: healthcare -associated MRSA) infections worldwide, and in addition, isolates of this bacterial species has emerged as a major cause of infections in healthy individuals in community settings (CA - MRSA: communityassociated MRSA). Actually, the medical and scientific communities has been challenged with the emergence of S. aureus resistant to glycopeptides (vancomycin and teicoplanin), one of the last choices for the intravenous treatment of infections caused by MRSA. In front of this fact, it was observed the emergence of VRSA (vancomycin-resistant S. aureus), VISA (vancomycin-intermediate S. aureus) and hVISA (hetero-VISA). MRSA constitutes one of the main agents of infections in treated patients at the University Hospital of Londrina, PR. The aim of this study was to determine the antimicrobial susceptibility profile, virulence factors and genetic diversity of clinical isolates of MRSA. Were used 123 clinical isolates of MRSA from watched patients to HU, between January 2010 and June 2013. The most of isolates were obtained from blood samples (43/123; 34,95%), followed by fragment tissue (21/123; 17,07%). All isolates were susceptible to linezolid and teicoplanin, and resistant to penicillin and cefoxitin. The most isolates were resistant to oxacillin (116/123; 94.31%), erythromycin (116/123; 94,31%), ciprofloxacin (114/123; 92,68%) and clindamycin (113/123; 91,87%). The most of isolates (73/123; 59,35%) were sensitive to vancomycin and of these, 62 (50,41%) showed MIC (Minimum Inhibitory Concentration) of 2,0µg /mL. All isolates had the gene icaA, and 112 isolates (91,05%) showed the hlb and hld genes. About of the SCCmec typing, type II was the most frequent among the isolates (66/123; 53,66%), followed by SCCmec type I (28/123; 22,76%). From the rep-PCR genotyping and analysis of the dendrogram, the isolates were divided into 17 groups, designated A to Q, adopting 65% similarity. The most of the isolates (50) was founded on the E group, followed by F (16) and H (14). Thus, it is observed that no clonal spread of MRSA in HU, and that the isolates have heterogeneous antimicrobial resistance. The work will contribute to the adoption of measures to control nosocomial infection, as basis for the treatment of S. aureus infections. 2015-02-19 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000203826 por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Microbiologia. URL BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL instname:Universidade Estadual de Londrina instacron:UEL |