O caráter insólito da escrita rubiana : diálogos a partir de "Marina, a intangível"
Neste trabalho iremos analisar o teor insólito da escrita de Murilo Rubião através da análise do conto Marina, a Intangível. O conto sofre, assim como o restante da obra do autor, inúmeras modificações a cada nova publicação. O conto Marina, a Intangível narra as desventuras de José Ambrósio, pl...
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Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras.
2015
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Neste trabalho iremos analisar o teor insólito da escrita de Murilo Rubião através da análise do conto Marina, a Intangível. O conto sofre, assim como o restante da obra do autor, inúmeras modificações a cada nova publicação. O conto Marina, a Intangível narra as desventuras de José Ambrósio, plantonista noturno de um jornal vespertino e escritor em crise envolto no embate da criação de um poema. Neste trabalho propomos analisar elementos formais presentes na escrita do autor e na estruturação do texto que dão conta de expor as ambiguidades, paradoxos e riscos da escrita poética. Iniciamos o trabalho com uma discussão imprescindível para a análise do conto em questão: o caráter do texto rubiano. A fim de demonstrar a estranha alquimia criada por Rubião no seu árduo labor em torno da palavra, nos voltamos à história da crítica de uma plural corrente literária denominada fantástica no segundo capítulo. No terceiro capítulo nos debruçamos sobre os registros de processo do escritor e investigamos sua opção pelo conto enquanto forma literária. No quarto capítulo do trabalho problematizamos a questão do processo de escrita, a partir de um diálogo com autores como Maurice Blanchot, Giorgio Agamben e Ruth Silviano Brandão. Em relação ao primeiro autor, destacamos a relação entre sua obra e o conto rubiano a partir do paradoxo e das ambiguidades da produção artística e da experiência da escrita, a fragmentação daquele que escreve e a questão da obra que se efetiva pelo seu desaparecimento. Com Agamben atestamos a aproximação entre a condição do sujeito acidioso e melancólico ao escritor fictício José Ambrósio. Ainda nesta mesma obra observamos as convergências entre o poema buscado por José Ambrósio e o objeto de desejo do fetichista a partir de Ruth Silviano Brandão. Buscamos, assim, demonstrar como o insólito ultrapassa os mecanismos temáticos e contamina os processos formais da escrita do autor, trazendo à tona, de maneira inquietante, a ambiguidade e o risco inerente a cada palavra do conto. === We examined the unusual tenor of Murilo Rubiãos writing by analyzing the short story Marina, a Intangível. The story suffers as the rest of the authors work, numerous modifications to each new publication. The tale chronicles the misadventures of José Ambrósio, night duty officer in an evening newspaper and writer wrapped in crisis in the clash of creating a poem. In this work we analyze formal elements present in the authors writing that expose the ambiguities, paradoxes and risks of poetic writing. We started working with an essential discussion for the analysis of the short story in question: the character of Rubiãos text. In order to demonstrate the strange alchemy created by Rubião in his hard labor around the word, we turn to the history of a plural literary criticism called fantastic in the second chapter. In the third chapter we adressed over the writers process registrations and investigated his option for the short story as a literary form. In the fourth chapter of the work, we problematize the issue of the writing process, from a dialogue with authors such as Maurice Blanchot, Giorgio Agamben and Ruth Silviano Brandão. In relation to the first author, we highlight the relationship between his work and the Rubiãos tale from the paradox and ambiguity of artistic production and writing experience, fragmentation of the writer and the subject of the work which is done by their disappearance. With Agamben testify rapprochement between the condition of acidioso and melancholic subject to the fictional writer José Ambrósio. Yet in this same work we observe convergence between the poem by José Ambrósio sought and the object of fetishistic desire from Ruth Silviano Brandão. We seek, therefore, to demonstrate how the unusual exceeds thematic mechanisms and infect the formal process of writing of the author, eliciting unsettling way, the ambiguity and the risk inherent in each word of the story. |
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