Summary: | A escrita a partir da memória e da história sempre teve seu lugar de destaque na literatura, principalmente na contemporânea, produzida em um contexto pós-moderno, no qual vários escritores enveredaram-se na elaboração de textos que enredam a memória e as subjetividades do indivíduo numa espécie de narrativa que se funde com o discurso histórico. Tal narrativa parece usar a memória como chave e fio condutor para a representação de experiências de vida, na qual o euapresenta-se como um indivíduo pertencente a um determinado momento da história e que sente necessidade de se aventurar e se exilar em uma viagem ao passado. Essa modalidade narrativa contemporânea, produto do diálogo entre a literatura e a história, tem sido reconhecida pela crítica como Novo Romance Histórico e tem se destacado em termos de produção literária. Já na Poética (1994), Aristóteles deixou claro que caberia à história contar o que aconteceu e à literatura o que poderia ter acontecido. Assim, a primeira ficaria circunscrita à representação da verdade e do real e a segunda à verossimilhança. Diante de tais considerações, esta dissertação discute o conceito de literatura de María Rosa Lojo expresso em La Pasión de los Nómades (1994), narrativa vista como exemplo de Novo Romance Histórico. Destaca-se, com base na análise do romance, que tal conceito consiste na ideia de que escrever literatura é negociar com a realidade, entender a própria vida e a sociedade. Ademais, a escritora considera o exílio como condição fundamental para se pensar a literatura e a história. Ao mesclá-las, em uma viagem ao centro da existência de cada ser humano, por meio da ficção, a autora entende que é possível negociar culturas e fronteiras, (re)visar discursos excludentes e apresentar outras reflexões para se pensar no lugar de um discurso literário e social latino-americano. A pesquisa aborda, então, a figura da escritora María Rosa Lojo uma intelectual que teoriza a literatura e a história a partir do exílio e que experimenta esteticamente sua crítica por meio do texto literário , além de propor um debate historiográfico sobre a formação do subgênero Novo Romance Histórico e demonstrar,como resultado que a autora elege em sua escrita, o exílio e a ficcionalização da história como eixos centrais, para, partindo-se deles, promover uma (re)discussão de dilemas, temas e sujeitos históricos e literários que povoam os discursos intelectuais da América Latina. === Writing from memory and history has always been a prominent place in the literature,especially in contemporary,produced in a postmodern context,in which various writers have embarked on the elaboration of texts that enmesh memory and the individual subjectivities in a sort of narrative that merges with the historical discourse.Such narrative seems to use the memory as key and thread for the representation of life experiences,in which the self is presented as an individual belonging to a particular moment in history and feel the need to venture out and go into exile on a journey into the past.This contemporary narrative modality, product dialog between literature and history, has been recognized by critics as New Historical Novel and has excelled in terms of writing.In the Poetics (1994), Aristotle made it clear that it would be up to history to tell what happened and literature which could have happened.Thus, the first would be limited to the representation of the truth and the real and the second to verisimilitude.Faced with such considerations, this dissertation discusses the concept of literature by María Rosa Lojo expressed inLa Pasión de los Nómades (1994), narrative seen as an example of New Historical Novel.It stands out, based on the analysis of the novel, that the concept consists in the idea that writing literature is negotiating with reality.To Lojo, writing from exile, fictionalizing historical and literary discourses, it is a way to understand and understand the society itself.The writer considers exile as a fundamental condition to think about literature and history. To merge them, on a journey to the center of the existence of every human being, through fiction, the author believes it is possible to negotiate cultures and borders, (re)view exclusionary speeches and have other reflections to think in place of a literary and social discourse Latin American.The research approaches, then, the figure of the writer María Rosa Lojo an intellectual who theorizes literature and history from exile and aesthetically experiences her criticism through literary text , in addition to proposing a historiographical debate on the formation of the subgenus New Historical Romance and demonstrate,as a result,the author chooses, in her writing,exile and the fictionalization of history as central axes, for, starting from them, promoting (re)discussion of dilemmas,themes and historical and literary subjects that populate the intellectual discourses in Latin America.
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