Summary: | Este trabalho investiga o reaparecimento da Vênus, da obra renascentista O nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, em peças comunicacionais contemporâneas. Para tanto, discorre inicialmente sobre a teoria de Aby Warburg de pós-vida das imagens e seus consequentes desdobramentos. Estes são utilizados como uma pista teórica para a compreensão desta sobrevida e dos sentidos contidos nas imagens. Importante notar que, só muito recentemente esta teoria foi retomada por autores como Georges Didi-Hubberman (2013), Philippe-Alain Michaud (2013) e Norval Baitello Junior (2005). Apresenta também uma análise iconográfica de diferentes imagens como peças publicitárias, capas de revista e obras de arte que contemplam os citados elementos reminiscentes. Esta análise iconográfica se baseou em investigações feitas tanto por Warburg (2013) quanto por Erwin Panofsky (1982), no intuito de utilizar este nível de leitura como um procedimento analítico e comparativo de imagens. A partir destes levantamentos demonstra que a Vênus é constantemente reconfigurada em criações imagéticas atuais. Observa, com base nas imagens analisadas e em pesquisas bibliográficas realizadas sob a perspectiva warburguiana que, a Vênus é relida, em razão influências externas que perpassam pelo processo de constituição da memória (Mnemosyne) e da imagem enquanto texto cultural repleto de significações. Todos os apontamentos contribuem para confirmar a hipótese de que é possível desvendar os sentidos contidos nas imagens, sejam eles externos ou internos. Reafirma contribuições a respeito da relevância da imagem inserida em um contexto midiático que permite verificar a existência de uma conexão entre tempos na história. Conclui que, nas criações de peças comunicacionais são utilizadas imagens precedentes como fonte de inspiração, principalmente no tocante a criação dos elementos acessórios em movimento, cabelos e posição do corpo, permitindo confirmar a tese warburguiana, sobre a existência de uma pós-vida das imagens, na contemporaneidade. === This work investigates Venus reappearance in the Renaissance work The Birth of Venus by Sandro Botticelli and in contemporary communication advertising campaigns. Therefore, this paper initially discusses the Aby Warburg's theory of the afterlife images and their consequent developments. These are used as a theoretical clue to understanding this survival and meanings contained in the images. It is important to note that only recently this theory was taken up by authors such as Georges Didi-Hubberman (2013), Philippe-Alain Michaud (2013) and Norval Baitello Junior (2005). This work also presents an iconographic analysis of different images as advertising campaigns, magazine covers and works of art that include the above reminiscent elements. This iconographic analysis was based on investigations made both by Warburg (2013) and by Erwin Panofsky (1982), in order to use this reading level as images comparative analytical procedure. Based on these surveys demonstrates that Venus is constantly reconfigured in current imagery creations. It is possible to observe, based on the images analyzed and bibliographical research conducted under the warburguiana perspective that, Venus is reread, due to external influences that underlie the memory and image formation process (Mnemosyne) while a cultural text full of meanings. All notes contribute to confirm the hypothesis that it is possible to unravel the meanings contained in the images, whether external or internal. It reaffirms contributions regarding the relevance of the inserted image in a media context for verifying the existence of a connection between time in history. Thus, concludes that, in the creations of communication campaigns are used previous images as a inspiration source, especially regarding the creation of motion elements accessory, hair and body position, allowing confirm warburguiana thesis on the existence of an afterlife image, in the contemporary world.
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