Summary: | A inflamação sistêmica crônica e o estresse oxidativo têm sido propostos como principais protagonistas na patogênese da resistência à insulina (RI) em pacientes com artrite reumatóide (AR). O fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) desempenha um papel central na patogênese da AR e também tem sido implicado no desenvolvimento de RI e aumento do estresse oxidativo. Objetivo: Avaliar o envolvimento do TNF-α e RI sobre o processo inflamatório, estresse oxidativo e atividade da doença em pacientes com AR. Métodos: Este estudo caso-controle incluiu 270 sujeitos (grupo controle, n= 97; pacientes com AR, n=173). Pacientes com AR foram divididos em dois grupos: sem RI (IR-) e com IR (IR+). Depois disso, os pacientes com AR foram divididos em quatro grupos: o primeiro grupo sem IR e que não utilizavam terapia anti-TNF-α (G1, RI-TNF-); o segundo grupo, sem RI e que utilizavam anti-TNF-α (G2, RI-TNF +); o terceiro grupo, com RI e que não utilizavam anti-TNF-α (G3, IR + TNF-) e o quarto grupo, com RI e que utilizavam anti-TNF-α (G4, RI+TNF+). Foram realizadas medidas antropométricas, testes bioquímicos, imunológicos e parâmetros de estresse oxidativo . Resultados: o grupo RI+ apresentou maior disease activity score evaluating 28 joints (DAS28) (p = 0,043) com maior frequência de pacientes com alta atividade da doença, maior velocidade de hemossedimentação (p = 0,023), proteína C reativa (p = 0,040), níveis plasmáticos de TNF-α (p <0,05), produtos avançados de oxidação proteica (AOPP) (p <0,0001), índice pró-oxidante / antioxidante (PAI) (p <0,001) e menor total radical-trapping antioxidant parameter (TRAP) (p <0,05) em relação ao grupo RI-. G3 e G4 tinham (p <0,05) maiores AOPP e PAI em relação ao G1. Grupo G4 apresentou maior (p <0,05) AOPP e PAI do que G2. TRAP foi significativamente menor no G3 em relação ao G1. Níveis plasmáticos de TNF-α foram significativamente maiores em G4 e G2 em comparação com G1 (p <0,0001) e G3 (p <0,0001 e p <0,01, respectivamente). Conclusão: A presença concomitante do TNF-α e RI é um fator importante envolvido no desequilíbrio redox em pacientes com AR e parece ser responsável pela manutenção do estado inflamatório e atividade da doença. A compreensão das complexas interações entre estresse oxidativo, TNF-α e RI pode permitir o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos para a AR. === Introduction: Systemic chronic inflammation and oxidative stress have been proposed as major protagonists in the pathogenesis of insulin resistance (IR) in patients with rheumatoid arthritis (RA). Tumor necrosis factor-alpha (TNF-α) plays a central role in the pathogenesis of RA and has also been implicated in the development of IR and oxidative stress increase. Objective: To evaluate the involvement of TNF-α and IR on the inflammatory process, oxidative stress and disease activity in patients with RA. Methods: This case-control study included 270 subjects (control group, n= 97) and RA patients (n = 173). RA patients were divided into two groups: without IR (IR-) and with IR (IR+). After that, RA patients were divided into four groups: the first group without IR and not using anti-tumor necrosis factor (TNF) alpha (G1, IR- TNF-); the second group without IR and using anti-TNF-α (G2, IR- TNF+); the third group with IR and not using anti-TNF-α (G3, IR+ TNF-) and the fourth group with IR and using anti-TNF-α (G4, IR+ TNF+). Anthropometric, biochemical, immunological and oxidative stress parameters were measured. Results: IR+ group had an increased disease activity score 28 (p=0.043) with enhanced frequency in patients with high disease activity, higher erythrocyte sedimentation rate (p=0.023), CRP (p=0.040), plasma TNF-α levels (p< 0.05), advanced oxidation protein products (AOPPs) (p<0.0001), pro-oxidant/antioxidant index (PAI) (p<0.001) and lower total radical-trapping antioxidant parameter (TRAP) (p< 0.05) in relation to the IR- group. G3 and G4 had higher (p<0.05) AOPPs and PAI compared to G1. G4 group presented higher (p< 0.05) AOPPs and PAI than G2. TRAP was significantly lower in G3 compared to G1. Plasma TNF-α levels were significantly higher in G4 and G2 compared to G1 (p< 0.0001) and G3 (p< 0.0001 and p< 0.01, respectively). Conclusion: The concomitant presence of TNF-α and IR are important factors involved in redox imbalance in patients with RA and it seems to be due to the maintenance of inflammatory state and disease activity. An understanding of the complex interactions of oxidative stress, TNF-α and IR might allow the development of novel therapeutic targets for RA.
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