Summary: | A síndrome metabólica (SM) é uma doença complexa com custo socioeconômico alto e é considerada mundialmente como uma epidemia. É definida como um conjunto de fatores interligados que aumentam diretamente o risco de doenças coronarianas, doença cardiovascular aterosclerótica e o diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Desse modo, as principais alterações observadas nessa síndrome são dislipidemia, hipertensão arterial, resistência à insulina e obesidade abdominal. Alterações nos estados pró e antiinflamatório e aumento do estresse oxidativo (EO) também têm sido implicados na fisiopatologia da SM. O objetivo desse trabalho foi avaliar marcadores de EO e inflamatórios no sangue de adolescentes com SM em escolas públicas de Londrina. A população desse estudo consistiu de 47 adolescentes com a doença e esses foram classificados de acordo com Federação Internacional de Diabetes (IDF). O grupo controle consistiu de 94 indivíduos saudáveis e, para obter grupos homogêneos, parâmetros como idade e gênero foram controlados. Os marcadores bioquímicos e imunológicos avaliados foram ácido úrico, colesterol total, lipoproteínas de densidade baixa (LDL), lipoproteínas de densidade alta (HDL), triacilgliceróis, glicose e insulina. O EO foi avaliado pela determinação da capacidade antioxidante total plasmática (TRAP), níveis de grupamentos tiol (SH-grupo), atividade da paraoxonase 1 (PON-1), dosagem dos níveis de malondialdeído (MDA), metabólitos do óxido nítrico (NOx), hidroperóxidos lipídicos por espectrofotometria (FOX-LOOH) e fator de necrose tumoral α (TNFα). Foram utilizados os critérios do International Obesity Task Force (IOTF) para dividirmos os participantes com IMC normal, sobrepeso e obesidade. Pacientes com SM apresentaram aumento significativo do MDA. Entretanto, a relação de TRAP/ácido úrico foi significativamente menor naqueles com SM do que naqueles sem a doença. Não houve diferenças significativas em nenhum dos outros biomarcadores. A relação TRAP/ácido úrico foi significativamente menor em indivíduos com obesidade e sobrepeso em relação aqueles com IMC normal, porém não houve diferença significativa entre os três grupos de estudo em outros biomarcadores. A análise da regressão logística mostrou que MDA e NOx foram associados com SM (fator de risco) e que o TRAP/ácido úrico foi inversamente associado (fator protetor) em indivíduos com SM. Além disso, a SM (utilizando o grupo sem SM como referência) foi significamente associado com o MDA, SH e IMC. Entretanto, gênero, NOx e TRAP/ácido úrico foram associados nos pacientes com obesidade e nenhuma dessas variáveis foi associado com o sobrepeso. Estes resultados confirmam que adolescentes com SM e a obesidade têm um desequilíbrio redox, e apresentam um perfil diferente em relação aos biomarcadores de EO quando comparados ao controle. O MDA apresentou-se como o melhor biomarcador de estresse oxidativo em adolescentes com SM. === The metabolic syndrome (MetS) is a complex disease with high socioeconomic cost and is regarded worldwide as an epidemic. It is defined as a set of interrelated factors that directly increase the risk of coronary heart disease, atherosclerotic cardiovascular disease and diabetes mellitus type 2. Thus, the main changes observed in this syndrome include dyslipidemia, hypertension, insulin resistance and abdominal obesity. Changes in pro and anti-inflammatory and increased oxidative stress states have also been implicated in the pathophysiology of MetS. The aim of this study was to evaluate markers of oxidative stress and inflammation in the blood of adolescents with MetS in public schools in Londrina. The study population consisted of 47 adolescents with the disease and these were classified according to International Diabetes Federation (IDF). The control group consisted of 97 healthy subjects and, for homogeneous groups, parameters such as age and gender were controlled. Biochemical and immunological markers were evaluated: uric acid, total cholesterol, low density lipoproteins (LDL), high density lipoprotein (HDL), triglycerides, glucose and insulin. Oxidative stress was evaluated by determining the total radical-trapping antioxidant potencial in plasma (TRAP), levels thiol groups (SH-group), paraoxonase 1 (PON-1) activity, dose levels of malondialdehyde (MDA), nitric oxide metabolites (NOx), lipid hydroperoxides by spectrophotometry (FOX-LOOH) and tumor necrosis factor α (TNFα). We also used the criteria of the International Obesity Task Force (IOTF) to divide participants with normal BMI, overweight and obesity. Patients with MetS had significantly increased MDA. However, the ratio of TRAP/uric acid was significantly lower in MetS patients than in those without the disease. There were no significant differences in any of the other biomarkers. The TRAP/uric acid ratio was significantly lower in individuals with obesity and overweight than those with normal BMI, but there was no significant difference among the three study groups in other biomarkers. The logistic regression analysis showed that MDA and NOx were associated with MetS (risk factor) and the TRAP/uric acid was inversely associated (protective factor) in individuals with MetS. Furthermore, MetS (no MetS as reference group) was significantly associated with MDA, SH and BMI.
However gender, NOx and TRAP/uric acid ratio were associated in patients with obesity and none of these variables was associated with being overweight. These results confirm that adolescents with MetS and obesity have a redox imbalance, and present a different profile in relation to biomarkers of oxidative stress when compared to control. The MDA was presented as the best biomarker of oxidative stress in adolescents with MetS.
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