Estresse oxidativo e biomarcadores do metabolismo do ferro em pacientes com melanoma cutâneo e melanoma recidivado
Uma das correlações mais aceitas no prognóstico do melanoma cutâneo é a medida da espessura de Breslow, onde tumores mais espessos se relacionam fortemente com o risco de disseminação da doença e morte. O estresse oxidativo sistêmico em pacientes com câncer é reportado na literatura, porém seu papel...
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Other Authors: | |
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Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Patologia Experimental.
2014
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Uma das correlações mais aceitas no prognóstico do melanoma cutâneo é a medida da espessura de Breslow, onde tumores mais espessos se relacionam fortemente com o risco de disseminação da doença e morte. O estresse oxidativo sistêmico em pacientes com câncer é reportado na literatura, porém seu papel no prognóstico de doenças malignas ainda é controverso. As ferritinas de cadeia pesada (FCP) e leve (FCL) são proteínas envolvidas no metabolismo do ferro, relacionadas a um pior prognóstico no câncer. O fator de crescimento tumoral beta-1 (TGF-β1) está intimamente relacionado com a iniciação, progressão e metástase tumoral, sendo os radicais livres capazes de regular sua atividade. A relação entre o estresse oxidativo e moléculas relacionadas, como as envolvidas no metabolismo do ferro e na resposta inflamatória, ainda não é bem caracterizado no melanoma. O objetivo deste trabalho foi caracterizar esses parâmetros em pacientes em diferentes estadiamentos dessa doença. A medida de espessura de Breslow e a presença ou não de recidivas foram utilizadas como parâmetros na divisão dos grupos. Um total de 83 pacientes foram recrutados no Hospital do Câncer de Londrina entre abril de 2011 e novembro de 2012. O grupo controle compreendeu 65 indivíduos saudáveis. O sangue venoso foi coletado e usado nas análises sistêmicas. Também foram selecionados aleatoriamente 70 blocos parafinizados de tumores de melanoma analisados no Departamento de Patologia do Hospital do Câncer de Londrina, a fim de estudar o estresse oxidativo e moléculas relacionadas no tecido tumoral por imuno-histoquímica. Quanto maior a espessura de Breslow e agressividade da doença (recidiva), mais evidentes foram as modificações oxidativas e inflamatórias sistêmicas, caracterizadas principalmente pelo aumento dos níveis de malondialdeído (MDA) e proteína C reativa (PCR). Além disso, tumores cutâneos com maior espessura de Breslow apresentaram maior concentração do produto de oxidação de proteínas 3-nitrotirosina nas análises de imunohistoquímica de células de melanoma e no tecido peritumoral quando comparados a tumores menores. Pacientes com recidiva e alto risco de recidiva, apresentaram aumento de FCP sistêmica, enquanto todos os pacientes com melanoma apresentaram aumento da relação FCP:FCL quando comparados a indivíduos saudáveis. O aumento dos níveis de FCP foi acompanhado do aumento do estresse oxidativo sistêmico, avaliado pela lipoperoxidação de hemácias. Células de melanoma apresentam aumento na marcação de FCP por imunohistoquímica porém em níveis iguais entre as diferentes classificações do tumor. A p53, proteína envolvida na proliferação celular, apresentou-se aumentada em tumores metastáticos quando comparados a tumores cutâneos com menores espessuras de Breslow. Pacientes com recidiva apresentaram baixos níveis sistêmicos de TGF-β1, acompanhados de altos níveis de MDA, lipoperoxidação de hemácias e de 3-nitrotirosina. Os resultados mostram o estresse oxidativo e moléculas relacionadas possuem perfis característicos nos diferentes estadiamentos do melanoma, acrescentando uma nova perspectiva sobre o estado redox e seu possível envolvimento com a evolução da doença. === Surgical removal of cutaneous melanoma can cure most of the patients, however, the risk of recurrence remains for years. One of the most accepted correlation in cutaneous melanoma prognosis is Breslow thickness, where high tumor thickness values at diagnosis is strongly related to melanoma spread and high morbidity. Oxidative stress in patients with cancer is reported in literature, but their role in prognosis is still controversial. The ferritin heavy (FHC) and light chains (FLC) are proteins involved in iron metabolism, related to a poor prognosis in cancer. The inflammatory mediator transforming growth factor beta-1 (TGF-β1) is closely linked with initiation, progression and tumor metastasis, and free radicals are capable of regulating their activation. The relationship between oxidative stress and related molecules such as those involved in the iron metabolism and inflammatory response is still not well characterized in melanoma. The objective of this study was to characterize these parameters in patients in different stages of this disease. Breslow thickness and the presence or absence of recurrence was used as parameters for group division. A total of 83 patients were recruited at the Cancer Hospital of Londrina between April 2011 and November 2012. The control group comprised 65 healthy volunteers. Venous blood was collected and used in systemic analyzes. Moreover, 70 blocks of paraffin-embedded melanoma from patients treated between 2004 to 2012 were randomly selectedand analyzed at the Department of Pathology, Cancer Hospital of Londrina, in order to study oxidative stress and related molecules in tumor tissue by immunohistochemistry. The higher the Breslow thickness and aggressiveness of the disease (recurrence) the more evident were the systemic inflammatory and oxidative modifications, mainly evidenced by increased levels of malondialdehyde (MDA) and C-reactive protein (CRP). Furthermore, skin tumors with higher Breslow thickness showed increased labeling of the protein oxidation product 3-nitrotyrosine in melanoma cells and peritumoral tissue compared to smaller tumors. Recurrence and high risk recurrence patients showed increased FHC levels, while all patients with melanoma had increased FHC:FLC ratio when compared to healthy subjects. The increased levels of FHC were followed by the increased systemic oxidative stress, measured by red blood cells lipid peroxidation. Melanoma cells showed FHC expression, but the levels did not differ between tumor stages. The p53, a protein involved in cell proliferation, had increased labeling in metastatic tissue compared with thin Breslow thickness cutaneous tumor. Recurrence patients had low TGF-β1 systemic levels, accompanied by high levels of MDA, red blood cells lipid peroxidation and 3-nitrotyrosine in tumoral tissue. The results show that oxidative stress and related molecules have characteristic profiles in different melanoma stages, adding a new perspective on the redox state and their possible involvement in disease progression. |
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ndltd-IBICT-oai-uel.br-vtls0001920632019-01-21T16:39:56Z Estresse oxidativo e biomarcadores do metabolismo do ferro em pacientes com melanoma cutâneo e melanoma recidivado Oxidative stress and iron metabolism biomarkers in patients with cutaneous melanoma and with melanoma recurrence Sara Santos Bernardes Real Prado Alessandra Lourenço Cecchini Armani . Gilles Landman Leandra Náira Zambelli Ramalho Rodrigo Cabral Luiz Flávia Alessandra Guarnier Uma das correlações mais aceitas no prognóstico do melanoma cutâneo é a medida da espessura de Breslow, onde tumores mais espessos se relacionam fortemente com o risco de disseminação da doença e morte. O estresse oxidativo sistêmico em pacientes com câncer é reportado na literatura, porém seu papel no prognóstico de doenças malignas ainda é controverso. As ferritinas de cadeia pesada (FCP) e leve (FCL) são proteínas envolvidas no metabolismo do ferro, relacionadas a um pior prognóstico no câncer. O fator de crescimento tumoral beta-1 (TGF-β1) está intimamente relacionado com a iniciação, progressão e metástase tumoral, sendo os radicais livres capazes de regular sua atividade. A relação entre o estresse oxidativo e moléculas relacionadas, como as envolvidas no metabolismo do ferro e na resposta inflamatória, ainda não é bem caracterizado no melanoma. O objetivo deste trabalho foi caracterizar esses parâmetros em pacientes em diferentes estadiamentos dessa doença. A medida de espessura de Breslow e a presença ou não de recidivas foram utilizadas como parâmetros na divisão dos grupos. Um total de 83 pacientes foram recrutados no Hospital do Câncer de Londrina entre abril de 2011 e novembro de 2012. O grupo controle compreendeu 65 indivíduos saudáveis. O sangue venoso foi coletado e usado nas análises sistêmicas. Também foram selecionados aleatoriamente 70 blocos parafinizados de tumores de melanoma analisados no Departamento de Patologia do Hospital do Câncer de Londrina, a fim de estudar o estresse oxidativo e moléculas relacionadas no tecido tumoral por imuno-histoquímica. Quanto maior a espessura de Breslow e agressividade da doença (recidiva), mais evidentes foram as modificações oxidativas e inflamatórias sistêmicas, caracterizadas principalmente pelo aumento dos níveis de malondialdeído (MDA) e proteína C reativa (PCR). Além disso, tumores cutâneos com maior espessura de Breslow apresentaram maior concentração do produto de oxidação de proteínas 3-nitrotirosina nas análises de imunohistoquímica de células de melanoma e no tecido peritumoral quando comparados a tumores menores. Pacientes com recidiva e alto risco de recidiva, apresentaram aumento de FCP sistêmica, enquanto todos os pacientes com melanoma apresentaram aumento da relação FCP:FCL quando comparados a indivíduos saudáveis. O aumento dos níveis de FCP foi acompanhado do aumento do estresse oxidativo sistêmico, avaliado pela lipoperoxidação de hemácias. Células de melanoma apresentam aumento na marcação de FCP por imunohistoquímica porém em níveis iguais entre as diferentes classificações do tumor. A p53, proteína envolvida na proliferação celular, apresentou-se aumentada em tumores metastáticos quando comparados a tumores cutâneos com menores espessuras de Breslow. Pacientes com recidiva apresentaram baixos níveis sistêmicos de TGF-β1, acompanhados de altos níveis de MDA, lipoperoxidação de hemácias e de 3-nitrotirosina. Os resultados mostram o estresse oxidativo e moléculas relacionadas possuem perfis característicos nos diferentes estadiamentos do melanoma, acrescentando uma nova perspectiva sobre o estado redox e seu possível envolvimento com a evolução da doença. Surgical removal of cutaneous melanoma can cure most of the patients, however, the risk of recurrence remains for years. One of the most accepted correlation in cutaneous melanoma prognosis is Breslow thickness, where high tumor thickness values at diagnosis is strongly related to melanoma spread and high morbidity. Oxidative stress in patients with cancer is reported in literature, but their role in prognosis is still controversial. The ferritin heavy (FHC) and light chains (FLC) are proteins involved in iron metabolism, related to a poor prognosis in cancer. The inflammatory mediator transforming growth factor beta-1 (TGF-β1) is closely linked with initiation, progression and tumor metastasis, and free radicals are capable of regulating their activation. The relationship between oxidative stress and related molecules such as those involved in the iron metabolism and inflammatory response is still not well characterized in melanoma. The objective of this study was to characterize these parameters in patients in different stages of this disease. Breslow thickness and the presence or absence of recurrence was used as parameters for group division. A total of 83 patients were recruited at the Cancer Hospital of Londrina between April 2011 and November 2012. The control group comprised 65 healthy volunteers. Venous blood was collected and used in systemic analyzes. Moreover, 70 blocks of paraffin-embedded melanoma from patients treated between 2004 to 2012 were randomly selectedand analyzed at the Department of Pathology, Cancer Hospital of Londrina, in order to study oxidative stress and related molecules in tumor tissue by immunohistochemistry. The higher the Breslow thickness and aggressiveness of the disease (recurrence) the more evident were the systemic inflammatory and oxidative modifications, mainly evidenced by increased levels of malondialdehyde (MDA) and C-reactive protein (CRP). Furthermore, skin tumors with higher Breslow thickness showed increased labeling of the protein oxidation product 3-nitrotyrosine in melanoma cells and peritumoral tissue compared to smaller tumors. Recurrence and high risk recurrence patients showed increased FHC levels, while all patients with melanoma had increased FHC:FLC ratio when compared to healthy subjects. The increased levels of FHC were followed by the increased systemic oxidative stress, measured by red blood cells lipid peroxidation. Melanoma cells showed FHC expression, but the levels did not differ between tumor stages. The p53, a protein involved in cell proliferation, had increased labeling in metastatic tissue compared with thin Breslow thickness cutaneous tumor. Recurrence patients had low TGF-β1 systemic levels, accompanied by high levels of MDA, red blood cells lipid peroxidation and 3-nitrotyrosine in tumoral tissue. The results show that oxidative stress and related molecules have characteristic profiles in different melanoma stages, adding a new perspective on the redox state and their possible involvement in disease progression. 2014-03-07 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000192063 por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Patologia Experimental. URL BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL instname:Universidade Estadual de Londrina instacron:UEL |