Condições de trabalho, cargas de trabalho e absenteísmo em professores da rede pública do Paraná
Cada vez mais é necessário aprofundamento e compreensão da dinâmica entre trabalho e saúde, e na profissão docente não é diferente. Apesar de ser considerado trabalho intelectual, ele demanda uma série de exigências físicas e psíquicas que somadas às condições de trabalho desfavoráveis, podem desenc...
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Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
2014
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Cada vez mais é necessário aprofundamento e compreensão da dinâmica entre trabalho e saúde, e na profissão docente não é diferente. Apesar de ser considerado trabalho intelectual, ele demanda uma série de exigências físicas e psíquicas que somadas às condições de trabalho desfavoráveis, podem desencadear o adoecimento e ter como consequência o absenteísmo. Este estudo teve como objetivo analisar condições de trabalho, cargas de trabalho e absenteísmo em professores. Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal quantitativo e integrou um projeto chamado Saúde, Estilo de Vida e Trabalho de Professores da Rede Pública do Paraná PRÓ-MESTRE. A população de estudo foi constituída por 1061 professores do ensino fundamental e/ou ensino médio das 20 maiores escolas da rede estadual de ensino da cidade de Londrina - PR, sendo entrevistados 978 professores. A coleta de dados foi realizada entre agosto de 2012 e julho de 2013 por estudantes de graduação, mestrado e doutorado envolvidos no projeto, utilizando um formulário de entrevista e um questionário. A maioria dos professores entrevistados era do sexo feminino (68,5%), viviam com companheiros (60%), com média de idade de 41,5 anos (DP 10) e possuíam pós-graduação nível especialização (73,1%). Quanto às características profissionais, 68,7% eram estatutários e 31,3% não estatutários, 42,9% trabalhavam em até dois locais de trabalho, 64,2% lecionavam em pelo menos dois turnos e 41,7% atuavam tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. Mais de 80% dos professores relataram bom relacionamento com os superiores, professores e alunos. Aspectos como remuneração (62,8%), quantidade de alunos por sala (68,4%), manutenção e conservação de equipamentos (50,8%), infraestrutura para preparo de atividades (52,5%) e infraestrutura predial (51,5%) foram relatados como negativos (ruim/regular). Em relação às cargas de trabalho, a exposição ao ruído dentro da sala de aula (61,5%), o tempo que permanece em pé (52,7%), as condições para escrever no quadro de giz (42,6%), o ritmo e a intensidade do trabalho (50,3%), o número de tarefas realizadas e a atenção e responsabilidades exigidas (51,4%), assim como o tempo disponível para preparar as atividades (60,9%), afeta muito sua saúde e condições de trabalho. O absenteísmo foi referido por 51,9% dos entrevistados, e os principais motivos de afastamento foram: problemas respiratórios (20,7%), problemas osteomusculares (13,8%) e transtornos mentais (10,8%). Estes fatores sinalizaram sobre as condições de trabalho e saúde dos professores da rede Estadual do Paraná, podendo servir como subsídio para o desenvolvimento de políticas públicas que visem melhorias, modificando não só o cenário em que estão inseridos, como também, valorizando seu papel e sua importância perante a sociedade. === A more in-depth understanding of the dynamics between work and health has become increasingly necessary, including in the teaching profession. Although it is considered an intellectual work, it involves a series of physical and psychological activities which, added to unfavorable work conditions, can lead to diseases and, consequently, to absenteeism. The objective of this study was to analyze these teachers work conditions, workload and absenteeism through an observational study of the quantitative transversal type which integrated a project entitled Parana State Public Teachers Health, Lifestyle and Work PRO- MESTRE. Study population was constituted of 1061 Basic/High School education teachers from Londrina, Paraná, out of which 978 were interviewed. Data collection was carried out between august 2012 and july 2013 by undergraduate and graduate (Masters and Doctoral) students involved in the project, using an interview form and a questionnaire. Most of the interviewed teachers were female (68.5%), living with companions (60%), age average of 41.5 years (SD 10) and with Specialization degrees (73.1%). As for the professional characteristics, 68.7% were State-level teachers and 31.3% non-statutory, 42.9% worked in up to two work places, 64.2% taught at least two shifts and 41.7% worked both at the basic and high school levels. More than 80 % of the teachers reported having a good relationship with their superiors, colleagues and students. Aspects such as remuneration (62.8%), number of students per classroom (68.4%), equipment maintenance and conservation (50.8%), infrastructure for the preparation of the activities (52.5%) and school facilities infrastructure (51.5%) were reported as negative ( bad/regular). In relation to workload, exposure to noise in the classroom (61.5%), time spent standing up (52.7%), chalkboard writing conditions (42.6%), work rhythm and intensity (50.3%), number of tasks realized and the attention and responsibilities involved (51.4%) as well as the time available to prepare the activities were mentioned as aspects that strongly affect health and work conditions. Absenteeism was mentioned by 51.9% of the interviewees, and the main reasons for absences were: respiratory problems (20.7%), osteomuscular problems (13.8%) and mental disorders (10.8%). These factors show the work and health conditions of state-level teachers in the state of Paraná can be used as subsidies for the development of public policies to improve them, modifying not only the scenario in which they are included but also valuing them before the society. |
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ndltd-IBICT-oai-uel.br-vtls0001902792019-01-21T16:40:37Z Condições de trabalho, cargas de trabalho e absenteísmo em professores da rede pública do Paraná Natália Paludeto Guerreiro Elisabete de Fátima Polo de Almeida Nunes . Brígida Gimenez Carvalho Karen Barros Parron Fernandes Cada vez mais é necessário aprofundamento e compreensão da dinâmica entre trabalho e saúde, e na profissão docente não é diferente. Apesar de ser considerado trabalho intelectual, ele demanda uma série de exigências físicas e psíquicas que somadas às condições de trabalho desfavoráveis, podem desencadear o adoecimento e ter como consequência o absenteísmo. Este estudo teve como objetivo analisar condições de trabalho, cargas de trabalho e absenteísmo em professores. Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal quantitativo e integrou um projeto chamado Saúde, Estilo de Vida e Trabalho de Professores da Rede Pública do Paraná PRÓ-MESTRE. A população de estudo foi constituída por 1061 professores do ensino fundamental e/ou ensino médio das 20 maiores escolas da rede estadual de ensino da cidade de Londrina - PR, sendo entrevistados 978 professores. A coleta de dados foi realizada entre agosto de 2012 e julho de 2013 por estudantes de graduação, mestrado e doutorado envolvidos no projeto, utilizando um formulário de entrevista e um questionário. A maioria dos professores entrevistados era do sexo feminino (68,5%), viviam com companheiros (60%), com média de idade de 41,5 anos (DP 10) e possuíam pós-graduação nível especialização (73,1%). Quanto às características profissionais, 68,7% eram estatutários e 31,3% não estatutários, 42,9% trabalhavam em até dois locais de trabalho, 64,2% lecionavam em pelo menos dois turnos e 41,7% atuavam tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. Mais de 80% dos professores relataram bom relacionamento com os superiores, professores e alunos. Aspectos como remuneração (62,8%), quantidade de alunos por sala (68,4%), manutenção e conservação de equipamentos (50,8%), infraestrutura para preparo de atividades (52,5%) e infraestrutura predial (51,5%) foram relatados como negativos (ruim/regular). Em relação às cargas de trabalho, a exposição ao ruído dentro da sala de aula (61,5%), o tempo que permanece em pé (52,7%), as condições para escrever no quadro de giz (42,6%), o ritmo e a intensidade do trabalho (50,3%), o número de tarefas realizadas e a atenção e responsabilidades exigidas (51,4%), assim como o tempo disponível para preparar as atividades (60,9%), afeta muito sua saúde e condições de trabalho. O absenteísmo foi referido por 51,9% dos entrevistados, e os principais motivos de afastamento foram: problemas respiratórios (20,7%), problemas osteomusculares (13,8%) e transtornos mentais (10,8%). Estes fatores sinalizaram sobre as condições de trabalho e saúde dos professores da rede Estadual do Paraná, podendo servir como subsídio para o desenvolvimento de políticas públicas que visem melhorias, modificando não só o cenário em que estão inseridos, como também, valorizando seu papel e sua importância perante a sociedade. A more in-depth understanding of the dynamics between work and health has become increasingly necessary, including in the teaching profession. Although it is considered an intellectual work, it involves a series of physical and psychological activities which, added to unfavorable work conditions, can lead to diseases and, consequently, to absenteeism. The objective of this study was to analyze these teachers work conditions, workload and absenteeism through an observational study of the quantitative transversal type which integrated a project entitled Parana State Public Teachers Health, Lifestyle and Work PRO- MESTRE. Study population was constituted of 1061 Basic/High School education teachers from Londrina, Paraná, out of which 978 were interviewed. Data collection was carried out between august 2012 and july 2013 by undergraduate and graduate (Masters and Doctoral) students involved in the project, using an interview form and a questionnaire. Most of the interviewed teachers were female (68.5%), living with companions (60%), age average of 41.5 years (SD 10) and with Specialization degrees (73.1%). As for the professional characteristics, 68.7% were State-level teachers and 31.3% non-statutory, 42.9% worked in up to two work places, 64.2% taught at least two shifts and 41.7% worked both at the basic and high school levels. More than 80 % of the teachers reported having a good relationship with their superiors, colleagues and students. Aspects such as remuneration (62.8%), number of students per classroom (68.4%), equipment maintenance and conservation (50.8%), infrastructure for the preparation of the activities (52.5%) and school facilities infrastructure (51.5%) were reported as negative ( bad/regular). In relation to workload, exposure to noise in the classroom (61.5%), time spent standing up (52.7%), chalkboard writing conditions (42.6%), work rhythm and intensity (50.3%), number of tasks realized and the attention and responsibilities involved (51.4%) as well as the time available to prepare the activities were mentioned as aspects that strongly affect health and work conditions. Absenteeism was mentioned by 51.9% of the interviewees, and the main reasons for absences were: respiratory problems (20.7%), osteomuscular problems (13.8%) and mental disorders (10.8%). These factors show the work and health conditions of state-level teachers in the state of Paraná can be used as subsidies for the development of public policies to improve them, modifying not only the scenario in which they are included but also valuing them before the society. 2014-03-28 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000190279 por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. URL BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL instname:Universidade Estadual de Londrina instacron:UEL |