Experiência e imagens da infância nos contos de Miguel Sanches Neto

O tema desta tese é compreender a representação da infância nos contos de Miguel Sanches Neto a partir da fundamentação teórica que entende a experiência da infância como possibilidade para a mudança da sociedade e os rumos da própria História. Diante da vasta produção de pesquisa sobre a infância –...

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Bibliographic Details
Main Author: Alzira Fabiana de Christo
Other Authors: Regina Helena Machado Aquino Corrêa .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras. 2013
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000190076
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description O tema desta tese é compreender a representação da infância nos contos de Miguel Sanches Neto a partir da fundamentação teórica que entende a experiência da infância como possibilidade para a mudança da sociedade e os rumos da própria História. Diante da vasta produção de pesquisa sobre a infância – quase sempre ligada a aspectos cronológicos e históricos – e sua relação com a arte e a literatura, nos pareceu importante investigar um campo que ainda vem ganhando espaço nos estudos literários: a leitura da infância na obra de arte que toma como ponto de partida a Filosofia. Deste modo, o propósito central é verificar como Miguel Sanches Neto se vale da infância em seus contos enquanto condição humana de resistência, como uma experiência para a formação do humano e enquanto possibilidade de mudanças futuras. Pode-se dizer que em seus contos o escritor rompe com a visão predominante na sociedade: a de que a infância é o primeiro degrau da vida humana e que ela deve ser superada. Em seus contos, o escritor nega esta visão evolucionista e adultocêntrica de infância e ao abordá-la como experiência abre a possibilidade de transformar a experiência com a infância. Pensar a infância enquanto experiência é pensá-la enquanto descontinuidade, é a possibilidade de pensar e fazer o impensável, como faz a criança, como faz o in-fante. Diferentemente do adulto, que ao longo do tempo, devido à influência da rotina, foi perdendo a capacidade de olhar o mundo com sensibilidade, a criança está inebriada e envolvida com tudo o que os adultos não querem ver, por isso ela tem sutileza e competência suficientes para ensinar aos adultos, para fazê-los pensar sobre uma outra possibilidade de olhar o mundo e reconduzir a própria existência. Nos contos aqui analisados, a experiência da infância desperta um novo olhar sobre as crianças e a infância e, ao mesmo tempo, devido às simulações da memória empreendidas pelo escritor, propõe uma retomada e revisão desse período da vida para os leitores que passam a se confrontar com acontecimentos da própria infância e, dessa forma, compreendem muitos dos sentimentos que fazem parte da sua subjetividade. É possível dizer que a infância-criança presente nos contos de Miguel Sanches Neto conduz à in-fância do pensar. === The aim of this thesis is understand the representation of childhood in Miguel Sanches Neto short stories, from the theoretical to understand the experience of childhood as a possibility for change in society and the course of history itself. Given the vast production of research on childhood - almost always linked to the chronological and historical - and its relationship to art and literature, it seemed important to investigate a field that has been gaining ground in literary studies: the reading of the work of childhood art that takes as its starting point the Philosophy. Thus, the central purpose is to see how Miguel Sanches Neto relies on their childhood short stories while human condition of resistance, as a background for the formation of the human being and as a possibility for future changes. It can be said that in his short stories the writer breaks with the prevailing view in society: that childhood is the first step of human life and it must be overcome. In his stories, the writer denies this evolutionary view of childhood and adult approach, and shows that the experience opens up the possibility of childhood transforming the experience. Think of childhood as an experience is to imagine him as a discontinuity, is the ability to think and do the unthinkable, like the child, as does the in-fânte. Unlike the adult, that over time due to the influence of the routine, was losing the ability to look at the world with sensitivity, the child is intoxicated and involved with everything that adults do not want to see, so she has subtlety and skill sufficient to teach adults to get them thinking about another possibility of looking at the world and bring their own existence. In the short stories analyzed here, the experience of childhood awakens a new look at children and childhood, and at the same time, due to memory simulations undertaken by the writer proposes a revival and revision of this period of life for readers who come to confront with events of her own childhood, and thus comprise many of the feelings that are part of their subjectivity. You can tell that this child-childhood short stories of Miguel Sanches Neto leads to in-fância thinking.
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Deste modo, o propósito central é verificar como Miguel Sanches Neto se vale da infância em seus contos enquanto condição humana de resistência, como uma experiência para a formação do humano e enquanto possibilidade de mudanças futuras. Pode-se dizer que em seus contos o escritor rompe com a visão predominante na sociedade: a de que a infância é o primeiro degrau da vida humana e que ela deve ser superada. Em seus contos, o escritor nega esta visão evolucionista e adultocêntrica de infância e ao abordá-la como experiência abre a possibilidade de transformar a experiência com a infância. Pensar a infância enquanto experiência é pensá-la enquanto descontinuidade, é a possibilidade de pensar e fazer o impensável, como faz a criança, como faz o in-fante. Diferentemente do adulto, que ao longo do tempo, devido à influência da rotina, foi perdendo a capacidade de olhar o mundo com sensibilidade, a criança está inebriada e envolvida com tudo o que os adultos não querem ver, por isso ela tem sutileza e competência suficientes para ensinar aos adultos, para fazê-los pensar sobre uma outra possibilidade de olhar o mundo e reconduzir a própria existência. Nos contos aqui analisados, a experiência da infância desperta um novo olhar sobre as crianças e a infância e, ao mesmo tempo, devido às simulações da memória empreendidas pelo escritor, propõe uma retomada e revisão desse período da vida para os leitores que passam a se confrontar com acontecimentos da própria infância e, dessa forma, compreendem muitos dos sentimentos que fazem parte da sua subjetividade. É possível dizer que a infância-criança presente nos contos de Miguel Sanches Neto conduz à in-fância do pensar. The aim of this thesis is understand the representation of childhood in Miguel Sanches Neto short stories, from the theoretical to understand the experience of childhood as a possibility for change in society and the course of history itself. Given the vast production of research on childhood - almost always linked to the chronological and historical - and its relationship to art and literature, it seemed important to investigate a field that has been gaining ground in literary studies: the reading of the work of childhood art that takes as its starting point the Philosophy. Thus, the central purpose is to see how Miguel Sanches Neto relies on their childhood short stories while human condition of resistance, as a background for the formation of the human being and as a possibility for future changes. It can be said that in his short stories the writer breaks with the prevailing view in society: that childhood is the first step of human life and it must be overcome. In his stories, the writer denies this evolutionary view of childhood and adult approach, and shows that the experience opens up the possibility of childhood transforming the experience. Think of childhood as an experience is to imagine him as a discontinuity, is the ability to think and do the unthinkable, like the child, as does the in-fânte. Unlike the adult, that over time due to the influence of the routine, was losing the ability to look at the world with sensitivity, the child is intoxicated and involved with everything that adults do not want to see, so she has subtlety and skill sufficient to teach adults to get them thinking about another possibility of looking at the world and bring their own existence. In the short stories analyzed here, the experience of childhood awakens a new look at children and childhood, and at the same time, due to memory simulations undertaken by the writer proposes a revival and revision of this period of life for readers who come to confront with events of her own childhood, and thus comprise many of the feelings that are part of their subjectivity. You can tell that this child-childhood short stories of Miguel Sanches Neto leads to in-fância thinking. 2013-11-18 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000190076 por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras. URL BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL instname:Universidade Estadual de Londrina instacron:UEL