Summary: | INTRODUÇÃO: A sede é um desconforto real de alta incidência e intensidade no Pós-Operatório Imediato, deflagrada por uma confluência de fatores: desequilíbrio hidroeletrolítico, hipovolemia, uso de drogas anestésicas e ressecamento da cavidade oral. O manejo da sede encontra desafios específicos como impossibilidade de reposição via oral de grandes volumes líquidos, a possibilidade de aspiração pulmonar devido ao nível de consciência rebaixado pelas drogas anestésicas e presença de náuseas e vômitos, trazendo consigo o desafio de encontrar maneiras seguras de abordar a sede já instalada no perioperatório sem colocar em risco a segurança do paciente. A inexistência de protocolos que avaliem critérios de segurança clínica que permitam o manejo da sede contribui para que a sede não seja avaliada, registrada e tratada, motivando a realização desta pesquisa. OBJETIVO: Elaborar, validar e testar a fidedignidade de um Protocolo de Segurança para o Manejoda Sede (PSMS) no Pós-Operatório Imediato. MÉTODO: Pesquisa metodológica e aplicada, quantitativa, desenvolvida no biênio 2012/2013. Todos os aspectos éticos foram respeitados. Para a elaboração do protocolo e seu manual operacional, foi realizada extensa busca na literatura e consulta a especialistas, validação de aparência, análise semântica e validação de conteúdo. Para validação de conteúdo utilizou-se a Técnica Delphi com nove experts. A fidedignidade foi testada em uma Sala de Recuperação Anestésica de um hospital escola público. Uma dupla de Enfermeiros e outra de Técnicos de Enfermagem aplicaram o PSMS em 118 pacientes de forma independente e simultânea. Para a análise dos dados utilizou-se o SPSS® (Statistical Package for Social Sciences) versão 20.0. RESULTADOS: Os critérios de segurança elencados foram avaliação do nível de consciência, reflexos de proteção de vias aéreas (tosse e deglutição) e ausência de náuseas e vômitos. Estes critérios foram agrupados e organizados no formato de um algoritmo gráfico, sendo que se um critério de segurança não é alcançado, a avaliação é interrompida. Após duas rodadas da técnica Delphi, os critérios alcançaram de 93 a 97% de consenso entre os experts (Índice de Validade de Conteúdo - 1). No teste de fidedignidade, a dupla de enfermeiros aplicou o protocolo 118 vezes em 78 pacientes. Os índices de concordância foram quase perfeitos, atingindo kappa de 0,853 a 1, com kappa geral de 0,968. Os técnicos de Enfermagem aplicaram 48 vezes o PSMS em 40 pacientes, com concordância moderada (0,791) no critério Nível de Consciência e quase perfeita nos demais critérios (0,878 a 1), com kappa geral de 0,867. CONCLUSÃO: O Protocolo de Segurança para o Manejo da Sede foi validado e testado quanto a sua fidedignidade atingindo resultados satisfatórios. O Protocolo de Segurança Para o Manejo da Sede permite a triagem de pacientes durante a recuperação da anestesia, que, de outra forma, possivelmente teriam permanecido desconfortáveis pela sede intensa. === INTRODUCTION: Thirst is a real discomfort of high incidence and intensity in the Immediate Postoperative Period, triggered by a confluence of factors: electrolyte imbalance, hypovolemia, use of anesthetic drugs and dryness of the oral cavity. Thirst management poses specific challenges such as restrictions in ingestion of large liquid volumes orally, the possibility of pulmonary aspiration due to lowered consciousness level by anesthetic drugs and the presence of nausea and vomiting, presenting the challenge to find safe ways to approach already installed thirst in the perioperative period, without jeopardizing patient safety . The lack of protocols to assess clinical safety criteria that allow for safe management of thirst, contributes to the fact that thirst is not assessed, recorded and treated, thus motivating this research. OBJECTIVE: The aim of this study was to develop, validate and test the reliability of a safety protocol for thirst management postoperatively. METHOD: Methodological and applied research, with a quantitative approach, conducted from 2012 to 2013. All ethical aspects were respected. For the development of the protocol and its operations manual, an extensive literature search as well as expert consultations, face validity, semantic analysis and content validation procedures were conducted. For content validation, the Delphi technique was employed with nine experts. Reliability was tested in a Post Anesthesia Care Unit of a public teaching hospital. Two nurses and two nursing technicians applied the Safety Protocol for Thirst Management (SPTM) in 118 patients independently and simultaneously. For data analysis, SPSS ® (Statistical Package for the Social Sciences) version 20.0 was used. RESULTS: The safety criteria assembled were: level of consciousness assessment, protective airway reflexes (coughing and swallowing) and absence of nausea and vomiting. These criteria were grouped and organized in the form of a graph algorithm, in which, if a safety criterion is not achieved, the evaluation is halted. After two rounds of the Delphi technique, a 93-97% consensus of the criteria was reached amongst experts (Content Validity Index -1)in the reliability test, the pair of nurses applied the Thirst Safe Management Protocol (TSMP) 118 times in 78 patients. Concordance rates were nearly perfect, reaching a kappa of 0.853 to 1, with an overall kappa of 0.968. Nursing technicians applied the TSMP 48 times in 40 patients with moderate agreement (0.791) in the level of consciousness criterion and almost perfect in the other criteria (0.878 to 1), with an overall kappa of 0.867. CONCLUSION: The Thirst Safe Management Protocol (TSMP) was validated and tested for its reliability reaching satisfactory results. The TSMP allows for the screening of patients even during recovery from anesthesia, who would, otherwise, likely have remained in distress caused by intense thirst.
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