Summary: | Esta dissertação tem como objetivo observar o percurso da cidade nos romances Bebel que a cidade comeu (1968), Zero (1975) e Não verás país nenhum (1981), de Ignácio de Loyola Brandão, tendo em vista a força que o espaço urbano exerce na obra do escritor. A partir de conceitos como legibilidade da cidade, definido por Kevin Lynch (2010), subjetividade das personagens e distopia, busco analisar a representação desse espaço e o modo como ele regula a postura dos indivíduos. No decorrer das narrativas, é possível perceber que a cidade se torna cada vez menos legível para seus habitantes, o que resulta na anulação da subjetividade e no sentimento de estar perdido, uma vez que a necessidade de reconhecer o ambiente é essencial para o ser humano sentir-se seguro. A falta de legibilidade se acentua nos romances analisados ao mesmo tempo em que a cidade faz um trajeto que a aproxima do caos, o que revela uma progressão distópica, na medida em que o espaço urbano passa a figurar como um lugar de distorção. Desse modo, o espaço citadino configura uma distopia, onde não há liberdade, os indivíduos vivem sob um regime autoritário e há pouca ou nenhuma esperança de futuro. Com isso, a cidade se distancia de um sentido positivo o de lugar acolhedor e de oportunidades e se transforma em um espaço ameaçador para os indivíduos que nela vivem. === This dissertation intends to observe the course of the city in the novels Bebel que a cidade comeu (1968), Zero (1975) and Não verás país nenhum (1981), by Ignácio de Loyola Brandão, considering the strength of the urban space in his work. From concepts like legibility of the city, defined by Kevin Lynch (2010), subjectivity of the characters and dystopia, I try to analyze the representation of that space and the way that it regulates the posture of the subject. Throughout the narrative, it is possible to observe that the city becomes less legible for its inhabitants, which results in the annulment of subjectivity and the feeling of being lost, since the need to recognize the environment is essential for humans feel secure. The lack of legibility is accentuated in the novels analyzed at the same time that the city makes a path that approaches the chaos, which reveals a progression dystopian in that urban space now features as a place of distortion. So te city configures a dystopia, where there is no freedom, people live under an authoritarian regime, and there is little or no hope for the future. In that way, the city moves away from a positive sense the warm place and opportunities - and turns into a threatening space for individuals who live in it.
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