Professor formador e professor em formação : uma teia colaborativa para aprendizagens e desenvolmento

As práticas de linguagem que se desenvolvem no/com o trabalho educacional ou textos a respeito do trabalho docente podem contribuir para o aprofundamento das questões teóricas e metodológicas que subjazem às ações tanto dos professores em formação (PF) quanto do formador de professores (FP). Adotamo...

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Bibliographic Details
Main Author: Maria Ilza Zirondi
Other Authors: Elvira Lopes Nascimento .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem. 2013
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000183714
Description
Summary:As práticas de linguagem que se desenvolvem no/com o trabalho educacional ou textos a respeito do trabalho docente podem contribuir para o aprofundamento das questões teóricas e metodológicas que subjazem às ações tanto dos professores em formação (PF) quanto do formador de professores (FP). Adotamos como base teórico-metodológica abordagens advindas do interacionismo sociodiscursivo em relação ao agir de linguagem e ao trabalho docente (BRONCKART, 1999, 2006 e 2008; BULEA, 2010; BRONCKART E MACHADO, 2004; MACHADO, 2009; 2011), que podem propiciar categorias de análises interpretativas que colaboram para a compreensão dos processos de interação formativa. Baseados nesse quadro teórico, advindo de vertentes epistemológicas, principalmente, de caráter sócio-histórico e cultural, apoiamo-nos no pensamento de diversos autores como, por exemplo, Vygotsky (2001/2002); Leontiev (1998; 2004); Bronckart (2006; 2008). Nossa hipótese é a de que a partir da interação entre FP e PF, a linguagem produzida possa nos conduzir à compreensão dos Cursos de Formação (CF) como propiciadores do desenvolvimento de capacidades docentes. Devido aos múltiplos aspectos que envolvem os CFs, objetivamos averiguar o agir de linguagem dos participantes e como, por meio de instrumentos e sob mediação, é possível compreender as relações de ordem formativa para aprendizagens e desenvolvimento. Nossos dados são provenientes de um contexto de intervenção formativa para um grupo inicial de 20 professores das séries iniciais do Ensino Fundamental I em formação continuada da Rede Municipal de Ensino de um município próximo à cidade de Londrina/Pr. Nosso projeto foi elaborado e proposto tendo por pressupostos o ensino de gêneros na escola, o de construção/elaboração de sequências didáticas (SD) e o desenvolvimento das Capacidades de Linguagem (CL) (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004). A pesquisa é de natureza qualitativa com características de pesquisa-ação participativa, tendo como base a construção de Modelos Didáticos de Gêneros (MDG), como instrumento utilizado pelo PF para atingir seus objetivos. Como resultado desse processo de formação do professor, obtivemos, majoritariamente, a elaboração de Projetos de Letramento (PL) com características pertinentes à SD, fruto do processo democrático e interativo proposto. O agir de linguagem detectado nos trechos discursivos, propiciou-nos algumas interpretações relativas aos CF, que apontam para a continuidade da reflexão, tais como: a necessidade de que os planos de ação formativa (CF) sejam articulados aos respectivos contextos de atuação; os CFs partirem das reais necessidades e dificuldades docentes; o tempo de atuação estendido para acompanhar o desempenho dos PFs; proporcionar acompanhamento não só de tutores, mas de formadores de professores para que as ações não caiam no senso comum; propiciar a aproximação entre universidade e escola para que teoria e prática caminhem juntas; articular os CFs com os projetos de formação continuada das SEEDs; evidenciar a preocupação contínua com a escuta do outro, de modo que assessores municipais e formadores de professores se voltem para as contradições entre teorias e práticas, entre trabalho prescrito e trabalho real, constituindo, assim, um processo ininterrupto que une a universidade, os grupos de pesquisa e as escolas da rede. === The language practices which develop at/with the educational work or texts about the teaching practice may contribute to the deepening of theoretical and methodological issues that underlie the actions of both teachers in education (TiE) and teacher educators (TE). We adopt the theoretical-methodological assumptions stemming from the Sociodiscursive Interactionism in relation to language action and teaching practice (BRONCKART, 1999, 2006 e 2008; BULEA, 2010; BRONCKART E MACHADO, 2004; MACHADO, 2009; 2011), which may provide interpretative analytical categories that contribute to the comprehension of interactive educational processes. Based on this framework, emerging from epistemological approaches, mainly from such with socio-historical and cultural principles, we find support in the work of various theorists and philosophers, such as, Vygotsky (2001/2002); Leontiev (1998; 2004); Bronckart (2006; 2008). We hypothesize that upon the interaction between TE and TiE, the language produced may lead us to comprehend the Teacher Education Courses (TEC) as promoters of teaching capacities development. Due to the multiple aspects that enfold the TEC, we aim at investigating the language action of those who participate and how, through instruments and by mediation, it is possible to understand the relations of formative order for learning and development. Our data was originated in a context of formative intervention for a group of initially 20 in-service teachers of primary grades in elementary school from the Municipal Education System in a city next to Londrina/PR. Our project was elaborated and proposed having as its assumptions the teaching of genre at school, the construction/elaboration of didactical sequences (DS) and the development of Language Capacities (LC) (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004). The research is qualitative with characteristics of participative action research, having as its basis the construction of Genre Didactical Models (GDM) as an instrument used by the TE to achieve their objectives. As the results of this process of ongoing teacher education, we had, mostly, the elaboration of Literacy Projects (LP) with characteristics relevant to the DS, outcome of the proposed democratic and interactive process. The language action identified in the discursive excerpts enabled us to make some interpretations regarding the TEC which indicate the continuity of reflection, such as the necessity for: formative action plans (TEC) to be articulated with the respective contexts of practice; the TEC to account for the real needs and difficulties teachers deal with; having the time of practice increased to accompany the performance of TiE; promoting the accompaniment of tutors as well as teacher educators so that the actions do not fall into the common sense; facilitating the tightening of university and school relations so that theory and practice walk together; articulating the TEC with the in-service education projects from the SEED; pointing out the continuous concerning with listening to the other, so that municipal advisors and teacher educators turn to the contradictions between theory and practice, between prescribed work and real work, constituting this way a continuous process that unites the university, research groups and schools in the system.