Prevalência de pés de risco a ulceração e fatores associados em portadores de Diabetes mellitus cadastrados nas Unidades Básicas de Saúde de Londrina-PR

Teve-se por objetivo identificar a prevalência de pés de risco à ulceração em portadores de diabetes mellitus considerando as características socioeconômicas e demográficas, dados clínicos e de estilo de vida, bem como analisar as implicações do autocuidado nos fatores de risco a ulceração, relacion...

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Bibliographic Details
Main Author: Francieli Nogueira Smanioto
Other Authors: Maria do Carmo Fernandez Lourenço Haddad .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-graduação em Enfermagem. 2013
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000183197
Description
Summary:Teve-se por objetivo identificar a prevalência de pés de risco à ulceração em portadores de diabetes mellitus considerando as características socioeconômicas e demográficas, dados clínicos e de estilo de vida, bem como analisar as implicações do autocuidado nos fatores de risco a ulceração, relacionados às alterações dermatológicas, ortopédicas, neurológicas e vasculares. Estudo transversal descritivo-exploratório, realizado com 1.515 portadores de diabetes mellitus tipo 2 cadastrados em todas as Unidades Básicas de Saúde da zona urbana de Londrina-PR. Os dados foram coletados por meio de entrevista, busca em prontuário e exame clínico dos pés. Para análise dos dados, foi utilizado o pacote estatístico SPSS 20. Para o cálculo da razão de prevalência o risco de ulceração foi categorizado em baixo risco de ulceração, incluindo os graus 0 e 1, e alto risco de ulceração para os graus 2 e 3. Para a identificação de associações entre as variáveis foi usado o teste de Qui-quadrado com correção (Yates). Em todos os testes foi considerado o nível de significância de 5%. A prevalência do pé com risco à ulceração identificada foi de 12,3%, predominando alterações grau 2 (7,1%) sendo diretamente proporcional às variáveis idade, sexo masculino, escolaridade, tempo de diagnóstico do diabetes, prática de atividade física e tipo de tratamento. Entre as práticas de autocuidado apenas o corte inadequado das unhas apresentou significância estatística. Com relação às alterações dermatológicas, apresentaram significância a onicomicose e a micose interdigital. As alterações nos pulsos tibial e pedioso, o enchimento capilar alterado, a presença de proeminências ósseas, dedos em garra e em martelo e hálux valgus apresentaram alta correlação com o risco de ulceração. Na análise da razão de prevalência os três principais fatores que influenciaram no maior risco de ulceração nos pés foram a perda da sensibilidade protetora, os dedos em garra, e as proeminências ósseas, sendo o uso do calçado adequado um fator de proteção (RP=0,631). Os resultados evidenciaram a importância da mudança no estilo de vida para a prevenção e controle dos fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras nos pés de diabéticos, sendo fundamental o desenvolvimento de atividades de educação e um acompanhamento periódico pela equipe de saúde. Cabe aos profissionais de saúde, com ênfase no enfermeiro, a tarefa de desenvolver atividades contínuas de educação em saúde e de estimular o interesse e o cuidado com os pés de modo que os diabéticos percebam a importância desse cuidado antes que eles sofram algum dano irreversível. === The aim of this study is to identify the prevalence of feet in risk for ulceration in people living with diabetes millitus considering their socioeconomic and demographic characteristics, clinical records and lifestyle. Furthermore, to analyze the implications of selfcare in risk factors for ulceration regarding dermatologic, ortopedic, neurologic and vascular alterations. This is a cross-sectional, descriptive and exploratory research with 1.515 participants living with type 2 diabetes mellitus who received primary care attention in all basic health units in the city area of Londrina-PR. Data were collected through interviews, medical records and clinical examination of the feet. Data were analyzed using the SPSS 20 software. The risk for ulceration was divided into two groups: low risk (0 and 1st degree ulceration) and high risk (2nd and 3rd degree ulceration), in order to calculate prevalence ratio. Yates's Chi-square test was used to identify association between variables. All tests were analyzed using 5% significance level. The prevalence of feet in risk for ulceration was 12.3%, mainly with 2nd degree ulceration (7.1%) associated to age, being a man, schooling years, time of diabetic diagnostic, physical activity and type of treatment. Regarding selfcare attitudes, trimming nails incorrectly presented statistic significance. As for dermatologic alterations, onycomycosis and interdigital mycosis were statistically significant. Alterations in anterior tibial and dorsalis pedic pulses, altered capillary refill time, bone protuberances on the feet, hammer and claw toes and hallux valgus presented high correlation with risk for ulceration. The risk factors with higher influence over ulceration were loss of protective sensibility, claw toes and bone protuberances whereas use of adequate shoes was a protective factor (PR = 0.631). Results highlight how changes in lifestyle are important for prevention and control of risk factors for diabetic foot ulceration. It is essential that the health team develops education activities and keep periodic appointments. Health professionals, specially nurses, are responsible for the implementation of continued activities in health education to encourage the interest and feet care allowing the diabetics to realize the importance of this care before irreversible damage occurs.