Summary: | O contexto atual engloba problemas provenientes do capitalismo, que prega o consumo desenfreado, o individualismo extremo, a concorrência a qualquer preço e a maximização infinita do lucro, que não raramente é obtida por meio da exploração do ser humano e ou da natureza. O sistema capitalista demonstra-se bastante eficiente na geração de riqueza, mas incapaz de garantir equidade e bem-estar para a totalidade da população, sendo cada vez mais visível quadros de pobreza endêmica e concentração de renda em proporções nunca antes vistas. A economia solidária propõe-se a ser uma alternativa focada em relações sociais solidárias, por meio da participação popular, visando à inclusão social, à emancipação e à autonomia popular. O objetivo do presente estudo é fazer um levantamento dos grupos de economia solidária que se encontram em fase de incubagem pelo Centro Público de Economia Solidária (CPES) na cidade de Londrina-PR, para compreender como se estabelece o processo de incubagem, apurar as contradições entre os ideais de emancipação que fundamentam a economia solidária e a realidade vivenciada por esses grupos. Optou-se por uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. A unidade de análise é o Centro Público de Economia Solidária de Londrina-PR., tendo como estratégia um estudo de caso descritivo, utilizando como técnicas de coleta de dados a análise documental e entrevistas semiestruturadas junto aos principais dirigentes do CPES. Desde o início de funcionamento do Centro Público de Economia Solidária, 96 grupos já foram incubados e, desse total, 57 grupos não fazem mais parte do CPES. Atualmente existem 39 grupos incubados. Diversas contradições são observadas entre os princípios da economia solidária e a vivência prática dos grupos encampados pelo CPES, em que a emancipação econômica, fundamental dentro dos propósitos da economia solidária, na práxis parece estar sendo relegada a segundo plano, como se tudo caminhasse bem, apenas a questão econômica deixa a desejar, como se não fosse fundamental. Todavia, se a dimensão econômica é desprezada ou não é central, não é economia solidária, e sim grupos de convivência. Como decorrência de condições de extrema precariedade que afligem boa parte dos integrantes dos grupos que compõem a Economia Solidária em Londrina, assiste-se a um esforço por parte do CPES em dar assistência básica aos membros dos empreendimentos, até que estes possam desenvolver-se autonomamente. Porém, o que se nota é a dificuldade de superação deste estágio inicial pautado pela assistência, e tentando avançar para a eficácia econômica. Percebe-se um impasse de difícil solução entre ações de assistência que garantam o mínimo de dignidade e, ao mesmo tempo, criem condições para a emancipação socioeconômica efetiva. === The current context includes issues from capitalism, which preaches the excessive consumption, extreme individualism, competition at any price and infinite profit maximization, that it is most of the time achieved through the exploitation of human beings and nature. The capitalist system shows to be very efficient in generating wealth, but unable to ensure fairness and prosperity for the entire population, being increasingly visible frames of endemic poverty and income concentration in proportions never seen before. The solidarity economy is proposed to be an alternative focused on social solidarity, through popular participation, aimed at social inclusion, empowerment and popular autonomy. The aim of this study is to survey the solidarity economy groups that are being incubation by the Center for Public Solidarity Economy (CPES) in the city of Londrina-PR, to understand how the incubation process is established, clearing the contradictions between the ideals of emancipation that underlie the social economy and the reality experienced by these groups. It was opted a qualitative, descriptive and exploratory research. The unit of analysis is the Center of Public Solidarity Economy of Londrina-PR., having as a strategy a descriptive case study, using techniques such as data collection document analysis and semi-structured interviews with CPES key leaders. Since the beginning of the Centre of Public Solidarity Economy operation, 96 groups have been incubated and of that total, 57 groups are no longer part of the CPES. Currently there are 39 groups incubated. Several contradictions can are observed between the principles of social economy and the praxis experiences of the groups taken over by CPES, in which the economic emancipation, within the fundamental purposes of the solidarity economy in practice, seems to be relegated to the background, as if everything is well and just a matter of economics is weak, as if it were not fundamental. Nevertheless, if the economic dimension is neglected or is not central, it is not solidarity economy, but coexistence groups, not solidarity economy. As a result of extreme insecurity which afflicts most of the members of the groups that make up the Solidarity Economy in Londrina, there has been an effort by the CPES to give basic assistance to members of the projects until they can develop autonomously. However, what you notice is the difficulty of overcoming this initial stage marked by care trying to advance to economic efficiency. A deadlock is perceived difficult to solve between assistance actions that ensure a minimum of dignity and at the same time, create conditions for effective socioeconomic emancipation.
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