"Um esqueleto", de Machado de Assis, e outros contos parodicamente fantásticos

Nosso objetivo, nesta dissertação, é analisar o conto “Um esqueleto” de Machado de Assis, publicado no ano de 1875. Por conta dos tons macabros presentes neste conto, buscamos, primeiramente, ligá-lo à literatura fantástica romântica. Devido ao desfecho do conto - no qual o narrador revela que a his...

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Bibliographic Details
Main Author: Ricardo Gomes da Silva
Other Authors: Adelaide Caramuru Cézar .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras. 2012
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000180038
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spelling ndltd-IBICT-oai-uel.br-vtls0001800382019-01-21T16:42:51Z "Um esqueleto", de Machado de Assis, e outros contos parodicamente fantásticos Ricardo Gomes da Silva Adelaide Caramuru Cézar . Luiz Carlos Santos Simon Karin Volobuef Nosso objetivo, nesta dissertação, é analisar o conto “Um esqueleto” de Machado de Assis, publicado no ano de 1875. Por conta dos tons macabros presentes neste conto, buscamos, primeiramente, ligá-lo à literatura fantástica romântica. Devido ao desfecho do conto - no qual o narrador revela que a história que ele havia narrado não passara de uma invenção para enganar o tempo - pressupomos que “Um esqueleto” não poderia ser somente classificado enquanto participante do gênero fantástico, mas também como um exercício crítico de Machado de Assis em relação a esta vertente literária. Comprovaremos este pressuposto a partir do conceito de paródia. Entendendo paródia a partir da concepção clássica do termo – sobre a qual Hutcheon e Genette teorizam - poderemos demonstrar que Machado de Assis, apesar de parodiar a literatura fantástica no conto em questão, não o faz no sentido de menosprezar, ridicularizar ou satirizar tal vertente literária, mas de imitá-la de forma distanciadamente crítica. Uma vez que observamos similaridade entre o desfecho desmistificador do sobrenatural de “Um esqueleto” aos desfechos de cerca de outros vinte contos fantásticos de Machado de Assis, trabalhamos também em função de indicar a possibilidade de se aplicar a noção de “parodicamente fantástico” a estes outros contos. Esta nossa última proposta, longe de ser comprovada exaustivamente, vem no sentido de indicar uma saída conceitualmente literária para a especificidade do comportamento dos contos machadianos perante os moldes gerais do gênero fantástico. Por fim, num âmbito mais amplo, nosso intuito com esta dissertação é aproximar a obra machadiana da literatura fantástica e do escritor alemão E.T.A. Hoffmann. Our aim in this dissertation is to analyze the Machado de Assis’ short story “Um esqueleto” [A skeleton], published in 1875. Because of the macabre tones present in this tale, we will seek to connect it to romantic fantastic literature. Due to the ending of the tale - in which the narrator reveals that the story that he had told was merely an invention to pass the time - we assume that “Um esqueleto” could not be classified only as a participant of the fantastic literature, but also as a Machado de Assis’ critical exercise in relation to this strand of literature. Assumption that this will be checked from the concept of parody. Understanding parody from the classical conception of the term - on which Genette and Hutcheon theorize - we show that Machado de Assis doesn’t parody the fantastic literature in “Um esqueleto” in order to belittle, ridicule or satirize this strand of literature. Machado de Assis parodies to revere the Fantastic Literature, yet with critical distance. Since we observed similarity between the ending of the supernatural debunker of "Um esqueleto" to the endings of about twenty other fantastics Machado de Assis’ tales, we will work to indicate the possibility of applying the notion of "parodically fantastic" to these other stories. Far from being proven thoroughly, we intent to indicate a conceptual literary output for the specific behavior of the tales Machado compared with the general mold of the Fantastic Literature. Finally, in a broader context, our aim with this dissertation is to connect the Machado de Assis’ works with the fantastic literature and to the German writer E.T.A. Hoffmann. 2012-09-11 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000180038 por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras. URL BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL instname:Universidade Estadual de Londrina instacron:UEL
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description Nosso objetivo, nesta dissertação, é analisar o conto “Um esqueleto” de Machado de Assis, publicado no ano de 1875. Por conta dos tons macabros presentes neste conto, buscamos, primeiramente, ligá-lo à literatura fantástica romântica. Devido ao desfecho do conto - no qual o narrador revela que a história que ele havia narrado não passara de uma invenção para enganar o tempo - pressupomos que “Um esqueleto” não poderia ser somente classificado enquanto participante do gênero fantástico, mas também como um exercício crítico de Machado de Assis em relação a esta vertente literária. Comprovaremos este pressuposto a partir do conceito de paródia. Entendendo paródia a partir da concepção clássica do termo – sobre a qual Hutcheon e Genette teorizam - poderemos demonstrar que Machado de Assis, apesar de parodiar a literatura fantástica no conto em questão, não o faz no sentido de menosprezar, ridicularizar ou satirizar tal vertente literária, mas de imitá-la de forma distanciadamente crítica. Uma vez que observamos similaridade entre o desfecho desmistificador do sobrenatural de “Um esqueleto” aos desfechos de cerca de outros vinte contos fantásticos de Machado de Assis, trabalhamos também em função de indicar a possibilidade de se aplicar a noção de “parodicamente fantástico” a estes outros contos. Esta nossa última proposta, longe de ser comprovada exaustivamente, vem no sentido de indicar uma saída conceitualmente literária para a especificidade do comportamento dos contos machadianos perante os moldes gerais do gênero fantástico. Por fim, num âmbito mais amplo, nosso intuito com esta dissertação é aproximar a obra machadiana da literatura fantástica e do escritor alemão E.T.A. Hoffmann. === Our aim in this dissertation is to analyze the Machado de Assis’ short story “Um esqueleto” [A skeleton], published in 1875. Because of the macabre tones present in this tale, we will seek to connect it to romantic fantastic literature. Due to the ending of the tale - in which the narrator reveals that the story that he had told was merely an invention to pass the time - we assume that “Um esqueleto” could not be classified only as a participant of the fantastic literature, but also as a Machado de Assis’ critical exercise in relation to this strand of literature. Assumption that this will be checked from the concept of parody. Understanding parody from the classical conception of the term - on which Genette and Hutcheon theorize - we show that Machado de Assis doesn’t parody the fantastic literature in “Um esqueleto” in order to belittle, ridicule or satirize this strand of literature. Machado de Assis parodies to revere the Fantastic Literature, yet with critical distance. Since we observed similarity between the ending of the supernatural debunker of "Um esqueleto" to the endings of about twenty other fantastics Machado de Assis’ tales, we will work to indicate the possibility of applying the notion of "parodically fantastic" to these other stories. Far from being proven thoroughly, we intent to indicate a conceptual literary output for the specific behavior of the tales Machado compared with the general mold of the Fantastic Literature. Finally, in a broader context, our aim with this dissertation is to connect the Machado de Assis’ works with the fantastic literature and to the German writer E.T.A. Hoffmann.
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Ricardo Gomes da Silva
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