O homem frente ao diagnóstico do câncer de próstata : procura por cuidado de saúde

Este estudo objetivou conhecer o perfil epidemiológico e comportamental de um grupo de homens com diagnóstico de Câncer de Próstata. Utilizou-se como referencial teórico-metodológico o Modelo de Crenças e Atitudes em Saúde conforme proposto por Rosentock. Trata-se de estudo epidemiológico analítico,...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Marina Viana Fernandes
Other Authors: Alexandrina Aparecida Maciel Cardelli .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. 2012
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000178876
Description
Summary:Este estudo objetivou conhecer o perfil epidemiológico e comportamental de um grupo de homens com diagnóstico de Câncer de Próstata. Utilizou-se como referencial teórico-metodológico o Modelo de Crenças e Atitudes em Saúde conforme proposto por Rosentock. Trata-se de estudo epidemiológico analítico, com recorte transversal, com homens com câncer de próstata acompanhados em um Ambulatório de Onco-Urologia de um Hospital Universitário Público localizado na região Norte do Paraná. Utilizou-se a técnica censitária para delimitação da população que foi constituída por 54 indivíduos (excluídos os óbitos, dificuldade auditiva e cognitiva, e as recusas), de um total de 70 homens acompanhados no ano de 2010, o que correspondeu a uma taxa de resposta de 77%. Após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), elaborado conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, foi realizada a coleta de dados, no período de abril a outubro de 2011, por meio de entrevista, utilizando-se um formulário estruturado com perguntas abertas e fechadas sobre dados epidemiológicos e questões que contemplaram os constructos do modelo proposto, como percepção de suscetibilidade, percepção de severidade, percepção de barreiras, percepção dos benefícios da procura por cuidados de saúde e ação (Atitude positiva em relação à saúde). Os dados foram compilados no programa Microsoft Office Excel® 2003 e, posteriormente, transportados para o programa SPSS, versão 19, onde foram analisados descritivamente e por meio do Teste Exato de Fisher. Os resultados revelaram que a idade média dos homens investigados foi de 74,8 anos, havendo predomínio de brancos (53,7%); baixa escolaridade (57,4%); aposentados (75,9%) e coabitação familiar (89,9%). Foram observados comportamentos de risco para o CaP, como alimentação inadequada (68,5%); uso do tabaco (28,0%) e bebida alcoólica (67,0%). Por outro lado, 62,0% relataram a prática de atividades físicas. A história familiar apontou que 24% dos homens investigados, apresentavam 2,2 vezes mais risco para Câncer de Próstata, por terem parentes de primeiro grau com a doença. O tempo médio da procura por cuidados de saúde para 45% foi superior a 30 dias, atingindo até 12 anos. Os resultados apontaram também que a prática de atividade física foi fator protetor para a procura de cuidado (p=0,005). A percepção de severidade ocorreu apenas após o diagnóstico do câncer, e embora a maioria acreditasse que a busca por cuidado de saúde fosse benéfica, só o fez tardiamente. Houve significância entre o tempo de procura por cuidado e a realização de exames para a detecção do CaP (p = 0,015) , bem como, dos sentimentos decorrentes desses exames (p = 0,055) que foram considerados barreiras e retardaram a procura por cuidado. Conclusão: propõe-se que o conhecimento sobre o perfil epidemiológico e a aplicação do Modelo de Crenças e Atitudes em Saúde sejam tomados como base para a transformação da práxis cotidiana do enfermeiro e demais integrantes da equipe de saúde, para que as carências da população masculina sejam visualizadas e resolvidas. === The aim of this study was to acknowledge the epidemiologic and behavioral profile of a group of men with diagnosed with prostate cancer. The theoretical and methodological approach used was the Health Belief Model suggested by Rosentock. This is an analytic and epidemiologic study, a survey with men living with prostate cancer attending an oncology and urology day-clinic in a Public Hospital in Northern Paraná. We used a censitary technique to limit the population constituted by 54 people (excluding deaths, hearing loss and cognitive, and refusals) out of the total of 70 men who attended health care in this institution in 2010. Hence, 77% of them participated in the survey. Participants signed the Informed Consent, based on the Resolution n.196/96 by National Health Counsel. Then, data were collected from April to October 2011 through interviews guided by a structured form with open and closed questions about epidemiologic data. There were also questions about the constructs of the proposed model such as perceptions, susceptibility, severity perception, barriers perception, perception of benefits from looking for health care and taking action (positive attitude towards health). Data were recorded into the Microsoft Office Excel® 2003 and afterwards transferred to the Statistical Package for Social Sciences software, version 19. Data were analyzed descriptively and by Fisher´s Exact Test. The results showed that the mean age of men participating in this study was 74.8 years old, most were Caucasian (53.7%); with few schooling years (57.4%); retired (75.9%) and lived with their families (89.9%). We observed risk behavior for prostate cancer, such as inadequate nutrition (68.5); smoking (28.0%) and drinking (67.0%). On the other hand, 62.0% of men said they did some physical activity. Family history pointed that 24.0% of men investigated presented 2.2 times more risk for prostate cancer, because they had a close relative with the disease. The mean period for looking for health care to 45.0/5 of the men studied was superior to 30 days, ranging up to 12 years. Results also showed that doing physical activities was a protective factor for looking for health care (p=0.005). Severity perception occurred only after the cancer diagnosis and although they believed looking for care was beneficial, most did it later. We found statistical significance between period of looking for care and undergoing some exams to detect prostate cancer (p=0.015). Likewise, the feelings originated by these exams (p=0.055) were considered as barriers and hindered looking for care. We belief that knowing the epidemiological profile and applying the Health Belief Model should be the foundation to change daily practice of the nurse and other health care providers in order to visualize and solve the needs of men.