Uso da torta de girassol na alimentação de novilhas da raça Nelore em confinamento

• Main Author: Fernando Henrique Pereira de Paiva
• Other Authors: Edson Luis de Azambuja Ribeiro .
• Language: Portuguese
• Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. 2012
• Online Access: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000178213

A utilização de tortas na alimentação animal vem crescendo, principalmente pelo desenvolvimento da indústria do biodiesel. A torta de girassol é um co-produto com potencial na alimentação de ruminantes, como fonte proteica alternativa, podendo reduzir os custos de produção. Nesse contexto, verifica-se interesse crescente em estratégias que proporcionem melhores resultados de eficiência produtiva na bovinocultura de corte, pois a atividade pecuária tende a ser mais uma atividade empresarial, afastando-se do modelo extrativista e aproximando- se da intensificação total. Objetivou-se com este trabalho avaliar o desempenho e comportamento ingestivo de novilhas da raça Nelore alimentadas com diferentes teores de torta de girassol em substituição ao farelo de algodão como fonte proteica. O experimento foi realizado na Unidade de Estudos de Ruminantes (UNER) da Fazenda Escola da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Foram confinadas 50 novilhas, com peso vivo e idade média inicial de 300 kg e 20 meses, respectivamente. Os animais foram distribuídos de forma inteiramente casualizada, em cinco tratamentos diferenciados pelos teores de torta de girassol (0, 150, 300, 450 e 600g/kg MS) em substituição ao farelo de algodão. As rações foram fornecidas a vontade, formuladas de acordo com as exigências do NRC (1996), para atender ganho de peso médio diário de 1,100 kg/animal. A relação volumoso:concentrado foi de 40:60, com base na MS. Para as características de desempenho, foi avaliado o ganho médio diário de peso (GMD), a conversão alimentar (CA), o consumo de nutrientes e a digestibilidade in vitro da MS (DIVMS). Na análise de comportamento ingestivo foram avaliados os tempos de alimentação, ingestão de água, ruminação e ócio. Também foi analisado o número de mastigações merícicas por bolo ruminal (NMB), o tempo despendido na mastigação merícica por bolo ruminal (TMB), o número de mastigações diárias (NMD), a eficiência de alimentação (EAMS), a eficiência de ruminação da MS (ERMS) e a eficiência de ruminação da FDN (ERFDN). Não houve diferença significativa entre os diferentes teores de torta de girassol para o consumo de nutrientes, ganho médio diário de peso (média de 0,970 kg) e conversão alimentar (média de 8,02 kg/kg). Porém os animais não obtiveram o ganho de peso esperado, provavelmente por não atingirem o consumo adequado de nutrientes. Também não ocorreu diferença para DIVMS das rações (média de 77,18%). O comportamento ingestivo, o TMB, NMB, NMD, EAMS, ERMS e a ERFDN não foram influenciados pela substituição do farelo de algodão pela torta de girassol. Apenas o tempo de ingestão de água aumentou linearmente com o aumento da torta de girassol nas rações. Pode-se concluir que a substituição do farelo de algodão pela torta de girassol em até 60% (600 g/kg de MS) na ração de novilhas de corte em terminação, como fonte proteica, não afeta o desempenho e comportamento ingestivo. === The use of cakes in animal feed has increased, mainly by the development of the biodiesel industry. The sunflower cake is potential co-product in ruminant feed, as an alternative protein source, thus reducing production costs. In this context, there is growing interest in strategies that provide better results in productive efficiency in beef cattle because cattle ranching tends to be a business activity away from the extractive model and approaching the total enhancement. The objective of the present study was to evaluate the performance and ingestive behavior of Nellore heifers fed with different levels of sunflower cake in substitution to the cottonseed meal as protein source. The experiment was conducted at the Ruminant Research Unit (UNER) of the Farm School of the Universidade Estadual de Londrina (UEL). Fifty heifers were confined, with average weight and age of 300 kg and 20 months, respectively. The animals were distributed in a completely randomized design in five different treatments, corresponding to different levels of sunflower cake (0, 150, 300, 450 and 600 g/kg DM). Rations were fed ad libitum, formulated in accordance with the requirements of NRC (1996), to meet average daily weight gain of 1.100 kg / animal. The relation roughage:concentrate was 40:60, on the basis of the DM. In the analysis of ingestive behavior were assessed time of feeding, water intake, rumination and idleness. It was also examined there was no significant difference between the different levels of sunflower cake for nutrients intake, daily weight gain (average of 0.970 kg) and feed conversion (average of 8,02 kg/kg). But the animals did not obtain the expected weight gain, probably because they fall below the adequate intake of nutrients. Also there was no difference in the in vitro digestibility of the rations (average of 77.18%). The ingestive behavior, the number of chews per ruminal bolus, the time spent cud-chewing by ruminal bolus, the number of chews per day, feed efficiency, the efficiency of rumination in the dry matter and the efficiency of rumination in the NDF were not influenced by the substitution of cottonseed meal by sunflower cake. Only the timing of water intake increased significantly with increasing inclusion of sunflower cake in rations. It can be concluded that the substitution of cottonseed meal, sunflower cake for up to 60% (600g/kg DM) in diets of finishing beef heifers as protein source, does not affect performance and ingestive behavior.