Kierkegaard. Camus. Hilst : no labirinto da angústia

Este trabalho tem por objetivo estabelecer uma possível aproximação entre as obras de Sören Kierkegaard e Hilda Hilst, mediados por Albert Camus, a partir de suas reflexões sobre a angústia. Esta é aqui entendida como um sentimento de estranhamento que é próprio do estar do homem no mundo: ajuda-nos...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Willian André
Other Authors: Volnei Edson dos Santos .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras. 2012
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000173493
Description
Summary:Este trabalho tem por objetivo estabelecer uma possível aproximação entre as obras de Sören Kierkegaard e Hilda Hilst, mediados por Albert Camus, a partir de suas reflexões sobre a angústia. Esta é aqui entendida como um sentimento de estranhamento que é próprio do estar do homem no mundo: ajuda-nos a pensá-la dessa forma a imagem do indivíduo que, debruçado sobre o próprio âmago, encontra-se repentinamente às voltas com o vagar por um labirinto do qual talvez nunca haja saída. Em cada rua do labirinto que se nos apresenta como possibilidade, vislumbramos uma configuração específica que pode assumir esse estranhamento. Os textos de Kierkegaard contemplados em nosso estudo são Diário de um sedutor, Temor e tremor, O conceito de angústia e O desespero humano. De Hilst, “O unicórnio”, “Lázaro” e “O oco”. De Camus, valemo-nos de O estrangeiro e O mito de Sísifo, na tentativa de criar uma aclimatação entre os dois autores que constituem o primeiro plano da análise. Em cada um destes textos escolhidos – ruas possíveis a se tomar no labirinto da angústia –, encontramos maneiras particulares de expressar o confrontamento do homem com sua própria escuridão, com um mundo que se lhe apresenta silencioso, vazio de sentido. Reflexo desse confronto, o fazer poético aflora como marca da incompletude do homem no mundo. === The aim of this work is to establish a possible approximation between the works of Sören Kierkegaard and Hilda Hilst, mediated by Albert Camus, parting from their reflection about anguish. By anguish we mean here a feeling of strangeness that is part of man’s being in the world: it helps us to think this way the image of an individual who, leaning on his own bottom, finds himself suddenly walking in the rues of a labyrinth from which there is possibly no escape. In each path of the labyrinth that is presented to us as a possibility, we can see a specific configuration the strangeness can assume. Kierkegaard’s texts we are going to work with are Diário de um sedutor, Temor e tremor, O conceito de angústia and O desespero humano. Hilst’s ones are “O unicórnio”, “Lázaro” and “O oco”. By Camus we are going to analyze O estrangeiro and O mito de Sísifo, in an attempt to build an acclimation between the two authors that constitute the analysis main plan. In each of these chosen texts – possible paths to take in the anguish’s labyrinth –, we find particular ways of expressing man’s confrontation with his own darkness, with a world that is silent, empty, meaningless. Reflecting this confrontation, poetry emerges as a sign of the incompleteness of man in the world.