A saúde de mulheres climatéricas usuárias de uma unidade de saúde da família

O aumento da expectativa de vida em ambos os sexos é uma demanda mundial. No Brasil, a expectativa de vida feminina é de aproximadamente 72,4 anos. Essa realidade demográfica torna o estudo do climatério um assunto de destaque, com necessidade de implementar políticas públicas de saúde voltadas ao p...

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Bibliographic Details
Main Author: Ana Olympia Velloso Marcondes Dornellas
Other Authors: Maria do Carmo Lourenço Haddad .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Gestão de Serviços de Saúde. 2011
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000170191
Description
Summary:O aumento da expectativa de vida em ambos os sexos é uma demanda mundial. No Brasil, a expectativa de vida feminina é de aproximadamente 72,4 anos. Essa realidade demográfica torna o estudo do climatério um assunto de destaque, com necessidade de implementar políticas públicas de saúde voltadas ao período de transição do envelhecimento feminino. Cada mulher vivencia o período do climatério e o marco da menopausa de acordo com sua singularidade, podendo ter impacto negativo na saúde física, mental, emocional, nas relações familiares e sociais. O estudo teve como objetivo identificar as condições de saúde das mulheres climatéricas na faixa etária de 40 a 65 anos usuárias de uma Unidade de Saúde da Família em Londrina-PR. Realizou-se um estudo transversal com 223 mulheres. Os dados foram coletados por meio de entrevistas nos domicílios, com questionário estruturado, entre dezembro de 2009 a abril de 2010. Os sintomas climatéricos foram classificados pelo Índice Menopausal de Blatt e Kupperman. A análise estatística foi realizada no programa EPI-INFO, após dupla digitação. Os resultados demonstraram que a população de estudo constitui-se de mulheres com média etária de 55,1 anos, 70% tinham companheiro, predominantemente brancas (83,4%) e com oito anos ou mais de estudo (84,3%). As classes econômicas identificadas segundo a classificação da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa foram B (50,2%) e C (41,7%). As comorbidades prevalentes foram sobrepeso e obesidade (58,7%), hipertensão arterial (39%), tireoideopatia (25,1%) e depressão (22,9%). Destacaram-se como fatores de risco no estilo de vida o sedentarismo (76,2%), alimentação inadequada (45,7%) e ingestão de bebidas alcoólicas (42,6%). Das queixas referidas pelas mulheres sexualmente ativas (58,7%), prevaleceram o isolamento do companheiro (31,7%), a frieza da mulher (18,6%) e o abuso do companheiro (17,9%). Quanto ao relacionamento social, o sentimento mencionado por mais da metade das mulheres (53,4%) foi tristeza e melancolia. Os sintomas climatéricos foram referidos pela maioria das mulheres (95,1%) e classificados como de intensidade leve por 73,1%, sendo prevalentes o nervosismo (59,7%), a artralgia/mialgia (57,4%) e a melancolia/tristeza (50,2%). Apesar do alto grau de satisfação (92,9%) quanto ao atendimento na Unidade de Saúde da Família para problemas crônicos ou agudos, 57% das mulheres consideraram insatisfatório o acesso para registrar suas queixas referentes ao climatério e 75,3% não se sentiram totalmente ouvidas ou suas necessidades atendidas. Os achados nessa pesquisa, embora não representem as condições de saúde para toda população feminina do município de Londrina, propiciaram reflexões para subsidiar ações que não se limitem à dimensão fisiológica, mas à oferta de espaços de escuta e orientações de promoção à saúde e qualidade de vida à mulher no climatério. === The increase of life time expectation for both genders is a world demand. The women´s life time expectation in Brazil is nearly 72.4 years. The study of climacterium stands out, considering this demographic data and the urge for public health politics focused on this specific period of life which is a transition for aging. Each woman experiences menopause according to her own singularities and eventually it might have a negative impact on her physical, mental and emotional health and on her social and family relations. The goal of the present study is to evaluate the health of 40 to 64 year old menopausal women, who attend to a Family Health Unit in Londrina, state of Paraná. The transversal study included 223 women. Data was collected by home interviews that took place between December 2009 and April 2010, when structured questionnaires were used as the research instrument. Climateric symptoms were classified according to Blatt & Kupperman´s Menopausal Index. Double typing was done for assuredness and statistical analysis was performed by Epi Info™ 3.5.1 statistical program. It was found that the studied population was constituted by women 55.1 year old in average, which whom 70% had a partner, 83.4% were white and 84.3% had attended school for at least 8 years. Regarding the ABEP economical status ranking, 50.2% fit into B class and 41.7% into C class. The prevalent co-morbidities were overweight and obesity (58.7%), high blood pressure (39%), thyroid mal function (25.1%) and depression (22.9%). It can be inferred that certain aspects of life style, like sedentariness (76.2%), inadequate nutrition habits (45.7%) and alcohol consumption (42.6%) were risk factors leading to the mentioned co-morbidities. The sexual active (58.7%) women´s complains were about the partner´s isolation (31.7%), their own frigidness (18.6%) and partner´s abuse towards them (17.9%). Considering social life and relationships, the feelings related by more than half of the group (53.4%) were melancholy and sadness. In the studied group, 95.1% of women referred to menopausal symptoms which were ranked like mild by 73.1% of them, and the most prevalent ones were: nervousness (59.7%), arthralgy/myalgia (57.4%) and melancholy/sadness (50.2%). Although 92.9% described themselves as satisfied with the public health service response to their chronic or acute problems, 57% of the studied women considered unsatisfactory the access to the Family Health Unit to refer their complains and needs related to menopause and 75.3% did not feel they were heard or had their needs responded. The findings that came out of this study, even not standing for the whole female population of Londrina, are consistent and aroused deep reflections to subsidize concrete measures that surpass philosophical boundaries, indicating the need for hearing and orientation responses by the service, in order to propitiate health promotion and quality of life to menopausal women.