O barato sai caro : cirurgias plásticas estéticas e padrões corporais femininos
Nesta pesquisa tomo como objeto de estudo a experiência de mulheres urbanas que se submeteram a cirurgias plásticas estéticas e obtiveram resultados ruins. O objetivo é discutir como os possíveis riscos inerentes aos processos cirúrgicos são pensados por elas, uma vez que estes parecem não ser consi...
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Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais.
2012
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ndltd-IBICT-oai-uel.br-vtls0001683802019-01-21T16:45:50Z O barato sai caro : cirurgias plásticas estéticas e padrões corporais femininos Marcella Masano Latanza Leila Sollberger Jeolás . Martha Ramirez-Galvéz Débora Krischke Leitão Nesta pesquisa tomo como objeto de estudo a experiência de mulheres urbanas que se submeteram a cirurgias plásticas estéticas e obtiveram resultados ruins. O objetivo é discutir como os possíveis riscos inerentes aos processos cirúrgicos são pensados por elas, uma vez que estes parecem não ser considerados anteriormente ao processo cirúrgico. A discussão que conforma o estudo é a de que as novas tecnologias de transformação corporal encontram-se associadas a um ideal de supervalorização do corpo e a determinados padrões de beleza que levam os sujeitos a se sentirem responsáveis por sua aparência física. As mulheres participantes da pesquisa se submeteram a uma prática legitimada pela cultura como parte da construção de suas identidades pessoais. Nesse contexto, o pressuposto é de que a percepção que elas tem do risco envolvido nas cirurgias se reduz à imperícia, à imprudência, à negligencia médica, ou ainda, à uma formação inadequada e não especializada, traduzida como erro médico. Desta forma, a técnica em si não é questionada, como se o imaginário do progresso tecnocientífico fosse um ganho indiscutível. A metodologia utilizada foi a observação participante em uma comunidade Paguei para ser mutilada de um site de relacionamento na Internet. Ela incluiu entrevistas formais, conversas informais e interação com as participantes do grupo que trocavam informações e suas impressões sobre as experiências vividas com relação às cirurgias estéticas. O que foi possível observar é que essas mulheres se assujeitam a um padrão corporal e estão dispostas a tudo (ou quase) para alcançá-lo, independente dos custos aí envolvidos. In this research I take as an object of study the experience of urban women who underwent cosmetic plastic surgery and had poor results. The aim is to discuss how the possible risks inherent in surgical procedures are designed for them, since they appear not to be considered prior to the surgical process. The discussion that shapes the study is that the new technologies of bodily transformation are associated with an overvaluation of the ideal body and certain beauty standards that lead individuals to feel responsible for their physical appearance. Women participants in the study underwent a practice legitimized by the culture as part of building their personal identities. In this context, the assumption is that the perception they have of the risk involved in surgery reduces the malpractice, the recklessness, medical malpractice, or even the inadequate training and not a specialist, translated as "malpractice." Thus, the technique itself is not questioned, as if the imagination of the technoscientific progress was undoubtedly a gain. The methodology used was participant observation in a community "I paid to be mutilated" of a social networking site on the Internet. It included formal interviews, informal conversations and interaction with the participants of the group exchanged information and their impressions about their experiences with regard to aesthetic surgery. What we observed is that these women are subjugated to a standard body and are willing to do anything (or almost) to achieve it, regardless of the costs involved therein. 2012-11-22 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000168380 por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. URL BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL instname:Universidade Estadual de Londrina instacron:UEL |
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Nesta pesquisa tomo como objeto de estudo a experiência de mulheres urbanas que se submeteram a cirurgias plásticas estéticas e obtiveram resultados ruins. O objetivo é discutir como os possíveis riscos inerentes aos processos cirúrgicos são pensados por elas, uma vez que estes parecem não ser considerados anteriormente ao processo cirúrgico. A discussão que conforma o estudo é a de que as novas tecnologias de transformação corporal encontram-se associadas a um ideal de supervalorização do corpo e a determinados padrões de beleza que levam os sujeitos a se sentirem responsáveis por sua aparência física. As mulheres participantes da pesquisa se submeteram a uma prática legitimada pela cultura como parte da construção de suas identidades pessoais. Nesse contexto, o pressuposto é de que a percepção que elas tem do risco envolvido nas cirurgias se reduz à imperícia, à imprudência, à negligencia médica, ou ainda, à uma formação inadequada e não especializada, traduzida como erro médico. Desta forma, a técnica em si não é questionada, como se o imaginário do progresso tecnocientífico fosse um ganho indiscutível. A metodologia utilizada foi a observação participante em uma comunidade Paguei para ser mutilada de um site de relacionamento na Internet. Ela incluiu entrevistas formais, conversas informais e interação com as participantes do grupo que trocavam informações e suas impressões sobre as experiências vividas com relação às cirurgias estéticas. O que foi possível observar é que essas mulheres se assujeitam a um padrão corporal e estão dispostas a tudo (ou quase) para alcançá-lo, independente dos custos aí envolvidos. === In this research I take as an object of study the experience of urban women who underwent cosmetic plastic surgery and had poor results. The aim is to discuss how the possible risks inherent in surgical procedures are designed for them, since they appear not to be considered prior to the surgical process. The discussion that shapes the study is that the new technologies of bodily transformation are associated with an overvaluation of the ideal body and certain beauty standards that lead individuals to feel responsible for their physical appearance. Women participants in the study underwent a practice legitimized by the culture as part of building their personal identities. In this context, the assumption is that the perception they have of the risk involved in surgery reduces the malpractice, the recklessness, medical malpractice, or even the inadequate training and not a specialist, translated as "malpractice." Thus, the technique itself is not questioned, as if the imagination of the technoscientific progress was undoubtedly a gain. The methodology used was participant observation in a community "I paid to be mutilated" of a social networking site on the Internet. It included formal interviews, informal conversations and interaction with the participants of the group exchanged information and their impressions about their experiences with regard to aesthetic surgery. What we observed is that these women are subjugated to a standard body and are willing to do anything (or almost) to achieve it, regardless of the costs involved therein. |
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Leila Sollberger Jeolás . |
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