Summary: | Esta pesquisa iniciou-se com a leitura do livro O espaço moderno de Alberto Tassinari. O texto adotou como metodologia uma abordagem sistêmica, objetivando-se refletir sobre os espaços internos nas obras de arte para analisá-los como possíveis ferramentas antropológicas a partir da fenomenologia merleau-pontiana. Evidenciou-se que as imagens acontecem no espaço entre a transmissão e a percepção, não existindo por si mesmas, mas acontecendo, e na relação das imagens e suas manifestações nas artes visuais, considerou-se Maurice Merleau-Ponty e Hans Belting que conceituam estética como Aisthesis, aquilo que é sensível ao corpo e nasce dos sentidos. Denominou-se estética como manifestação de regimes de visualidade que se alteram historicamente através da criação de novas técnicas e tecnologias que funcionam como prolongamentos ou próteses do corpo orgânico do homem, potencializando seu poder de apreensão das qualidades sensíveis apresentadas aos sentidos. Foram analisadas obras artísticas, abrangendo das cavernas de Lascaux às obras de artistas contemporâneos, fazendo uma analogia com os conceitos geográficos de Milton Santos, onde os Fixos/Sistemas de Objetos nas obras seriam seus espaços externos e os Fluxos/Sistemas de Ações formariam seus espaços internos, ou territórios. Fixos e Fluxos seriam constituintes da fé-perceptiva merleau-pontiana, e a manifestação desta fé-perceptiva se manifestaria em regimes de visualidade. O texto propõe o uso dos espaços internos das obras de arte como ferramentas antropológicas porque espaços e territórios relacionam-se à organicidade corporal do homem em comunhão carnal com o mundo, em aisthesis. === This research began with reading the book The modern space Alberto Tassinari. The text adopted as a systemic approach methodology, aiming to reflect on the internal spaces into works of art to analyze them as potential anthropological tools from Merleau-Pontian phenomenology. It was evident that the images occur in the space between the transmission and perception, not existing by themselves, but going on, and the relationship of images and their manifestations in the visual arts, it was considered Maurice Merleau-Ponty and Hans Belting aesthetics as they conceptualize aisthesis, what is sensitive to the body and is born of the senses. Was named as a manifestation of aesthetic visual schemes that change historically through the creation of new techniques and technologies that act as extensions or prostheses of the organic body of men, increasing their power of apprehension of the sensible qualities presented to the senses. Artistic works were analyzed, including the caves of Lascaux to works by contemporary artists, making an analogy to the geographical concepts of Milton Santos, where the Fixed / System Objects in the works would be its external spaces and flows / systems form their spaces Actions internal or territories. Flows were fixed and constituents of perceptual faith-Merleau-Pontian, and the manifestation of this faith is manifested in perceptual-regimes of visuality. The paper proposes the use of internal spaces of the art as a tool for anthropological spaces and territories related to the organic body of man in communion with the carnal world, aisthesis.
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