Summary: | No contexto escolar, no interior das salas de aula, a avaliação pode converter-se em uma ferramenta de constatação e mensuração de resultados apenas para fundamentar decisões de aprovação/reprovação, reforçando, deste modo, seu caráter sentenciador, seletivo e classificatório. Mas, contrariamente, pode estar a serviço do processo de ensino/aprendizagem, quando busca compreender os problemas e obstáculos que se interpõem, com a finalidade de regular o processo, encontrando o caminho mais adequado a ser seguido. Avaliar, classificatoriamente ou formativamente, depende das concepções construídas pelos professores ao longo de sua formação, no entrelaçar de conhecimentos teóricos e experiências vivenciadas, como aluno e como profissional. Uma concepção bem delineada, concernente à avaliação formativa, com a clareza de suas principais características, é condição necessária a uma prática consciente e direcionada a contribuir com o desenvolvimento daquele que aprende. Por outro lado, uma compreensão distorcida, provavelmente, culminará em uma prática igualmente equivocada. Essa premissa suscitou inquietações relativas ao como discentes de um curso de Licenciatura em Pedagogia compreendem a avaliação em sua perspectiva formativa, orientando a proposição do objetivo geral desse estudo: deslindar e analisar as concepções e as características da avaliação formativa, confrontando-as ao proposto pela teoria. A avaliação formativa é estudada e analisada sob a égide dos teóricos que a tratam na perspectiva interacionista. A pesquisa, de abordagem qualitativa, na modalidade estudo de caso, contou com a participação de 139 discentes de um curso de Licenciatura em Pedagogia de uma universidade pública paranaense. As informações provenientes de questionários e entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo temática, permitindo ir além das aparências e superar a compreensão espontânea. O estudo permitiu constatar que, embora existam ainda concepções equivocadas, parte significativa dos participantes evidencia compreender o sentido da avaliação formativa, isto é, estar compromissada com a aprendizagem, bem como reconhecem o feedback, a regulação e a autorregulação como características essenciais a essa perspectiva avaliativa. Todavia, trata-se de uma compreensão ainda incipiente, muito presa aos aportes teóricos da avaliação formativa clássica, atribuindo à regulação retroativa e ao papel do professor elevado destaque. === In the school context, inside the classrooms, assessment may become a tool for verification and measurement of results with the purpose of making decisions on pass/fail, reinforcing its selective and summative format. However, in contrast, assessment can be in service of the teaching/learning process when seeking to understand the problems and obstacles that permeate it, aiming at regulating the process, finding the most appropriate way to be followed. Evaluating summatively or formatively depends on the conceptions built by teachers throughout their professional training, on the intertwining of theoretical knowledge and experiences as a student and as a practitioner. A well outlined conception with regard to formative assessment and with the clarity of its main features is a necessary condition for a conscious practice aimed to contribute to the development of the learner. On the other hand, a distorted understanding will probably culminate in a practice which is equally flawed. This premise has raised concerns about how students of a Bachelor's Degree in Education understand assessment in its formative perspective, guiding the proposition of the overall aim of this study: disentangle and analyse the conceptions and features of formative assessment, confronting this to what is proposed by theory. Formative assessment is studied and analuzed under the aegis of the theorists who treat the interactiont perspective.The research uses the qualitative approach, adopting the case study modality, with the participation of 139 students of a Bachelor`s Degree in Education at a public university in Paraná. The content from questionnaires and interviews were analysed and separated into topics, which allowed us to move beyond appearances and to overcome spontaneous understanding. Through this study we found that, although there are still misconceptions, a significant proportion of participants evidenced understanding of the true meaning of formative assessment, that is, being comitted to learning as well as recognising feedback, regulation and self-regulation as essential features of this evaluative perspective. However, it is still an incipient understanding, stuck to the theoretical framework of the classic formative assessment, giving the retroactive regulation and the role of the teacher high prominence.
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