Efeito do uso tópico e subconjuntival do bevacizumabe (Avastin®) na superfície ocular íntegra e na neovascularização corneana de olhos de coelhos

Introdução: A experimentação do bevacizumabe (Avastin®) para uso tópico e subconjuntival no olho é oportuna diante das inúmeras situações em que a inibição do crescimento de neovasos na superfície ocular é desejável. Para tanto, é necessário submeter esta droga a um teste de irritação ocular e obser...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gerson Jorge Aparecido Lopes
Other Authors: Antonio Marcelo Barbante Casella .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde. 2008
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000149265
Description
Summary:Introdução: A experimentação do bevacizumabe (Avastin®) para uso tópico e subconjuntival no olho é oportuna diante das inúmeras situações em que a inibição do crescimento de neovasos na superfície ocular é desejável. Para tanto, é necessário submeter esta droga a um teste de irritação ocular e observar sua eficácia na neovascularização corneana. Objetivos: Avaliar a toxicidade do uso tópico e da injeção subconjuntival do bevacizumabe (Avastin®) na superfície ocular íntegra de olhos de coelhos; avaliar e comparar o efeito do uso tópico e da injeção subconjuntival do bevacizumabe (Avastin®) na neovascularização corneana de olhos de coelhos após queimadura química. Materiais e Métodos: Estudo experimental em 60 coelhos. O experimento foi realizado em três etapas. A primeira e a segunda etapa avaliaram a toxicidade do Avastin® para a superfície ocular sadia, através da instilação e da injeção subconjuntival da droga, respectivamente. A terceira etapa observou o efeito do bevacizumabe na neovascularização corneana após queimadura. Nas etapas 1 e 2 foi realizado exame externo do olho e o estudo histopatológico da conjuntiva e córnea. Na terceira etapa a neovascularização foi avaliada conforme o tamanho dos neovasos e com análise computadorizada da área neovascularizada de cada córnea. Na análise de dados aplicou-se o teste de Mann-Whitney para comparar o exame externo e a contagem das células inflamatórias em todos os tempos das etapas 1 e 2; quanto à etapa 3, aplicou-se o teste de Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn com p<0,05 para comparação dos grupos dois a dois na análise do exame externo da neovascularização corneana. Na análise da área de neovascularização corneana, aplicou-se o teste F de análise de variância. A significância estatística foi definida como valor de p<0.05. Resultados: Na etapa 1, o escore mediano do exame externo e da contagem de células inflamatórias, após os tempos de instilação do soro fisiológico e do Avastin®, não apresentou diferença significativa. Na etapa 2, o escore mediano do exame externo e da contagem de células inflamatórias, após os tempos de injeção do soro fisiológico e do Avastin®, não apresentou diferença significativa, com exceção do número de células inflamatórias na conjuntiva no primeiro dia. Na etapa 3, nas comparações dos grupos dois a dois não foram detectadas diferenças significativas, porém, ao analisar os fatores envolvidos (procedimentos: injeção ou instilação, e as drogas: Avastatin® ou soro fisiológico), verificou-se que a injeção não diferiu da instilação, mas o Avastin® diferiu do soro fisiológico. Conclusão: Não houve toxicidade com o uso tópico e com a injeção subconjuntival do bevacizumabe (Avastin®) na superfície ocular íntegra (conjuntiva e córnea) de olhos de coelhos; o bevacizumabe (Avastin®) apresentou efeito inibitório na neovascularização corneana de olhos de coelhos após queimadura química, tanto por via tópica como por via subconjuntival e não houve diferença entre a via tópica e a via subconjuntival de administração do bevacizumabe (Avastin®) na inibição da neovascularização corneana. === Introduction: Experimentation with bevacizumab (Avastin®) for topical and subconjunctival use on the eye is relevant considering the several situations in which the inhibition of the growth of new blood vessels on the surface of the eye is desirable. Therefore, it is necessary an eye irritant test of this drug and the evaluation of the drug effects on experimental corneal neovascularization. Objectives: To evaluate the toxicity of the topical use and subconjunctival injection of bevacizumab (Avastin®) on the entire surface of rabbit eyes; to evaluate and compare the effect of the topical use and the subconjunctival injection of bevacizumab (Avastin®) on corneal neovascularization of rabbit eyes after chemical burns. Materials and Methods: Experimental study on the eyes of 60 rabbits. The experiment was carried out in three steps. The first and second steps evaluated the toxicity of Avastin® on the healthy ocular surface through the instillation and the subconjunctival injection of the drug and of normal saline solution. The third step observed the effect of bevacizumab on corneal neovascularization after chemical burn. In steps 1 and 2, an external exam of the eye and the histopathological study of the conjunctiva and cornea were carried out. In the third step neovascularization was evaluated according to the size of the new blood vessels and computerized analysis of the area of neovascularization. The Mann-Whitney test was applied to the data to compare the external exam and the inflamed cell count at all points of steps 1 and 2. In step 3, the Kruskal-Wallis test was applied, followed by the Dunn test with p<0.05 for comparison with the groups two by two in the external exam of corneal neovascularization. In the analysis of the area of corneal neovascularization, the F test of variance analysis was applied. P value <0.05 was considered statistically significant. Results: In step 1, median score of the external exam and the inflamed cell count after the instillation of normal saline solution and of Avastin® did not present a significant difference. In step 2, the median score of the external exam and the inflamed cell count after the injection of normal saline solution and of Avastin® did not show a significant difference, except in the number of inflamed cells in the conjunctiva on the first day. In the third step, in comparisons of the groups two by two, there were not significant differences, although upon analyzing the factors involved (procedures: injection or instillation, and the drugs: Avastin® or normal saline solution) it was verified that injection did not differ from instillation, but Avastin® differed from normal saline solution. Conclusion: There was no toxicity in the topical use or in the subconjunctival injection of bevacizumab (Avastin®) on the surface of the rabbit eyes (conjunctive and cornea). Bevacizumab (Avastin®) showed inhibitory effect on corneal neovascularization in rabbit eyes after chemical burn and there was no difference between the topical or subconjunctival administration of bevacizumab (Avastin®) in the inhibition of corneal neovascularization.