Autonomia e formação humana : trajetos educativos

A questão central desse trabalho é a discussão da formação da autonomia no ser humano. Freqüentemente confundida com a emancipação do ser à rede de referências construídas por um outro, a autonomia é um dos elementos fundamentais para a formação humana realizada no processo educativo. Observou-se ao...

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Bibliographic Details
Main Author: Rafael Bianchi Silva
Other Authors: Leoni Maria Padilha Henning
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Educação, Comunicação e Artes. Programa de Pós-Graduação em Educação. 2008
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000147682
Description
Summary:A questão central desse trabalho é a discussão da formação da autonomia no ser humano. Freqüentemente confundida com a emancipação do ser à rede de referências construídas por um outro, a autonomia é um dos elementos fundamentais para a formação humana realizada no processo educativo. Observou-se ao longo de algumas concepções clássicas de educação – como em Sócrates e em Kant - a preocupação com a construção de um homem que tenha capacidade de se constituir como Ser sem afastar-se das relações com o mundo a sua volta. A educação, processo de inserção do homem no mundo humano a ele pré-existente, tem por marca fundamental a constituição de vínculos com o mundo, e assim sendo, com o Outro. Observamos que ao nascer a criança não sabe da existência desse mundo; muito menos o fato que dele faz parte. A estruturação subjetiva é a chave-mestra que nos leva a compreender uma série de discussões dos campos epistemológico, ético e estético referentes à formação humana. Constatamos que o ser humano possui certa tendência estrutural à objetivação das coisas – atualizada nos anos de educação escolar pautada pela transmissão de saberes científicos-, o que o leva a fazer recortes na realidade, perdendo o movimento do mundo e construindo a idéia de que tanto o Outro quanto a Si-mesmo permanecem invariáveis às mudanças. Esse campo de imagens se pauta pelo engano. Disso deriva toda uma série de críticas endereçadas à idéia moderna de subjetividade. Propomos, então, uma revisão da postura tomada pelo homem tanto em relação ao mundo quanto a Si-mesmo, ambos, um Outro, que foge à lógica da imagem fixa e imutável, possuindo na Diferença o suporte das suas relações. No momento chamado de “modernidade tardia”, encontramos o afastamento dessa Diferença e uma pobreza das relações se tornam cada vez mais descartáveis. Com isso, vemos a re-inserção do vazio da própria existência humana e a formação de uma situação de dependência, na qual o Outro é cada vez mais estranho e assustador, porém, mais necessário. A reflexão nos leva, por fim, a pensar qual o papel da educação escolar na formação de uma nova posição a ser tomada pelo homem na relação com o Outro, a partir da perspectiva do sentido estético da experiência e do amor como afeto derivado do vínculo. === The main question of this study is the discussion about the construction of the autonomy in the human being. Often misunderstood as the emancipation of the Self from the referential net built by an Other, the autonomy is one of the fundamental elements to the human constitution taken onto the educational process. We verify by some classical conception of education – like in Socrates and in Kant – the concern with the construction of a man that has the ability of building himself without push himself away from the relationship with the world around him. The education, process of insertion of the man in the human world that precedes him, has as its fundamental mark building bonds with the world, and, as it is, with the Other. We observe that when it’s born the child doesn’t know about the existence of this world; and less about the fact of being part of it. The subjectivity built is the main key that leads us to comprehend a series of discussions in the epistemological, ethical and esthetical fields about the human formation. We realize that the human being has a constructional tendency to objectivate things – updated along the years of scholar education based in passing on the scientific acknowledgments -, what lead them to make cuts into the reality, losing the movement of the world and building the idea that the Other such as Himself remain constant through the changes. This field of images is based on the mistake. From this comes a series of critics addressed to the modern idea of subjectivity. We suggest, then, a review about the position taken by men about the world and about Himself, both, an Other, that escapes to the logic of the immobile and immutable image, having into the Difference the support of his relations. We verify that at this moment called “late modernity”, we found the outlying of this Difference and an impoverishment of these relations that become more and more disposable. Then, we see the reinsertion of the emptiness of the human existence itself and the configuration of a dependence condition, where the Other is more and more strange and scary, though, more necessary. The reflection leads us, at the end, to think about the role of the scholar education in forming a new position to be adopted by men in relation to the Other, by the perspective of the esthetical meaning of the experience and the love as an affection that comes from the connection with the Different.