Ocorrência e caracterização molecular das espécies de Babesia em cães de uma população hospitalar da região de Londrina, Paraná

A Babesiose canina é uma doença de ocorrência mundial causada por protozoários do gênero Babesia. Babesia canis e B. gibsoni são as duas espécies que causam infecção natural em cães. Três subespécies de B. canis são reconhecidas, em função do vetor, da patogenicidade e localização geográfica: B. can...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Flavio Shigueru Jojima
Other Authors: Odilon Vidotto .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. 2007
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000123320
Description
Summary:A Babesiose canina é uma doença de ocorrência mundial causada por protozoários do gênero Babesia. Babesia canis e B. gibsoni são as duas espécies que causam infecção natural em cães. Três subespécies de B. canis são reconhecidas, em função do vetor, da patogenicidade e localização geográfica: B. canis canis, transmitida pelo Dermacentor reticulatus, está presente na Europa; B. canis vogeli, transmitida pelo Rhipicephalus sanguineus, ocorre nas regiões tropical e subtropical; e B. canis rossi, transmitida pelo Haemaphysalis leachi descrita na África do Sul. A existência destes três genogrupos foi comprovada por estudos genéticos. A cepa da África do Sul, transmitida pelo H. leachi, é considerada a mais patogênica. A B. gibsoni é transmitida pelo H. bispinosa e R. sanguineus e está correlacionada com a distribuição geográfica dessas espécies de carrapatos. O objetivo do trabalho foi avaliar a infecção por espécies de Babesia em cães atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina. Foram selecionados 282 cães atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina (HV-UEL) no período de abril de 2005 à maio de 2006 que apresentavam anemia (VG < 25%), trombocitopenia (contagem de plaquetas < 150.000/mm3), leucopenia (contagem de leucócitos totais < 5.000/mm3) ou uma combinação de duas ou três dessas alterações no momento da consulta. A presença de Babesia sp foi constatada através da detecção do material genômico do gênero Babesia pela PCR. A infecção por Babesia sp foi identificada em 105 (37,2%) cães de um total de 282. Destas 105 amostras positivas, a PCR-RFLP identificou 66 amostras (62,8%) com perfil de clivagem compatível com a B. canis vogeli e 39 (37,2%) para a B. gibsoni. Como conclusões, os resultados obitidos permitem afirmar que a babesiose é um importante diferencial para animais que apresentam anemia, leucopenia e trombocitopenia; a B. canis vogeli é a subespécie que está presente na maoiria dos casos de babesiose na população de cães estudada e a B. gibsoni também está presente causando babesiose, em cães da região de Londrina, Paraná. === Canine babesiosis is a worldwide disease caused by the protozoan of the genus Babesia. Babesia canis and B. gibsoni are both species that naturally infect dogs. Three sub-species are recognized in function of the vector, pathogenicity and geographic localization: B. canis canis, transmitted by Dermacentor reticulatus, wich is present in Europe; B. canis vogeli, transmitted by Rhipicephalus sanguineus, that occurs in tropical and subtropical regions; and B. canis rossi, transmitted by Haemaphysalis leachi, described at South Africa. The existence of these three sub-species was confirmed by genetic studies. The South Africa strain, transmitted by H. leachi is considered the most pathogenic. The B. gibsoni is transmitted by H. bispinosa and R. sanguineus and it is correlated with the geographic distribution of the tick species. The objective of this study was to evaluate the infection of Babesia species in dogs attended at the Londrina State University Veterinary Teaching Hospital (HV-UEL). It was selected two hundred and eighty two dogs seen at the Londrina State University Veterinary Teaching Hospital (HV-UEL) between April of 2005 and May of 2006. They presented anemia (Packed Cell Volume<25%), thrombocytopenia (Platelet count < 150,000/mm3), leukopenia (White blood cell count<5,000/mm3) or a combination of two or three of these alterations at the moment of the consultation. The presence of Babesia sp was determined by the detection of genomic material of the genus Babesia by PCR. It was confirmed 105 (37.2%) cases of babesiosis from 282 dogs. Microscopic examination of Giemsa-stained blood smears detected 38 (13.5%) positive samples against 105 identified by PCR from 282 dogs. All the positive sample were submitted to PCR-RFLP with the Hinf I and 66 (62.8%) were positive for B. canis vogeli and 39 (37.2%) were positive for B. gibsoni. As conclusions, the results obtained allow to affirm that the babesiose is an important diferencial for dogs that present anemia, leukopenia and thrombocytopenia and, B. canis vogeli is the subspecie that is present in the most of the cases of babesiose in the population of dogs studied and, that B. gibsoni is also present causing babesioses in dogs of the Londrina region, Parana State, Brazil.