Vox medii vox dei : a apropriação do sagrado pela imprensa
Este trabalho é um extenso exercício do pensamento. Representa, na verdade, o ponto de convergência entre diversas disciplinas: Comunicação (Jornalismo), Lingüística, História, Filosofia e Psicologia, todas voltados para um fenômeno da cultura humana que teima em transcender uma classificação euclid...
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Published: |
Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem.
2006
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Este trabalho é um extenso exercício do pensamento. Representa, na verdade, o ponto de convergência entre diversas disciplinas: Comunicação (Jornalismo), Lingüística, História, Filosofia e Psicologia, todas voltados para um fenômeno da cultura humana que teima em transcender uma classificação euclidiana ou cartesiana: a linguagem. Não a linguagem como mero processo comunicativo, lingüístico, histórico, social ou cultural, mas todos eles. É nossa meta comprovar a franca utilização de um discurso religioso no texto jornalístico, que em teoria deveria ser isento de tais marcas, especialmente no jornalismo científico. As mensagens jornalísticas revelam "testemunhos de fé", atuam como profetas e oráculos. São portadoras de mensagens do Alto (onde seria?), trazem conhecimentos reveladores, detêm a verdade e a credibilidade popular. Parte-se da idéia de uma linguagem escrita criada e usada como ferramenta de poder, revestida de uma aura de sacralidade e uma origem mítica. Percorrendo a história do pensamento humano ocidental, nota-se que, paralelamente, a escrita mantém suas características de poder. Seu caráter sagrado não arrefece em momento algum, mesmo nas mudanças políticas e dos sistemas de produção. A sacralidade da escrita resiste a todo tipo de revolução, e o sagrado permanece, inabalável, para irritação dos modernos. Os próprios modernos já começam a conhecer seu declínio, enquanto o sagrado novamente se fortalece. O sagrado não apenas é uma eventual sugestão de pauta, uma alegoria ou uma referência popular, nem somente uma forma de aproximar o leitor do texto científico. É até este ponto que vai este estudo. Depois de refazer a história da escrita e de seu caráter sagrado no mundo ocidental - parando em períodos-chave como a própria invenção da escrita; a cultura judaico-cristã, a invenção da imprensa de Guttemberg e o predomínio da razão na Idade Moderna - chega-se à expressão máxima desse aparente paradoxo: o discurso sagrado utilizado pelo jornalismo científico, sem pudores, sem medo de pecar. === This work is an extense exercise of the thinking. Actually, it represents the point of convergence among several disciplines: Comunication (Journalism), Linguistics, History, Philosophy and Psichology, all of them turned to a phenomenon of the human culture which persists to transcend an Euclidian or Cartesian classification: the Language. Not the language as a mere comunicative process, linguistics, historical, social or cultural, but all of them. The aim is to demonstrate the large use of a religious speech on the journalistic texts, which, in theory, ought to be free from such marks, especially on the sscientific journalism. Neverthless, the journalistic messages reveal "testemonies of faith", acting as prophets and oracles. They are messengers from the High (where would it be?), bring revealing knowledges, keep the truth and the popular beliefs. It starts from the idea of a written language created and performed as a tool of power, attired with a sacred aura and a myhtic origin. Going through the history of the western human thoughts, we realize that written language keeps its characters of power. Its sacred character does not wither any moment, even in the politics and production systems changes. The sacredness of the written language resists to all kind of revolution. However, the sacredness remains steady, irritating the moderns thinkers. Even they have already begun to watch their decline, while the sacredness strenghtens again. The sacredness is not just an eventual suggestion of report, an allegory or a popular reference, not even only an estrategy to get the reader closer to the scientific text. This work goes that far. After walking again by the history of the written language and its sacred character in the western world - making a pit stop in key-periods like the invention of the written itself; the jewish-christian culture; the invention of Guttemberg's press; and the predominance of the reasion on Modern Age - we achieve the maximal expression of this aparent paradox: the sacred speech performed by the scientific journalism - with no pudicity and no fear to sin. |
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Edina Regina Pugas Panichi . José de Arimathéia Cordeiro Custódio |
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