Mundialização do capital e crise do sindicalismo : o caso do sindicato dos bancários de Londrina: (1985-2004)

Este trabalho tem pro finalidade analisar a temática da crise do sindicalismo à luz do estudo de caso do Sindicato dos Bancários de Londrina. Prioriza-se aqui o período de 1985 a 2004, uma vez que tem-se, nesse espaço, a incorporação e a crise de uma perspectiva sindical de caráter classista, repres...

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Bibliographic Details
Main Author: Luiz Lauro Bilek
Other Authors: Ariovaldo de Oliveira Santos
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais 2004
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000104894
Description
Summary:Este trabalho tem pro finalidade analisar a temática da crise do sindicalismo à luz do estudo de caso do Sindicato dos Bancários de Londrina. Prioriza-se aqui o período de 1985 a 2004, uma vez que tem-se, nesse espaço, a incorporação e a crise de uma perspectiva sindical de caráter classista, representada pelo novo sinidicalismo. Para tanto, trabalhou-se a seguinte hipótese: a reestruturação do sistema financeiro alterou a organização do trabalho bancário potencializando a acumulação e diminuindo os gastos com a força-de-trabalho, dessa forma criou uma série de novos problemas para o movimento sindical, que experimentava, desde os anos de 1980, surtos de mobilizações e fortalecimento de concepções de sindicato de tipo classista. Entretanto o desenvolvimento da crise no movimento sindical não poderia se explicado apenas pela reestruturação do capitalismo financeiro; a crise estaria ligada também às concepções e práticas dos dirigentes sindicais, que orientavam formas de lutas e confrontos com os capitalistas; a obsevação da experiência do Sindicato dos Bancários de Londrina-Pr à luz das análises existentes sobre a reestruturação financeira e o movimento sindical brasileiro possibilitou a formulação da hipótese no sentido de compreender a crise dos movimentos sindical bancáriotambém do ponto de vista interno, ou seja, as condições criadas no interior dos sindicatos que direcionaram as formas de "adaptação" às novas realidades do trabalho dos bancos. A hipótese sobre a existência da crise baseou-se, então, nos pressupostos de que os sindicatos teriam se encaminhado, cada vez mais, de um sindicalismo classista para um sindicalismo de tipo propositivo. Assim, busca-se, através dela apreender como o processo de expansão e reestruturação dos bancos, impulsionados pelas novas tecnologias de informação, acabou por se refletir na forma de organização dos trabalhadores, conduzindo-os a lutas defensivas. O estudo estrutura-se em três capítulos: o primeiro analisa a reestruturação do sistema financeiro e os primeiros reflexos no movimento sindical nacional e local. demonstrando a reconfiguração do trabalho bancário e o crescimento do desemprego. No segundo e no terceiro capítulos, o foco é o movimento sindical bancário diante do processo de intensas mudanças na esfera financeira do capitalismo: no segundo, reflete-se sobre o surgimento do novo sindicalismo nos anos de 1970 e o aparecimento da Central Única dos Trabalhadores - CUT, que orientou as formas de organização de grande parte dos sindicatos na país; o terceiro capítulo aborda o desenvolvimento deste sindicalismo nos últimos vinte anos, ocasião em que diminuíam as possibilidades de um sindicalismo de tipo classista, e ao contrário, fortalecia-se um sindicalismo propositivo e gerencial em conciliação com o capital financeiro.