Summary: | Com o objetivo de avaliar o processo de secagem da glândula mamária de vacas da raça Holandesa foram examinadas 44 mamas na fase final da lactação, durante a evolução do processo de secagem (dia da última ordenha; 1º, 3º, 5º, 7º, 10º, 15º, 30º e 45º dia do período seco), assim como no retorno à lactação. Antes da colheita das amostras, a glândula mamária era submetida a minucioso exame clínico por inspeção e palpação, sendo complementado pela avaliação do aspecto da secreção láctea. Após os primeiros jatos da secreção terem sido desprezados, procedia-se a sua colheita asséptica, para ser utilizada no exame microbiológico, seguida da colheita das amostras destinadas à avaliação das seguintes características físico-químicas e celulares: pH, eletrocondutividade, cloretos, lactose, gordura, proteína, sólidos totais, cálculo do índice cloreto/lactose, California Mastitis Test - CMT e do número de células somáticas. O processo de secagem determinou alterações na consistência da mama, pois no retorno da lactação a freqüência de glândulas classificadas como sendo do Tipo III (firme) foi maior do que a observada antes do início da secagem e no 45ºdia do período seco, e, favoreceu a recuperação dos tetos nos quais era perceptível a presença de prolapso de pequena severidade do orifício do teto, em contrapartida, o processo de secagem não influenciou na recuperação de prolapsos considerados de grande severidade, levando a conclusão que este grau de prolapso torna-se irreversível, mesmo após longos períodos sem ordenha. Numa fase inicial do processo de secagem, a abrupta retenção do leite determinou o aumento do grau de distensão da mama e dos tetos, sendo que, durante a primeira semana, observou-se uma gradual diminuição desta distensão e, a partir do 10° dia do período seco, verificou-se o aumento progressivo na freqüência de mamas e tetos não distendidos, nas quais o processo de involução havia chegado ao seu final. No decorrer do processo de involução constatou-se que o leite foi substituído por uma secreção aquosa de coloração branca ou creme clara; sendo que a partir do 7º dia, também foi observada a presença de secreção com aspecto viscoso de coloração amarelada; ao final do processo, no 45º dia do período seco, observou-se em 40,9 % das mamas uma secreção pré-colostral, com aspecto de mel ou soro lácteo. Durante o período seco, em animais, nos quais a supressão da ordenha tenha ocorrido há mais de três dias, foram observadas alterações similares àquelas descritas nas mamites diagnosticas durante a lactação ou nas retenções de leite, ou seja, observou-se um aumento abrupto dos valores do pH, eletrocondutividade, cloretos, índice cloretos/lactose, proteína e número de células somáticas, enquanto os teores lácteos de lactose diminuíram abruptamente. Entre o 3º e o 45º dia do período seco foram obtidos os seguintes valores para as características físico-químicas e celulares da secreção láctea de vacas sadias: pH entre 7,08 e 7,34; Eletrocondutividade entre 7,50 e 8,35 mS/cm; Cloretos entre 242,20 e 287,66 mg/dl; Lactose entre 1,20 e 2,45 g/dl; Índice Cloretos/Lactose entre 12,99 e 26,40; Gordura entre 2,27 ± 7,97 g/dl; Proteína entre 6,00 e 9,47 g/dl; Sólidos Totais entre 10,73 e 16,35 g/dl; Número de Células Somáticas entre 1.930.450 e 6.486.900 células/ml. A partir do 5º dia do período seco nenhuma das amostras apresentou reações negativas ao CMT e entre o 7º e o 45º dia todas as amostras apresentavam reações do CMT classificadas como duas ou três cruzes. A avaliação da influência da ocorrência de mamite durante o processo de secagem nas características físico-químicas e celulares da secreção láctea demonstrou ser ela parcial e restrita a alguns momentos do período seco, sendo que as diferenças entre os valores obtidos no grupo de mamas com mamite e no grupo com mamas sadias eram de pequena magnitude, impedindo o diagnóstico baseado na avaliação dos resultados obtidos nas características físico-químicas e celulares da secreção láctea.Entre a última ordenha antes do seu início e o 45ºdia do período seco não houve diferenças estatísticas entre as freqüências de isolamentos bacterianos, enquanto o percentual de mamas com isolamento bacteriano no retorno da lactação foi menor do que o encontrado durante o processo de secagem da glândula mamária.
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In order to evaluate the involution of the mammary gland of Holstein cows, we examined 44 udders at the end of lactation, during the dry period (last milking, and days 1, 3, 5, 7, 10, 15, 30 and 45 of the dry period), as well as the return to lactation. The mammary glands were thoroughly examined by inspection and palpation before the collection of samples. The lacteal secretion was also inspected. After discarding the first jets of the lacteal secretion, the samples for the microbiological analysis were aseptically collected, followed by the samples for the evaluation of the physicochemical and cellular characteristics - pH, electrical conductivity, chlorides, lactose, fat, protein, total solids, chloride/lactose ratio, California Mastitis Test (CMT) and somatic cell count. The involution process was accompanied by alterations in the consistency of the udder. On the return to lactation, the frequency of udders that were classified as Type III (firm) was higher than that observed before the beginning and on the 45th day of the dry period. The involution process also favored the recovery of the teats, but it did not have any effect over severe prolapses of the teat orifices, leading us to the conclusion that severe prolapses are irreversible, even after long periods without milking. On the initial phase of the dry period, the sudden retention of milk caused a distension, of the udder and of the teats, that gradually decreased along the first week. After the 10th day of the dry period, there was an increase in the number of udders and teats that were no longer distended, indicating that the involution process had ended. Along the process of involution of the mammary gland, we observed that the milk was replaced by a white or cream colored secretion; from the 7th day, a viscous and yellowish secretion was also observed; at the end of the process, on the 45th day, we observed that 40.9% of the udders were producing a pre-colostrum secretion that looked like honey or whey. During the dry period, after the 3rd day of the cessation of lactation, the cows had alterations consistent with those observed in mastitis during lactation or milk retentions. There was a sudden increase in pH, in electrical conductivity, in chlorides, in the chloride/lactose ratio, in protein and in the somatic cell count, as well as a sudden decrease in the lactose content. We observed the following values for the physicochemical and cellular characteristics of the lacteal secretion of healthy cows between the 3rd and the 45th day of the dry period: pH - between 7.08 and 7.34; Electrical Conductivity - between 7.50 and 8.35 mS/cm; Chloride - between 242.20 and 287.66 mg/dl; Lactose - between 1.20 and 2.45 g/dl; Chloride/Lactose Ratio - between 12.99 and 26.40; Fat - between 2.27 and 7.97 g/dl; Protein - between 6.00 and 9.47 g/dl; Total Solids - between 10.73 and 16.35 g/dl; Somatic Cell Count - between 1,930,450 and 6,486,900 cells/ml. From the 5th day of the dry period, none of the samples had negative reactions to the CMT; and between the 7th and the 45th day, all samples had a distinct positive or a strong positive reaction to the CMT. The influence of mastitis during the involution of the udder over the physicochemical and cellular characteristics of the lacteal secretion was partial and restricted to certain moments of the dry period. The differences between the values of these characteristics in udders with or without mastitis, was very small, so these analyses can not be used to diagnose mastitis. There was no statistical difference between the frequency of bacteria isolated from the last milking and from the 45th day of the dry period. The percentage of bacteria isolated from the udders was lower on the return to lactation than during the involution of the mammary gland.
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