Summary: | A temática do duplo é assunto recorrente dentro da Literatura desde tempos primordiais, sendo encontrada nela diferentes formas de constituição da duplicidade. O presente trabalho tem como objetivo analisar as obras Amphytruo, do escritor latino Plauto e O Homem Duplicado, do escritor português José Saramago por meio da investigação do tema do duplo presente nas duas obras em questão. Dessa forma, o diálogo entre as obras se estabelece por meio do mito de Anfitrião, que é retomado pelos dois escritores transfigurado segundo a intenção de cada um. Nosso proposito é, amparados pela literatura comparada, investigar como o tema do duplo é tratado em cada obra, para qual direcionamento a crise identitária imanente em cada uma aponta e examinar quais mecanismos intertextuais cada escritor se vale para compor suas obras retomando/renovando seu protótipo. A análise das referidas obras tem, como apoio teórico, os estudos bakhtinianos sobre o dialogismo e os elementos intertextuais de acréscimo, supressão, inversão e deslocamento. Por meio da análise empreendida, verificamos como os autores retomam o tema do duplo para abordar a cisão da identidade dos sujeitos de suas épocas. Do estudo podemos apreender que a literatura clássica, por ser monolítica, não assume dimensões dramáticas, diferente da literatura moderna que atinge, com maior frequência, desfechos trágicos.
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The theme of the double is recurring issue in the literature since early times, founding it up different forms of constitution of duplicity. This study aims to analyze the works Amphytruo, of the Latin writer Plautus and O Homem Duplicado, of the Portuguese writer Jose Saramago by investigating the theme of this double in the two works in question. Thus, the dialogue between the works is established through the myth of Host, which is taken up by two writers transfigured for the intentions of each. Our purpose is supported by comparative literature to investigate how the theme of the double is treated in each work, to which direction the immanent identity crisis points in each and examine what intertextual mechanisms each writer uses to create his works returning / renewing its prototype. The analysis of these works has as theoretical support, Bakhtin studies on dialogism and the intertextual elements of addition, deletion, inversion and displacement. Through this analysis, we examine how the authors take up the subject of the double to approach the identity split of the subjects of their times. From this study we learn that the classic literature, for being monolithic, does not assumes dramatic dimensions, unlike the modern literature which affects, more often, tragic endings.
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